Você sabe.
Sempre soube, na verdade, que eu poderia ouvir a sua voz todos os dias sem
enjoar. Que eu acordaria sorrindo por ver você dormindo desengonçadamente ao
meu lado. Que eu seria aquela que te esperaria com o jantar pronto, tiraria seu
jaleco, e te deixaria descansar. Eu obrigaria você a assistir Titanic comigo
todos os fins de semana, eu confiaria, perdoaria, seria menos, seria mais, o
que precisasse para me adaptar à você. Você sabe. Eu sou tímida, sistemática,
não gosto de assumir riscos, não me entrego facilmente. Mas se me entrego é de
corpo e alma, sinto por completo. Sou feita de sentimentos, e pra casos como
esse uma brisa vira um furacão e toda a dor do mundo; companhia. Gosto da
solidão, preciso dela pra viver, pra ser eu, porque no fim, quando tudo está
acabado, é ela quem sobra. E minha única alternativa é ser dela.
Mas por
você...
Ah, por você
eu a espantaria, diria para voltar mais tarde, ou talvez nem voltar. Eu
tentaria chorar menos com filmes românticos e parar pra prestar atenção no meu
próprio romance. Um “bom dia, amor” deixaria qualquer segunda-feira com cara de
sábado. Faria os dias parecem mais lentos, e dia por dia, viveríamos.
Mas você se
foi.
E tudo o que
sobrou fui eu,
E a solidão.
Abri meus
olhos devagar, passando uma calma que eu não tinha. Havia uma senhora à minha
frente, contando-me o quão frustrante não poder ver seus filhos todos os dias.
Para o nosso azar eu não conseguia dar nenhum conselho coerente, ou prestar
atenção em suas palavras por muito tempo. A consulta não demorou muito tempo, e
logo vi-me livre dela.
Eu evitei
andar pelo hospital durante todo o dia desde que descobri que meu ex namorado –
e pai da minha filha – estava trabalhando no mesmo lugar que eu. Ainda era
informação demais para a minha cabeça. Havia chance de ser qualquer outro
membro da família Payne, não havia?
Lea bateu
minha porta assim que a Senhora Morgan saiu, sussurrando algo para minha
secretária.
- Segundo
ela, você deveria tomar um chazinho, pois seu humor está horrível. – comentou.
– Tem alguma coisa acontecendo?
- Não, está
tudo bem. – Respondi. – Quem eu devo atender agora?
- Ah. –
Pigarreou. – Pois bem, houve uma pequena alteração na sua agenda, o doutor
Storm pediu para que você acompanhasse uma visita à um paciente. Em breve ele
fará uma cirurgia para amputar a perna após o acidente que sofreu, e querem ter
certeza que ele está psicologicamente preparado para esta nova fase.
- Uma visita?
- Sim, os
cirurgiões estarão com ele e acompanharão sua avaliação. Isso faz parte do
período da sua própria avaliação aqui dentro.
- Então eu
não posso faltar, não é?
- Ah não ser
que queira ser demitida no seu primeiro mês...
- Tudo bem,
já estou indo. – Sorri e me levantei, pegando uma prancheta com uma caneta e
indo em direção ao quarto 367. – Eu devo consultar o rapaz na frente dos
médicos? – Sussurrei entre dentes para Lea.
-
Exatamente.
- E se ele
não quiser?
- Faça ele
querer. – Lea me empurrou em direção à porta do quarto, fazendo-me entrar,
completamente sem graça, após pedir licença.
Eu estava
com o rosto baixo, mas ouvi a voz do doutor Storm pedindo-me para me aproximar
do jovem garoto que estava deitado na maca. Haviam outros médicos no quarto,
mas eu não me importei em olha-los, ou cumprimenta-los. Apenas comecei a fazer
meu trabalho, tentando ser o mais simpática e confiável possível com Sam, o
paciente.
- Como foi
sua semana, Sam?
- Eu já tive
melhores, doutora...?
- (S-N). –
Sorri. – Quer me contar o que está passando em sua cabeça agora? – Sentei-me em
uma poltrona.
- Estou
tentando não pensar muito nisso. Mas estou com medo e relutante. – Ele olhou
para um ponto fixo na parede, visivelmente triste. – Eu não quero passar por
isso.
- Ninguém
gostaria, Sam. Se pudéssemos escolher as coisas seriam mais fáceis. Você sempre
vai ter duas escolhas, querido. Mas você precisa ter consciência que ne sempre
a mais fácil é a melhor.
- E quais
são as minha escolhas agora, doutora?
- Você pode
encarar isso de cabeça erguida, com pensamentos positivos e energia renovada,
ou pode fugir, não aceitar a própria vida. É uma escolha inteiramente sua. Mas
não é só em você que deve pensar. Pense na sua família, e na dor que eles
passarão em te ver mal. – Ele me olhou. – Você pode pegar todos esses problemas
e fazer deles um empurrão, pegar a sua negatividade e transformar em
inspiração. Mas só você pode fazer isso, ninguém mais.
- Ela está
certa. – Ouvi uma voz grossa, do outro lado da cama, só então parando para
olhar quem era o dono. Apertei a mão de Sam no exato momento em que meus olhos
cruzaram-se com as íris castanhas que eu costumava conhecer. Liam estava com as
sobrancelhas arqueadas, claramente lembrado de quem eu era, como se me
desafiasse a lembrar dele também. – Sempre
há duas escolhas, Sam. Você pode mentir pra si mesmo, e para todos. Ou pode
aceitar a verdade, e deixar que as coisas sejam mais fáceis por si mesmas.
Me perguntei
se ele ainda se dirigia à Sam, e desesperei-me com a possibilidade de que suas
palavras não eram para ele. Ele se lembrava exatamente de mim. Olhei para o
doutor Storm que sorria orgulhoso de seu médico, e sua mais nova psicóloga. Sam
balançou minha mão, chamando minha atenção para o fato de que eu ainda a
apertava. Desculpei-me com um sorriso.
- Eu... Eu
não sei o que dizer, ou o que aceitar. Eu preciso de um tempo sozinho. – Pediu,
e nós obedecemos prontamente. Storm me pediu para que conversasse com os pais
de Sam assim que eles viessem.
- Doutora
(S-S) – Chamou Storm. – Fez um bom trabalho lá dentro.
- Obrigada.
- Bem vinda
à nossa equipe. – Cumprimentou-me. – Tire o resto do dia de folga. – Agradeci-o
novamente, quase beijando seus pés por me dar as merecidas folgas, e me
efetivar naquele momento.
Percebi o
olhar de Liam sobre mim até que eu sumisse do corredor e soltasse o ar que nem
eu mesma havia percebido que havia prendido.
- Olha só...
– Daniel apareceu no meu consultório. – Mal chegou e já está conquistando o
chefinho.
- Esqueceu
de bater, Daniel.
- Você
esqueceu que eu não preciso bater.
- De
qualquer forma, não podemos conversar agora, estou indo pra casa.
- Por que a
grosseria? Te fiz algo? – Perguntou-me sério e um tanto desesperado. Olhei-o,
abrindo um sorriso em seguida.
- Não, me
desculpe. Só estou com pressa. – Passei ao seu lado, dando-lhe um beijo
estalado no rosto, que foi muito bem recebido.
- Te levaria
para casa, se estivesse no meu horário de almoço.
- Não se
preocupe.
- É claro
que me preocupo. – Sorri. – Bem, mande um beijo para Cath.
- Mandarei.
Voltei pra
casa, deixando toda a falsa calma que eu havia passado no hospital de lado. Eu
estava desesperada. Nunca fora minha intenção deixar que Liam soubesse que
trabalhávamos no mesmo local. Não achei que fosse esbarrar com ele tão cedo,
quando nem eu mesmo havia superado nosso reencontro.
Cath ainda
estava na escola então, portanto passei o dia todo sozinha, assistindo à
romances sozinha. Acabei dormindo na metade de P.S eu te amo, mas fui acordada
pelo meu celular tocando insistentemente no balcão da cozinha.
“Alguma coisa pra fazer amanhã,
doutora?”
“Daniel, eu
estava no meio do meu sono. Não, não tenho nada, por quê?”
A resposta
veio minutos depois.
“Eu estava pensando em irmos ao
cinema, quer dizer... Se você quiser, é claro”.
Sorri
sozinha com o pequeno desespero dele ao final da frase. Por mais garanhão que
fosse, Daniel poderia ser bem sem jeito as vezes.
“Desculpe,
não posso deixar Cath sozinha!”
“E quem foi que disse que ela está de
fora do programa?!”
“Ah, bem, eu
pensei... Você sabe. Enfim, se ela puder ir, eu aceito.”
“É claro que ela pode ir, afinal, eu
não vou conseguir conquistar a mãe sem antes conquistar a filha, não é?”
Sorri de
lado, mordendo o lábio completamente sem graça, mesmo que ninguém pudesse me
ver naquele momento. O despertador, no entanto, me chamou atenção para o
horário de buscar Catherine no colégio.
“Eu adoraria
conversar mais. Mas devo buscar Catherine agora!”
“Tudo bem, posso te ligar mais
tarde?”
“Sim, tenho
que ir. Até mais.”
Não esperei
por uma resposta pois: 1) Eu estava indo buscar Cath. 2) Eu ainda estava
estranhamente incomodada com o aparecimento de Liam.
Catherine
sempre reclamava sobre como precisávamos de um carro melhor “como o de Danny”.
Há dias ela não parava de falar nele, e em como ele era simpático e muito
legal.
- Eu
adoraria ter ele como padrasto. – Sussurrou, mexendo em seu tablete.
- Cath! –
Repreendi.
- Vai dizer
que você não gosta dele?
- Não desse
jeito. E nós não vamos falar sobre a minha intimidade!
- Negar é o
primeiro sinal de amor. – Murmurou, fazendo-me revirar os olhos e sentir-me
envergonhada ao mesmo tempo.
O dia passou
rápido, ao chegarmos em casa, Cath correu para o banho e teve algum tempo para
se divertir no computador e ler um livro. Depois a ajudei com a lição de casa.
Assistimos um filme enquanto jantávamos, depois levei-a até o seu quarto.
Cobri-a, dando-lhe um beijo na testa.
- O que acha
de irmos ao cinema com Danny amanhã? – Perguntei, sentando na beirada da sua
cama.
- O que
vamos assistir? – Sorriu, atraindo de mim o mesmo.
- Depois
vemos isso! – Beijei-lhe mais uma vez, me retirando do quarto. Antes que fechasse
a porta, ouvi:
- Mãe? Pense
no que eu falei, tá?
Sorri sem
graça, assentindo. Me dirigi para o meu próprio quarto, estava deitada lendo um
exemplar de Harry Potter que Cath havia me emprestado quando meu celular vibrou
em cima da minha barriga.
- Você disse
que eu poderia ligar. – Danny disse com uma voz lenta.
- É, eu
disse. – Ri. – Como foi o resto do dia de trabalho?
-
Irritantemente estressante, por sua causa tive que atender a Sra. Carlton, que
pra sua informação é uma solteirona de 65 anos que, por sinal, adorava um
jovem.
- Minha
causa?
- Ela seria
passada pra você!
- Oh, sinto
muito.
-Tudo bem,
eu já desconfiava que as velhas solteiras também gostavam do meu charme. –
Rimos.
- Você está
falando tão devagar! Está com sono?
- Um
pouco...
- Quer ir
dormir?
- Na verdade
não. E você?
- Na verdade
sim.
- Não é que
eu queira... Mas enfim, vou deixar você descansar. Nos vemos amanhã? Fiquei
sabendo que vai ter uma sessão de “A culpa é das estrelas”. – Ri alto.
- Você quer
ir assistir esse filme?
- Eu pensei
que você e Cath gostariam de um romance.
- Catherine
sim, já eu...
- Eu não
acho que veremos alguma coisa do filme... – Sussurrou. – Posso passar pra te
pegar?
- Eu posso
ir sozinha Danny. – Revirei os olhos.
- Tudo bem,
te vejo às seis no shopping, o.k?
- O.k. – Ri.
Na manhã de
sábado Cath acordou extremamente animada por não ter que ir pra escola. Saímos
para tomar o café da manhã em uma padaria na nossa rua mesmo. Ela estava feliz
por poder passar o sábado inteiro comigo e com Daniel.
Como
marcado, as seis nós duas andávamos pelas lojas do shopping em direção ao
cinema. Danny estava parando olhando os cartazes dos filmes, com uma calça
escura e um tanto apertada (reparei devido ao seu bumbum volumoso no jeans) uma
camisa que marcava seu peitoral definido. Catherine puxou-me pela mão até ele,
que sem vergonha alguma, abaixou-se para abraça-la com a mesma vontade que ela
o fez. Também puxou-me para um abraço que pareceu durar uma eternidade. Não que
eu reclamasse ou algo do tipo. Na verdade, seu cheiro e sua pele quente eram
bem confortáveis.
- Nós vamos
assistir “A culpa é das estrelas”?
– Exclamou Cath enquanto entravamos na fila da pipoca.
- Vai dizer
que você não gosta?
- Eu amo. –
Disse alto, me fazendo arregalar os olhos. – O Gus é tão fofo... Toda garota
deveria ter um daqueles.
Daniel riu
alto, me puxando pela cintura para mais perto do seu corpo o que me deixou
completamente corada. Cath tagarelava o tempo inteiro, e eu me impressionava
como Danny conseguia prestar atenção em tudo. Depois de comprarmos pipocas e
refrigerantes, nós fomos até a sala do cinema que já estava bem cheia.
Nunca me
senti confortável em locais lotados, e ali, por algum motivo eu me sentia sendo
completamente observada. Tentei ignorar e prestar atenção na mão de Danny que
ainda estava em minha cintura, mantendo-me perto o tempo todo. Sentamo-nos
exatamente no meio da sala de cinema. O filme não demorou para começar. Demorou
menos ainda para que Cath estivesse completamente calada e com os olhos cheios
de lágrimas.
Não me leve
a mal, mas romances adolescentes não são pra mim, o livro é ótimo, pra quem
acredita em amores assim! Deitei minha cabeça na poltrona olhando para o filme,
mas não prestando atenção, Daniel puxou-me para encostar o rosto em seu ombro,
e apesar de envergonhada, eu o fiz.
- Não está
gostando do filme? – eu dei um risinho, olhando para Catherine ao lado dele,
que estava completamente concentrada.
- Bem, se
ela gosta, eu gosto. – Eu sussurrei.
- Claro...
Claro.
- Porque não
está prestando atenção?
- Porque eu
prefiro prestar atenção nas coisas que você está me causando agora. – Ele disse
sério.
- Que coisas?
- Você não
percebeu? – Virou-se para mim, tomando o cuidado para que Cath não percebesse.
Apenas neguei com o rosto. – Ah (S-N) ... Eu estou tentando chamar a sua
atenção há dias, só você que não percebe. Por que acha que estamos aqui? Porque
eu me preocupo, porque gosto de você, gosto da Cath e realmente quero que você
abra os olhos pro que acontece. Eu fico arrepiado quando você se aproxima, eu
gosto da sua risada, do seu perfume, da sua voz. E eu sei que isso parece
intenso demais pro pouco que nos conhecemos, e é por isso que eu estou
insistindo tanto, porque não pode ser qualquer coisa.
Eu estava
completamente sem palavras, seus sussurros entraram em minha cabeça me deixando
completamente confusa, Danny estava se declarando para mim?
- E-eu não
sei o que te dizer...
- Não
precisará dizer nada se me deixar te beijar agora. – Abriu um sorriso de lado.
- Cath está
aqui.
- Ela não
vai ver, eu prometo.
- Danny... –
Eu disse, completamente manhosa, vendo-o se controlar para não rir. Mordi meu
lábio inferior, vendo que seus olhos se abaixaram para acompanhar meu
movimento. Sua mão quente foi para a minha nuca me puxando devagar até que seus
lábios carnudos estivessem sobre os meus, em um selinho calmo e carinhoso.
Daniel passou sua língua pelo meu lábio inferior, deixando-o molhado. Suspirei,
abrindo minha boca e deixando que sua língua aprofundasse o beijo. Levei minha
mão até o seu peito, explorei-o por um segundo, afastando-o em seguida.
O domingo
passou voando. Cath estava silenciosa demais, e eu sabia que ela estava se
segurando para não comentar sobre o meu beijo em Daniel. Coloquei-a para dormir
às dez horas e fui para o meu próprio quarto, já que no dia seguinte teria que
trabalhar cedo, mas antes que pudesse dormir meu celular vibrou, avisando-me
uma mensagem.
“Namoro
entre funcionários é proibido doutora. Não quer perder o emprego, quer?”
Sentei-me
imediatamente na cama, pensando que talvez pudesse ser uma brincadeira de
Daniel, mas não era o seu número.
“Quem é?” –
Respondi.
“Isso não
importa... O que importa aqui é o casal. Cuidado quando for sair em público com
ele, como eu disse, você pode ser denunciada ao seu chefe. Aliás, bela
garotinha. Não sabiam que tinham uma filha.”
“Se você não
disser quem é, eu vou chamar a polícia.”
“Boa sorte,
e cuidado, doutora.”
Não dormi a
noite inteira, levando em consideração quem poderia ter sido. Se fosse uma
brincadeira de Danny ele já teria assumido. Ele sabe que sou desesperada e
controladora, não estenderia isso. Na segunda, após deixar Cath na escola fui
direto para o hospital.
O doutor
Storm parecia-me mais estressado que o normal naquele dia. Olhou-me enquanto eu
caminhava em direção ao meu consultório. Entrei sentindo meu corpo se relaxar
enquanto eu soltava a respiração.
Talvez fosse
paranoia minha, mas o dia todo pareciam me perseguir. Danny estava três vezes
mais no meu pé, o que era irritante naquele momento. Não o contei sobre as
mensagens, ou sobre Lea me avisando que o Doutor Storm queria conversar a sós
comigo.
- Você está
livre agora? – Daniel entrou no meu consultório.
- Bata na
porta Daniel, bata. – Murmurei irritada.
- Porque
você está me evitando?
- Não estou
te evitando Danny.
- Está sim,
e você está toda nervosa e soando frio... Parece até que aconteceu alguma
coisa, ou você simplesmente não gostou do meu beijo.
- Danny para
de tentar me analisar! – Exclamei um tom mais alto que o normal. – Eu não sou
sua paciente, e você não sabe nada sobre mim.
- Uou, se
acalma, eu só estou tentando te ajudar.
- Ninguém
pode me ajudar.
- Por que
não?
- Daniel eu
não vou te dizer, você não sabe nada sobre mim. Por que está aqui? Por que
insiste em sair comigo? – Olhei-o, que estava completamente confuso.
- Porque eu
gosto de você! – Exclamou, já irritado também.
- Você nem
me conhece, não pode gostar de mim.
- Você tá me
escondendo alguma coisa? – Respirei fundo, de costas para ele enquanto
analisava a estante cheia de livros atrás de mim. – Você é casada não é? A Cath
tem um pai e você está com ele. – Revirei os olhos, sabendo que a mente
ciumenta dele inventaria algo daquele tipo.
- Eu não sou
casada.
- Então o
que você me esconde? – Levantou-se, irritado e falando alto. Temi que os
pacientes lá fora ouvissem.
- A CATH É
FILHA DO LIAM PAYNE. – Murmurei alto, me arrependendo em seguida, olhando-o com
a expressão apavorada enquanto ele apenas se sentava na cadeira do meu
consultório. Ouvi a porta ser batida, como se alguém tivesse acabado de entrar.
Ou sair...
Desesperada
fui em direção à porta e a abri, não havia ninguém ao redor. Respirei fundo, e
voltei para onde Daniel estava.
- O que você
disse? – Perguntou-me.
Expliquei
toda a história para Daniel, sabendo que mentir não adiantaria de nada. Ele foi
compreensivo, mesmo que eu tivesse percebido que ali não estava o meu amigo,
ele estava agindo como se eu fosse sua paciente. Pediu-me um tempo para pensar
e saiu do meu consultório.
Tomei quase
quatro copos de água antes de encarar a reunião particular com o meu chefe
potencialmente nervoso naquele dia.
- Bom, na
verdade eu não tenho muito a dizer. Mas eu quero mostrar uma coisa. – Disse-me,
passando uma pasta em mãos.
- O que é
isso?
- Leia,
doutora. – Arrepiei-me ao ouvir a última
palavra e lembrar das mensagens da noite anterior. Percebi minhas mãos
trêmulas, e meu suor frio escorrendo por elas.
Para o meu
alívio tratava-se de um documento em que Sam concordava em fazer a cirurgia,
trabalho meu, segundo Storm.
- Parabéns
doutora.
Agradeci-lhe,
saindo de seu consultório e indo direto para o banheiro de funcionários.
Precisava urgentemente jogar uma água fria no meu rosto. Entrei no local
extremamente branco, indo até uma das cabines. Assim que abri a porta, senti
meu corpo ser empurra com violência contra a parede da cabine. Minha primeira
reação foi fechar meus olhos e tentar gritar, mas um braço apertava minha
garganta, e uma mão tampava a minha boca.
- Olhe para
mim. – Uma voz grossa sussurrou entredentes. Mesmo com medo, abri meus olhos,
arregalando-os ao ver Liam furioso à minha frente. – Pense duas vezes antes de
gritar, doutora, não é bom ser vista com um médico dentro de uma cabine do
banheiro. – Assenti, boba e amedrontada, o que o fez tirar a mão da minha boca
e afrouxar o braço em meu pescoço.
- O que está
fazendo? – Perguntei trêmula.
- Que
história é essa de dizer que eu sou pai da sua filha?
Minhas
pernas bambearam e se Liam não me segurasse eu já teria ido ao chão.
- E-eu não
sei do que...
- Eu ouvi
você dizendo (S-N). Que porra é essa?
- Liam... –
Levei minha mão até o braço que me apertava. – Está me sufocando.
- Você
merece.
- Liam, por
favor... – Eu realmente estava começando a me sentir sem ar, meus olhos estavam
brilhando com lágrimas. Eu podia quase ver o fogo em suas íris. – Está me
machucando.
- Me
responde (S-N)!
- Ela é sua
filha... Eu juro. – Fechei os olhos, tentando respirar, sentindo uma lágrima
descer. – Quando você se foi... – tossi. – Eu estava grávida.
Ele
arregalou os olhos, soltando-me. Cai sentada no chão, respirando com
dificuldade. Liam se afastou, me vendo chorar completamente desesperada.
- Isso não
pode ser verdade...
- Eu disse
que tinha algo para te contar, mas você estava feliz e não me deixou falar...
Eu... – Ele parou por alguns segundo, com as mãos nos fios de cabelo, parecendo
se lembrar.
- Você
escondeu isso de mim esse tempo todo?
- E o que
você faria se .... – Ele levantou-me do chão, me deixando completamente
amedrontada, colocou-me sentada em cima da pia. Não era difícil já que ele
tinha três vezes o meu peso e tamanho.
- E porque
eu deveria acreditar em você?
- Você
acredita no que quiser Liam... – Ele socou o granito da pia, fazendo com que eu
me encolhesse.
- Porque
você não me contou, porra? – Gritou, alterado novamente. Senti o medo ceder
lugar à raiva. Ele estava sendo tão hipócrita, nada mudaria, ele teria me
abandonado do mesmo jeito, com filha ou não.
- Porque
você não faria nada a respeito... Você fugiria como o covarde que você sempre
foi! – Exclamei em seu tom, ouvindo-o dar uma risada irônica e virar-se de
costas para mim, provavelmente porque se me olhasse me bateria ali mesmo.
- O que você
esperava? Que eu estragasse o meu futuro brilhando por causa da porra de um erro?
Arregalei os
olhos no mesmo instante. Mesmo que Liam estivesse completamente mudado, eu
jamais esperava que ele acharia que Catherine fora um erro. Ele pareceu, por um
momento, perceber o que havia dito, levou suas mãos até o cabelo e virou-se
para mim com os olhos arregalados, visivelmente arrependido.
- O único
erro, Liam, é você achar que nós precisamos de você.
Disse entredentes,
nervosa e triste, não sei ao certo. Desci da pia, indo em direção à porta do
banheiro. Ouvi-o me chamar, mas não dei a mínima atenção. Não importava mais.
Catherine e
eu não precisávamos de alguém que não precisasse de nós.
Continua...
Contatos:
Data de atualização, spoilers, opiniões etc? Aqui
Nota da autora: Não estou muito satisfeita com a atualização, mas me digam se gostaram ou não, esse foi o máximo que eu consegui com o bloqueio,e enfim. Espero que gostem. So much love <3
To começando a ficar com rqiva de vc Jamille, pq sempre tem q acabar na parte mais legal?? Continua logo pff
ResponderExcluirGih xx
Continua por favor, está maravilhoso ....eu não esperavá isso do liam.
ResponderExcluirVei como vc consegue fazer? isso tipo como consegue ser tão perfeita?
ResponderExcluirComo vc consegue escrever tão bem?
Vei continua pfv estou super curiosa
Garota vc tem que começar a acreditar no que a gente te diz! Tudo o que você posta é insanamente ótimo pq vc tem muitoo talento! Sério! Como assim não está satisfeita?!? Seu talento é incrível e já li todo o seu blog (mesmo) e hj ele é um dos dois únicos sites que eu ainda visito regularmente de imagines! Bom anyway eu amei esse capítulo e isso foi perfeito "o único erro, Liam, é você achar que nós precisamos de você" D E M A I S !! Continuaaa logo pleasee se não eu vou ter um heart attack hahaha bjss love u ♡
ResponderExcluirIsa xx
Quando tem mais???
ExcluirCara, você sempre para na melhor parte, continua logo porquê tá perfeito <3
ResponderExcluirnão esta satisfeita? Como não? Esse capitulo ta demais... e o Liam pegou muito pesado!
ResponderExcluircontinua...
xx
Continua pelo amor de deus
ResponderExcluirComo você não está satisfeita? Eu to satisfeita e muito e necessito da continuação logo.
ResponderExcluirPs: seu bloqueio criativo é melhor do que minha criatividade toda
Vc falou t u d o : "seu bloqueio criativo é melhor do que minha criatividade toda" demais!
ExcluirIsa xx
Eu sei como é difícil escrever, mas por favor, coloca qualquer merda que faça sentido aê e eu fico mais do que satisfeita
ResponderExcluirPs: Amo vc
Chorei, chorei, chorei e chorei... Assim como ta, ta simplesmente perfeito. Mais uma vez você conseguiu causar "arrepios" em mim. Não importa o tempo q vc vai demorar para continuar, vou esperar pq sei que vai ser ótimo.
ResponderExcluirxx
Continua sua linda e perfeita escritora.
ResponderExcluirAaaaah
To viciada.
Por: Gisele M.
Continua *uuuuuuuuuuuu* ta muito perfeito. Tive vontade de bater no Liam!!!!!! Meu Deus, ele acha que tem direito de fazer isso com ela!!!!!!! 'o' continua logo, por favooor *u*
ResponderExcluirAdorei, vc tem que continua...
ResponderExcluirTa bom d+. Acho que tem que tem que ter contato do Liam com a Cath.
Pra tipo ele se apaixona por ela. ( Jã penso se ela fala - se pra ele que queria o Danny como pai )
ameiii.. menina... uau
ResponderExcluirContinua , ta mais do que perfeito!!! Como voce pode para na melhor parte !?!? -Leti
ResponderExcluirContinua ou te mato virtualmente
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkk,Curti
ExcluirPelo amor de deus continuaaaaaa!!!!!! sei q é dificil a inspiraçao vir mas vc escreve tao bem muito bem msm sei q vc vai conseguir escrever mais capítulos lindos e perfeitos. espero q vc escreva um livro futuramente pq né?!
ResponderExcluir#Vick
PERFEITOOOO! CONTINUAA! Me asseite no grupo por favor Larissa Rosa
ResponderExcluirNossa Adorando locamente esse imagine ..anciosa esperando o proximo :)
ResponderExcluirOh josh continua *--------------------------------------------------------------------------------------------------*
ResponderExcluirper-fect eu preciso de contunuação
ResponderExcluirComcordo com VC!!!!!!!!
ExcluirVC e amelhor de todas, obrigada! Amo todo oque VC escreve
ResponderExcluirUAU!Cara, nunca li um imagine tão perfeito na minha vida, esse é tipo o melhor imagine que eu já li, é tão perfeito, e eu n acredito que vc escreveu tudo isso com bloqueio, mds '0', pq ficou tão perfeito, eu tipo to in love com esse imagine <3
ResponderExcluirVC ESCREVE MUITO BEM!Tipo MUITO!!!Parabéns e continua logo pf, eu to morrendo de curiosidade, tipo muito mesmo então posta logo o próximo!
Ahhhh continuaaa xuxu adorei
ResponderExcluirContinua plamdds
ResponderExcluirCONTINUA A DO ZAYN O NERD PFVR TA MT PFT CONTINUA A DELE
ResponderExcluirum dos melhores imagines do mundo , precisa continuar !
ResponderExcluirMeu Deus como é perfeita, eu não consegueria escrever assim, to sofrendo pelo próximo!
ResponderExcluirAgora sei como minhas leitoras se sentem !
Continua mulierrrrr
ResponderExcluirVc tem que continuar pfff continua!!!
ResponderExcluirTa mt perfeito *O*