15 de
Dezembro, Inglaterra.
Robin abriu
os olhos depois do terceiro toque irritante do telefone. Sentiu sua esposa se
mover ao seu lado e para não acorda-la pegou o celular indo em direção à sala.
- Pois não?
– Perguntou checando as horas no relógio.
- Senhor
Twist?
Robin tirou
o telefone do rosto ao ouvir o sotaque diferente. Percebeu que o DDD não era de
lugar algum do Reino Unido.
- Eu mesmo,
em que posso ajudar?
- Meu nome é
Hector Torres. Peço desculpas pelo horário da ligação, mas tenho algo a tratar
com senhor que pode ser de seu extremo interesse.
- Pois não.
– Repetiu.
- Sou
advogado, e uma das minhas clientes que faleceu há alguns anos deixou em seu
testamento uma herança para o senhor.
- Cliente
falecida? Qual cliente?
- A senhora
(S-S).
Robin sentiu
a garganta se fechar e o fôlego faltar.
- Laura está
morta? – Perguntou.
- Há mais de
20 anos, senhor!
- O que? –
Arregalou os olhos. – Isso não é possível! Por que não me constataram antes? E
como assim ela me deixou uma herança?
- Um dos
pedidos do testamento era que o senhor e a filha de Laura só soubessem do
testamento assim que a garota completasse 22 anos.
- Isso é
loucura.
- Bom,
senhor. Eu imagino o quão difícil esteja sendo a notícia. Mas (S-N) não se
lembra da mãe. Por isso eu entrei em contato com o senhor: queríamos
entregar-lhe a herança pessoalmente.
- E onde nós
nos encontraríamos?
- (S-N)
gostaria muito de poder visitar a Inglaterra, e talvez o senhor possa oferecer
à ela algumas informações sobre Laura.
Robin passou
a mão pelo rosto de forma rude, respirando fundo enquanto processava todas as
informações que recebera naquela madrugada.
- Eu preciso
pensar nas minhas possibilidades. Retorno a ligação em alguns dias.
- Claro
senhor Twist, o senhor tem todo o direito.
- Muito bem,
vou anotar o seu número.
19 de
Dezembro, Inglaterra.
(S-N)
entrelaçou sua mão na procura de algum contato que trouxesse algum conforto
para si enquanto aguardava sua mala no aeroporto, que não demorou muito para
chegar.
Apesar do
frio e da neve que cobria a cidade, ela podia ver, pela janela do táxi, todas
as paisagens possíveis. Hector riu da atitude infantil da garota e mordeu os
lábios ao observar o corpo curvado dela.
- Ansiosa? –
Perguntou.
- Eu não
consigo esperar mais um segundo. – Ela sorriu.
Para ele era
encantador a forma que seu sorriso fazia em seu rosto. Ela esteve tão triste
por tanto tempo. Seus olhos ainda continham aquele brilho de tristeza, que não
se importava em dividir o espaço de suas orbes com o brilho de alegria, que
agora, constantemente aparecia.
Assim que
conseguiram chegar ao hotel, descarregaram suas malas e foram para o quarto.
Hector olhava para o dedo anelar de (S-N) orgulhoso do anel que ali exibia.
Sorriu largamente quando sentiu a cama se afundar ao seu lado, conforme sua
noiva se jogou.
- Você está
tão feliz, não está? – Deixou seu tronco em cima do dela.
- Mais do
que você imagina. – Ela acariciou o rosto do noivo.
- Então eu
também estou.
Ela sorriu
passando o polegar pela bochecha corada dele.
- Eu nunca
sei te responder à altura. – Sussurrou.
- Eu sei
como você pode tentar. – Hector abriu um sorriso de lado, levando seus lábios
carinhosamente para os de sua noiva.
Hector abriu
os olhos devagar, esticando seus braços e pernas enquanto sentia o calor
agradável que o aquecedor do quarto fazia. O relógio apitou poucos minutos
depois, quando ele se virou para (S-N), beijando-lhe o ombro.
- Ei, está
na hora. – Sussurrou recebendo apenas um resmungo como resposta. – Vamos lá,
você quer conhecer o Robin, não quer?
Aos poucos
(S-N) se virou para ele sussurrando o quão cansada estava. Mas foi respondida
com um beijo, que serviu de estímulo para levantar-se e ir se arrumar.
- Quer que
eu vá com você? – Perguntou.
- Não me
leve à mal. Mas acho que ficarei mais confortável sozinha.
- Tudo bem,
eu vou ficar aqui esperando você voltar.
(S-N) sorriu
quando viu o bico formado na boca do noivo e beijou-lhe levemente, recebendo um
tapa no quadril enquanto ele dizia que ela iria se atrasar.
- Como estou?
– Ela apareceu poucos minutos depois dando uma voltinha enquanto ria.
- Nossa. –
Hector se sentou na cama. – Tem certeza que não devo ir? Eu vou ficar com
ciúmes.
Ele sorriu
enquanto ela se jogou em seu colo com aquela gargalhada.
- Boa sorte,
amor.
- Obrigado.
Robin entrou
no lugar aconchegante e passou os olhos em busca de quem procurava. Suspirou
retirado o casaco até encontrar dois pares de olhos curiosos e um sorriso
tímido que ele conheceu um dia. Se aproximou devagar com o rosto baixo.
- Senhor
Twist? – A garota chamou esperançosa, enquanto se levantava para lhe
cumprimentar com um abraço. Gesto que, apesar de muito confortante, era novo
para ele.
- Só Robin,
por favor.
- Claro,
claro. Sente-se por favor.
Robin
assentiu, sentando-se em seguida.
- Eu queria
agradecer muito por você ter aceitado o nosso convite. Eu nem sei como
agradecer, de verdade. – Ela comentou apenas recebendo um aceno com o rosto
como resposta. – Bom... Vamos almoçar primeiro, o que acha?
- Tudo bem.
Fizeram seus
pedidos enquanto (S-N) sentia a animação desaparecer com o silêncio de Robin.
- Deus, isso
é loucura. – Ele comentou enquanto a encarava. – Você é igual à ela.
Totalmente.
Finalmente
ela abriu um sorriso, que na opinião de Robin era totalmente reconfortante. Era
o tipo de sorriso que você deseja profundamente que seja redirecionado para
você.
- Como pode
não se lembrar dela?
- Ela morreu
quando eu tinha dois anos. Mas aos 15 eu sofri um acidente e perdi parte da
memória. Eu não me lembro de nada, nada mesmo. Mas ai veio o testamento eu
estava proibida de ver até que completasse 22 anos. E quando fiz a leitura do
testamento tinha algo para você. Eu estranhei, é claro.
- Eu
imagino. Céus, eu namorei a sua mãe há uns 30 anos atrás, eu deveria ter uns 20
anos. Foi muito intenso, nós nos conhecíamos desde adolescentes.
- Ela deve
ter te amado muito. Não te deixaria algo se não amasse.
- Eu também
amei muito ela. – Disse sério. – Nunca duvide disso.
Os dois
saíram em direção à uma praça no centro enquanto Robin contava à (S-N) tudo o
que ele se lembrava sobre o primeiro amor da sua vida. Sobre os planos dos dois
de se casarem, que acabou quando ela foi morar no Brasil e eles nunca mais
tiveram contato. (S-N) entregou um baú com desenhos em dourado para ele, que
resolveu que abriria quando estivesse sozinho.
Andaram por
algum tempo até que o sol estivesse se pondo e a mulher avisasse que deveria
voltar para o hotel.
- Escute,
por que você e o seu noivo não jantam conosco?
- Não quero
trazer problemas, Robin.
- Não. –Ele
riu. – Isso não é um problema. Nós adoraríamos ter vocês em nossa casa.
- Ah, tudo
bem.
Pouco depois
de terem telefones e endereços trocados, (S-N) voltou para o hotel contando à
Hector tudo o que havia acontecido.
-... Ele nos
chamou para jantar com a família.
- E você se
sente confortável com isso?
- Não sei. –
Ela sorriu. – E vou continuar sem saber se não formos.
- Então nós
vamos. Eu já tinha feito uma reserva em um restaurante, mas fica para outro
dia. – Beijou os cabelos da noiva.
Anne olhou a
mesa posta em sua sala de jantar, enquanto Gemma colocava os últimos talheres.
- Está tudo
bem para você, mãe? Não deve ser fácil ter a filha da ex do seu marido aqui.
Anne riu
revirando os olhos.
- Não é como
se não me afetasse, eu não sei como me sentir sobre isso. Mas ele disse que ela
é uma boa garota que só quer algumas respostas e um pouco de familiaridade,
podemos oferecer isso à ela. Então por que não?
Gemma deu de
ombros indo para a cozinha. Robin desceu as escadas ajeitando o suéter que
usava.
- Harry não
quer descer.
- Por que
não?
- Ele
simplesmente acha que isso é uma forma de humilhação para você.
- Mas não é.
- Eu não sei
mais o que dizer à ele, Anne. – Robin suspirou.
Anne deixou
os pratos em cima da mesa e subiu o caminho há pouco feito pelo marido.
- Não está
um pouco velho para birras, Harry?
- Não é
birra mãe. Nem sei por que você aceita isso. É a filha da ex dele. – Apontou
para a porta. – É uma enteada.
- Harry, ele
namorou a mulher quando tinha 20 anos, isso não significa nada. E você deve
respeito à ela. Todos nós devemos. – Harry revirou os olhos.
Gemma abriu
à porta ao toque da campainha e seu sorriso se iluminou ao ver quem ali estava.
- Você deve
ser a (S-N), entrem, por favor.
Com pouca
formalidade cumprimentaram à todos que estavam na casa. Os olhos de (S-N) foram
atraídas para dois globos verdes que brilhavam no canto da sala de jantar.
Harry a encarava dos pés à cabeça de forma invasiva e irritada.
Sentaram-se
à mesa. (S-N) em frente à Harry que apoiou-se no encosto da cadeira com os
braços cruzados. Hector sorria alinhadamente enquanto contava como havia sido a
viagem.
- A mesa
está linda, senhora Twist.
- Me chame
de Anne. – Sorriu. – Receio que não tenha conhecido meu filho mais novo: Harry.
– Passou as mãos pelo cabelo grande e cacheado do menino.
- É um
prazer Harry. – Ela disse com o sorriso que derreteria qualquer coração, até o
dele, se o seu orgulho deixasse.
- É claro
que é.
Anne
prontamente impediu que saísse qualquer outra coisa de má educação da boca de
Harry.
- Então, com
o que você trabalha, querida?
- Eu sou
escritora. Tenho quatro livros publicados.
- How you
give me hope. – Gemma disse alto, se envergonhando logo em seguida. – É um
livro lindo. É um dos meus preferidos.
- Obrigada.
– (S-N) sorriu.
A conversa
se estendeu por longos minutos enquanto Anne e Gemma levavam o jantar para a
mesa. E quando se sentaram o assunto se virou para o casal novo na sala.
- Vocês tem
algum tipo de relacionamento afetivo?
- Vamos nos
casar. – Hector respondeu beijando a mão de (S-N). – Em sete meses.
- Isso é
maravilhoso. – Anne sorriu.
- Eu até
gostaria de ver uns vestidos aqui mas eu não sei se vou ter tempo.
- Quando
vocês vão embora?
- Na sexta.
- Mas no
sábado é natal. – Gemma disse.
- É, eu sei.
Horas de
conversa se passavam enquanto (S-N) percebia o olhar intacto de Harry sobre
ela. Agora, tinha um misto naquele brilho, algo tênue entre a curiosidade e a
irritação.
Quando o
casal se moveu em direção à saída da casa, Harry se levantou e foi em direção à
cozinha pegando a jarra de água de dentro da geladeira. Ao se virar se deparou
com a mulher com a boca aberta.
- Caralho
garota. – Harry levou a jarra em direção à bancada enquanto pousava a mão sobre
o coração. – Você é muito silenciosa quando quer, sabia?
- Eu não
queria assustar. – Ela riu deixando o garoto indignado. Como ela podia ser
simpática depois de tê-la ignorado a noite toda?
- Se você
não percebeu, eu não gosto da sua presença.
- Eu percebi
Harry. Só quero um pouco de água. – Apontou à jarra.
Mesmo
relutante ele colocou água no copo que ela segurava firmemente. Era irritante
ouvir ela rir quando um pouco de água caía em seus dedos.
- Está
gelada. – Ela riu.
- Seria
estranho se não estivesse.
- Você é
engraçado irritado. – Ela riu e não percebeu quando ele abriu um sorrisinho
mínimo.
- Não acho
graça. – Se virou de costas para ela.
- Tudo
bem... – Se interrompeu enquanto dava goles altos. – Só queria que você
soubesse que a minha intenção não era te deixar bravo ou desconfortável na sua
própria casa. Eu não burra, Harry. Sei o que está acontecendo.
- Se você
quer evitar que eu fique bravo é melhor ir embora com o seu noivo boa índole,
não é?
- Certo. –
Ela sorriu. – Boa noite pra você também.
20 de
Dezembro, Inglaterra.
- O que está
fazendo? – Hector perguntou depois de terminar uma ligação.
- Estou
escrevendo, esse lugar é inspirador!
- Isso é
bom! Vou poder ler algum coisa?
- Quando o
primeiro capítulo estiver pronto, talvez. – Ele sorriu sabendo que ela com
certeza pediria sua opinião algumas páginas depois.
- Quem ligou?
– Ela desviou os olhos do computador.
- Ah, bem...
Foi a Ana. – Ele tossiu.
- Tem algo
que eu deva saber?
- Preciso
voltar amanhã. – Hector respondeu de uma vez.
- O que?
Hector você disse que iríamos passar a semana aqui.
- Mas você
vai. Eu só preciso voltar amanhã, na quinta eu volto.
- Você volta
na quinta, para na sexta irmos embora? – Murmurou irritada.
- Nós
podemos passar o natal aqui. Não seria maravilhoso?
- Sua mãe
nos odiaria por faltarmos no evento da família.
- Eu
converso com ela enquanto estiver lá. Escute, deixo o hotel pago e volto na
quinta e nós passamos a semana do natal aqui, o que acha?
Ela queria
batê-lo, enumerar quanta falta de responsabilidade e compromisso era aquela
atitude. Mas ela simplesmente não conseguia ficar brava com ele. Não quando os
olhos escuros dele brilhavam em direção aos dela.
- Tudo bem.
Hector
mordeu o lábio, sabia que não estava realmente tudo bem, mas logo ela deixaria
de estar brava.
Naquela
noite os dois jantaram em um restaurante tipicamente italiano à beira do Rio
Tâmisa. Mas a noite de despedida não foi exatamente como Hector imaginava que
seria.
21 de
Dezembro, Inglaterra.
Anne passava
os olhos pelas prateleiras procurando a marca certa de qual macarrão levaria
para o jantar quando um perfume conhecido lhe chamou atenção.
- (S-N)?
- Anne? – A
garota sorriu. – Oi.
- Que bom
ver você! Onde está o seu noivo?
- Ele teve
que voltar ao Brasil para resolver alguns problemas.
- Então você
está sozinha?
- É,
exatamente. – (S-N) sorriu sem graça.
- Oh, porque
não vem nos visitar?
- Eu
adoraria, mas estou louca procurando por um hotel. Tínhamos apenas duas
diárias, e o hotel não quer estendê-las porque nosso quarto já está alugado
para outra pessoa. E está difícil porque Londres fica lotada de turistas no
natal.
- Você pode
ficar na nossa casa, pelo menos até encontrar um lugar para ficar.
- Ah, Anne,
é muita bondade mas eu não quero atrapalhar.
- Não vai
atrapalhar, temos um quarto de hóspedes que não está ocupado. Bom, se decidir
alguma coisa, tem meu telefone.
(S-N) tentou
ligar para Hector pela quarta vez para informa-lo do problema com o quarto de
hotel e a falta de vaga em outros hotéis espalhados pelo centro da cidade.
Desligou o telefone, cansada com a cobrança da administração, e já com as malas
feitas. Abriu a gaveta, puxando de lá o telefone de Robin a deu na primeira vez
que se viram.
Explicou
para Anne sua situação, e a mulher concordou prontamente que a garota ficasse
um período curto em sua casa.
- Me
desculpe por isso Anne, de verdade, eu vou procurar um voo na quinta mesmo para
voltar.
- Ah querida,
não se preocupe. É ótimo ter você, que aliás, é uma ótima companhia quando meu
marido e meus filhos me deixam para ir à estádios assistir aos jogos. – (S-N)
riu, repentinamente imaginando qual seria a reação de Harry ao encontra-la lá.
- Me conta
mais sobre eles. – Pediu.
- Bom... A
gemma é estudiosa e uma grande fã sua. – (S-N) sorriu. – E o Harry... Bem, ele
é meio temperamental, mas tem um coração tão grande que eu desconfio que não
cabe no peito.
- Ele não
pareceu muito à vontade com a minha presença.
- Ele vai se
acostumar. Não se preocupe.
Pouco
depois, quando o jantar ficou pronto, Robin chegou com os enteados. (S-N) se
preparou para um discussão grande que a deixasse irritada a ponto de sair da
casa. Mas Harry, ao vê-la, simplesmente ignorou sua presença.
(S-N) não
havia pregado os olhos desde que se deitara na cama do quarto de hóspedes. Não
havia nada de errado com o lugar, só não era familiar. Pegou o celular e foi
até a sacada, tendo uma bonita vista do jardim bem cuidado que Anne fazia questão
de se gabar.
Discou os
números de Hector sem se importar muito com o horário que era no Brasil. Mas
mais uma vez sua ligação foi rejeitada. Suspirou alto, apoiando-se no parapeito
da sacada.
- Não
consegue falar com o seu noivo? – Ouviu a voz rouca de Harry perto, e ao olhar
para o lado o encontrou vestindo uma calça jeans escura, também encostado no
parapeito da sacada do quarto dele.
- Ele não me
atende...
- Talvez ele
esteja fazendo algo mais importante. Ou esteja com alguém mais importante. –
Ele riu, mas ela não fez o mesmo.
- Obrigado.
– Ela se virou para entrar no quarto quando ele chamou sua atenção mais uma
vez.
- Viu como
não é engraçado?
- O que?
- Ficar
irritado. Se sentir inseguro.
- Não sei
porque eu causo inseguranças em você, Harry.
- Porque
você está obrigando Robin a reviver algo que ficou no passado. Você quer que
ele volte a viver aquilo. Você acha que isso pode te aproximar da sua mãe, mas
não pode.
Por mais
duras que fossem suas palavras, ele não se importava realmente se iria magoá-la.
Harry queria mostrar à ela que reviver o passado não era a melhor forma de
conhecer a própria mãe.
- Eu sinto
muito se você acha que eu estou aqui porque acho que o Robin pertence ao que um
dia foi a minha família. Eu entendo o seu ciúmes. E eu sinto muito, mesmo.
- Não faça
isso. – Ele pediu.
- Isso o quê?
- Não tente
fazer com que eu me sinta culpado.
- Não Harry,
não estou. De verdade. Eu entendo você. Eu ficaria assim também, talvez até
pior. Eu só realmente não quero que você me odeie.
- Merda garota.
Como você pode ser tão bonita por dentro? – Ela riu. – Você não sente raiva não?
- Eu prefiro
não sentir.
Os dois
permaneceram em silêncio, Harry aproveitou-se disso para observa-la com um
pouco mais de cuidado. Ela tinha uma inocência transparecida no sorriso, e um
brilho divertido nos olhos. Ela era baixa e os braços eram mais grossos que o
normal, o cabelo estava preso de um jeito feio, em um coque que realmente não
valorizou os seus traços. As olheiras fundas indicando noites mal dormidas.
- Você
deveria ir dormir. – Ele disse.
- Quantos
anos você tem?
- 19.
- Eu tenho
22. Não me dê ordens, Harry.
Foi a
primeira vez que ele riu na companhia dela, e o som vibrante não passou
despercebido por ela.
- Então é
melhor que eu vá dormir, não acha, senhora?
(S-N) mordeu
o lábio ao sentir a pergunta que queria fazer presa em sua garganta.
- Harry?
- Hum?
- Você acha
mesmo que ele pode estar com outra pessoa agora? – Harry riu baixo.
- Ele é um
grande idiota se estiver. – Bateu a mão na grade. – A propósito, você fica
muito gostosa com esse pijama, dá pra ver os seus peitos. – Riu. – Boa noite.
- Droga. -
Sussurrou baixinho ao abrir os olhos e sentir o frio se acomodando pelo quarto.
Ouviu três batidas na porta. - Sim?
- Ah (S-N) –
ouviu a voz de Gemma. – O café da manhã está pronto.
- Tudo bem,
eu já vou descer.
Tomou um
banho quente após juntar forças para levantar da cama. Desceu as escadas com
dificuldade e encontrou a família reunida ao redor da mesa. Sentou-se tímida.
-Dormiu bem?
– Perguntou Robin.
- Muito bem,
obrigado.
- Conseguiu
falar com o seu noivo? – (S-N) sentiu um nó se formar em sua garganta.
- Ainda não.
– Harry abaixou o jornal no mesmo momento, atraindo o olhar dela para si. Ele
era tão bonito, na opinião de (S-N), quando se permitia sorrir era como se algo
novo acontecesse.
- Fiz
panquecas. –Anne sorriu. – Espero que goste!
- Ah sim,
claro.
Pouco depois
da primeira garfada (S-N) levantou os olhos e percebeu as grandes orbes verdes
grudadas em si. Sorriu disfarçada.
Harry chamou
o nome da garota pelo que deveria ser a quinta vez. Mas (S-N) nem sequer
chegava a se mover. Revirou os olhos, ficando de joelhos na cama fofa dela.
- Merda,
garota. – Empurrou-a. – (S-N), acorda.
- Hum?
- Desliga
esse celular, pelo amor de Deus.
Ela levantou
depressa, deixando o garoto assustado. Harry não aguentou e riu ao ver o estado
cômico da menina: pijama desengonçado, o cabelo bagunçado e a cara de sono.
Nada que a diferenciasse muito dele.
- Oi? – Ela
disse em um idioma diferente.
- (S-N)?
Amor? – Ouviu a voz de Hector e rapidamente corrigiu sua postura, deixando
transparecer a sua irritação. – Ah querida, eu sinto muito. Eu tive uma reunião
o dia todo ontem, e quando voltei para casa descobri que deixei meu carregador
com você. Eu sinto muito mesmo.
- Sentir
muito não muda nada. – Passou a mão pela testa, lembrando que Harry ainda
estava ali, deitado em sua cama. – Eu precisa muito falar com você, não era
bobagem.
- Tudo bem,
não está brava, está?
- Estou! Mas
não tenho tempo para isso. Me tiraram do hotel.
- O que?
- O quarto
estava reservado, não poderia ficar de qualquer forma.
- E onde
você está?
- Bem... Na
casa do Robin.
- Ah meu
Deus, você não conseguiu outro hotel?
- Não...
- Tudo bem,
amanhã eu chego ai e nós vemos...
- Não! Eu
não quero que você venha. Eu vou embora amanhã.
- Pensei que
passaríamos o natal ai!
- Isso foi
antes de eu ter sido abandonada.
- Eu já pedi
desculpas por isso...
- Isso não
importa, não ficaremos aqui.
- Tudo bem,
tudo bem. Eu vou comprar a sua passagem e te envio.
- Eu mesma
compro, não se preocupe.
- (S-N) não
fica assim comigo...
- Está tudo
bem, Hector. Só estou dizendo que eu mesma posso fazer isso. De qualquer forma
eu tenho que ir agora.
- Tudo bem.
– Suspirou. – Eu te amo, tá?
- Também te
amo.
(S-N) jogou o corpo no colchão, ao lado do de
Harry e suspirou profundamente, sentindo o cheiro amadeirado dele entrar suas
narinas.
- Problemas?
– Ele perguntou.
- Acho que o
problema sou eu.
- Pensei que
vocês mulheres odiassem essa desculpa. –
Ele riu. – Você está tão irritada com ele que não quer mais o ver?
- Eu nem
estou tão irritada assim... mas não é a primeira vez que eu sou abandonada por
ele, acredita que uma vez...
- Ei, ei,
ei. – Harry a encarou. – Se eu quisesse saber sobre a sua vida compraria seus
livros.
(S-N) abriu
a boca algumas vezes sem deixar que algum som realmente saísse dela. Estava
chateada com o comportamento de Harry, sentia que precisava falar com alguém,
como o seu noivado com Hector estava indo de mal à pior. Pelo menos em sua
mente.
- Meus livros
não falam sobre mim...
- E se
falassem ninguém compraria e você não teria metade do dinheiro que tem.
- O que? –
Perguntou irritada, se virando para ele.
- Ah, qual é
(S-N). Diga-me o que tem de interessante na vida de uma mimada? O seu noivado
maravilhoso? A sua vida financeiramente estável? As suas viagens para
divulgação do seu livro? Legal. Mas e as suas aventuras? O que você faz de novo?
De perigoso? – Harry aproximou seu corpo do dela lentamente, sem a deixar
perceber o que estava fazendo. – Diga-me, (S-N), quando foi a última vez que
você fez uma coisa pela primeira vez?
Harry ergueu
as sobrancelhas esperando por uma resposta que sabia que não viria. Mas, lá no
fundo, esperava que o seu discurso ridículo a afetasse de alguma forma.
Levantou-se de cama, sem se importar com a calça jeans que estava caindo e
deixando sua boxer cinza aparecer.
- Aliás. –
Parou no batente da porta. – Meus pais saíram, disseram que vão voltar só de
madrugada. Se estiver com fome, levanta essa bunda grande da cama e faça algo
para si. Ah, e se fizer, faça pra mim também.
- Bunda
grande? – Perguntou olhando para o teto. – Você é bem observador, senhor
Styles.
Harry riu.
- Você ainda
não viu nada, senhora calcinha de pandas.
(S-N)
murmurou um palavrão baixo antes de certificar que Harry já havia deixado o
quarto, abaixou um pouco o short do pijama vendo que a calcinha que usava era
compatível com a descrição de Harry.
- Ele é bom.
– Deu de ombros.
Assim que
sentiu o estômago revirar, (S-N) desceu as escadas para procurar algo que
pudesse fazer para ela, Gemma e talvez Harry. Mas ao chegar na cozinha
encontrou uma cena que nem em um milhão de anos ela pensou que presenciaria:
Harry com um avental de flores enquanto tentava inutilmente cozinhar alguma
coisa. Ela riu alto, fazendo o garoto se assustar e queimar o dedo.
- Droga,
(S-N). O que tá fazendo aqui? – Harry
tirou rápido o avental.
- Eu ia
cozinhar, já que você não pode fazer isso.
Harry
experimentou o molho e fez uma careta em seguida.
- Eu
desisto. – Jogou as mãos para o alto. – Esse tal de molho barbecue não é pra
mim!
- Por que
não fez algo mais simples, Harry? – Ela chegou ao seu lado, olhando o caderno
de receitas.
- Pensei que
estivesse com fome. – Respondeu.
- Está
tentando me impressionar, Styles?
Ele riu, se
aproximando.
- Não é por
nada não, moça. Mas meu sobrenome fica muito sexy saindo da sua voz.
- Sai Harry.
– Ela empurrou ele, sorrindo.
Por sua vez,
Harry empurrou-a com o quadril. Fazendo-a gargalhar.
- Vamos, eu
vou te ajudar. – Ela começou a pegar ingredientes para começar o molho do zero.
- Então você
sabe cozinhar?
- O básico.
Harry parou
de cortar a cenoura quando ouviu a garota distraída, cantando alguma música
baixinho, em outra língua que ele deduziu ser em português. Por mais que nunca
fosse admitir, gostava do som da voz dela. E do sorriso.
- Traduz? –
Ele pediu, baixinho com um sorrisinho que marcava suas covinhas.
- Ás vezes
no silêncio da noite... – Ela começou, sem vergonha. – eu fico imaginando nós
dois. Eu fico ali sonhando acordado, juntando o antes, o agora e o depois. Por
que você me deixa tão solto? Por que você não cola em mim?
Harry sorriu
mais uma vez, e se não estivesse tão envolvido pelo clima calmo da cozinha
teria se repreendido por sorrir tantas vezes na presença dela.
- Tô me sentindo
muito sozinho. Não sou nem quero ser o seu dono, é que um carinho as vezes cai
bem. – Ela sorriu, encarando-o. – Eu tenho os meus segredos e planos secretos,
só abro pra você e mais ninguém. Por que você me esquece e some? E se eu me
interessar por alguém? E se ela de repente me ganha?
Harry
levantou o rosto, encarando o nada. Deixou ser levado para dentro da mente
dela, pensou que talvez ela já não estivesse só cantando.
- Quando a
gente gosta é claro que a gente cuida. Fala que me ama só que é da boca pra
fora, ou você me engana ou não está madura. Onde está você agora?
(S-N)
terminou e deu um sorriso triste para Harry e ele quase sentiu vontade de se
bater por tê-la feito parar de sorrir daquele jeito encantador.
- Essa foi a
última vez. – Ela disse, concentrada na receita.
- O que?
- Foi a
última vez que eu fiz algo pela primeira vez. Eu nunca cantei para ninguém.
Pelo menos... Não para alguém que me escutasse sem me interromper dizendo que
eu sou uma péssima cantora. – Riu.
- Eu gosto
da sua voz. – Ele disse.
- Eu gosto
das suas covinhas. – Harry riu.
- Bem, isso
já é alguma coisa!
Os dois
passaram um tempo em silêncio enquanto terminavam de cozinhar. Harry sentia-se
leve ao lado dela, era como se ela fosse capaz de tirar todas as suas preocupações
da sua cabeça. Nos tempos ao lado dela ele conseguia simplesmente estar ali.
Não havia aquela sensação de estar rodeado de pessoas, e ainda assim se sentir
sozinho. Ele não viajava, não se perdia no próprio mundo, simplesmente porque
ele queria estar ali com ela. Ela fazia ele querer.
- Onde está
a Gemma?
- Foi dormir
na casa de uma amiga da faculdade.
- Ah claro.
- Você faz
faculdade, Harry? – Ele riu.
- Biologia.
- Gosta de
animais?
- É bem mais
fácil lidar com eles.
- Estou
ficando cansada, Harry. – (S-N) disse sonolenta na sétima partida de cartas.
- O que você
acha de jogarmos uma coisa nova?
- Tipo o que?
- Já ouviu
falar de strip pôquer?
- Ei! – Ela
murmurou alto. – Olha o respeito. Eu não vou jogar strip pôquer com você.
Aliás, eu nem sei jogar pôquer.
- Então
podemos pular para a parte que você fica nua para mim. – Ele disse com a voz
carregada de malícia.
- Você não
presta.
- Você
deveria me agradecer. – Harry voltou a atenção para as cartas.
- Ah é? E
por que?
- Por estar
tentando tirar você dessa sua vidinha monótona. Aposto que você e o Hector só
conhecem papai e mamãe.
- Você está
enganado! – Ela disse mais alto que o normal. – Não sei o que te leva a pensar
que eu sou sexualmente frustrada.
- Está
escrito na sua testa, (S-N).
- Harry...
- Aposto que
você nunca gozou de verdade.
- Senhor!
Você é uma criança, o que sabe sobre isso?
- Muito mais
que o seu noivo! – Ele disse irritado.
- Acho que
essa sua implicância com o Hector não passa de inveja. – (S-N) engatinhou até
Harry, que não lutou para não desviar o olhar para a bunda da mulher. – Ou
talvez ciúmes. Você queria ser como ele, Harry?
Harry riu
ironicamente, empurrando ela com força contra o sofá, deixando-a presa entre
suas pernas.
- Não, eu
não gosto de comer uma megerazinha irritante como você. – Desceu os olhos pelo
rosto dela, enquanto sua mão fazia o caminho inverso, subindo pela curva do seu
seio. – Olha só pra você. Eu mal te toquei e você está toda arrepiada! Está
molhada também, (S-N)?
- Se você
acha que surte algum tipo de efeito sobre mim...
- E não? –
Harry levou sua mão para a parte interna da coxa da menina de forma rude,
enquanto seu rosto se escondeu na curva do pescoço dela. – Eu posso sentir a
sua vontade daqui.
- Eu não
quero. – Ela disse em um sussurro enquanto sentia um leve contato entre os
lábios dele e sua pele.
- Não? Não
me quer?
Harry subiu
a mão em direção à intimidade dela, apertando-a devagar, sentindo os dedos,
mesmo que impedidos pela calça, deslizando facilmente.
- Parece que
eu estava certo de novo, (S-N). – Apertou a intimidade da mulher mais uma vez,
prestando toda atenção para ouvir o gemido baixo que ela deixou escapar por
entre os lábios entreabertos. – Você gosta disso, não gosta? Gosta que eu te
toque assim!
Imediatamente
ele soube que havia ido longe demais, seu plano era fazê-la correr atrás dele. De
um modo tão desesperado que ela se sentiria aliviada e não arrependida no dia
seguinte. Ele, então, parou com qualquer toque sobre a pele macia e cheirosa da
mulher, se afastando repentinamente até o seu quarto.
Por mais que
o volume recém formado em sua calça o deixasse totalmente irritado e frustrado,
Harry fora dormir com um sorriso no rosto. Infelizmente, o toque da pele quente
dela ainda estava vivo no seu corpo, e ele passou horas pensando em como queria
aquilo. Queria de verdade. Queria as mãos delas enroscadas em seu cabelo
enquanto ele a apertava, ou a beijava. Queria sentir o suor da pele dela se
misturando com o seu. Queria que ela gemesse daquele jeito, baixinho, no ouvido
dele. Mostrando que ela estava sentindo tudo aquilo unicamente por culpa dele.
Ah, só ele sabia o quanto ele queria que ela esquecesse a porra do noivo e se
entregasse de corpo e alma para ele.
- Bom dia,
querida. – Anne falou animada ao ver a garota descendo as escadas com os olhos
inchados e o cabelo bagunçado. Harry fez uma careta ao vê-la.
- Bom dia. –
Ela sorriu. – O que é tudo isso? – Apontou as malas com o rosto.
- Ah, bem.
Faltam dois dias para o natal. Nós passamos todos os natais na fazenda. Todos
os nossos familiares se reúnem lá.
(S-N)
sentou-se ao pedido mudo de Anne, que lhe serviu um pouco de café, que
instantaneamente a garota misturou com leite.
- Seria um
honra se você viesse conosco.
- Oh Anne,
eu adoraria, mas tenho que voltar para casa. Comemoramos o natal com a família
do meu noivo, ele detestaria se eu não estivesse lá e...
- Na
verdade, ele parece não se importar. Caso contrário, já teria te ligado
convidando, não acha? – Harry respondeu, recebendo um olhar repreendedor de
Anne. Ela tinha um daqueles olhares que, independente da sua idade, faria você
se calar.
- Não ouça o
que ele diz. – Disse Robin, sorrindo enquanto virava a página do jornal.
- Bom, de
qualquer forma. Se mudar de ideia iremos hoje de noite.
- Tudo bem.
(S-N) terminou
o seu café em silêncio, fazendo o máximo para não levantar os olhos para Harry
que conversava animadamente com Gemma. Era tão estranho estar tão perto e tão
afastada dele. Era como se o seu toque ainda estivesse gravado em sua pele.
Subiu
silenciosamente para o quarto de hóspedes tentando novamente ligar para Hector
e contar sobre o pedido de Anne, mas, pelo que deveria ser a décima vez sua
ligação foi ignorada. Sabia que o noivo era extremamente ocupado,
principalmente naquele horário, mas era decepcionante querer conversar com ele
e saber que há outras coisas que serão priorizadas. Coisas que não são você.
Desceu as
escadas, levemente irritada, e encontrou a família sentada no sofá e discutindo
qual seria a ceia de natal este ano. O olhar de todos, menos de Harry, pararam
surpresos na menina.
- Eu aceito
passar o natal com vocês, se não for incomodo, é claro.
Robin sorriu
grandioso e de um jeito, diria ela, paternal. Anne levantou-se e insistiu em
ajuda-la com sua mala. Mas (S-N) se sentiu incomodada ao deixar outra pessoa
mexer em coisas pessoais.
Pouco depois
do almoço (S-N) saiu apenas com a sua bolsa, dizendo que voltaria logo. Harry
saíra pouco depois, com Joe e Ashton.
Harry andava
pela cidade enquanto ouvia vagamente os amigos conversarem sobre a festa que
iriam logo após a comemoração do natal com a família. Não que ele não estivesse
desinteressado, até estava, mesmo que não fosse participar da tal festa. Mas
algo lhe chamou a atenção enquanto eles passavam pela calçada de uma loja de
noivas. Pela grande janela de vidro ele pôde ver (S-N) com um longo vestido de
alcinha, olhava para o espelho à sua frente com um rosto iluminado. Enquanto
para ele nada daquilo fazia sentido, para ela, parecia que as coisas estavam se
esclarecendo.
Na opinião
dele, ela era tão nova para se comprometer com um babaca que era capaz de negar
uma viagem cheia de passeios e tardes de sexo com ela, só para passar o tempo
resolvendo o problema dos outros. Aos olhos de Harry ela parecia incrivelmente
solitária ali sozinha. Bateu com dois dedos no vidro, chamando a atenção dela,
que imediatamente corou ao vê-lo ali. Harry sorriu pequeno, ignorando os
chamados dos amigos. Entrou na boutique sobre o olhar curioso de algumas
vendedoras elegantemente vestidas e seguiu até a sala onde a mulher estava.
Apoiou seu
corpo no batente da porta enquanto a observava desajeitada com o vestido longo,
procurando um véu que combinasse.
- Seus
peitos ficaram legais nele. – Murmurou, assustando-a.
- O que está
fazendo aqui?
- Não faço
ideia, mas pensei que talvez você quisesse dividir esse momento com alguém.
- Eu até
queria, com alguém que não fosse totalmente ignorante.
- Eu não sou
ignorante. Só porque eu acho que esse casamento é a maior burrada da sua vida e
que o seu noivo não passa de um babaca que não consegue, ao menos, te
satisfeita?
Ela suspirou
irritada, fechou os olhos, contando até dez.
- Você não
sabe de nada da minha vida, Harry. Se for pra me deixar assim, vá embora.
Prefiro ficar sozinha.
Ela disse
enquanto o encarava seriamente pelo espelho. Harry sentiu-se culpado enquanto
encarava os olhos aborrecidos. Sabia que a tristeza não era de todo culpa dele,
era também de Hector, que simplesmente a ignorava tantas vezes.
Ficaram um
tempo em silêncio, até que ouviu a voz chorosa de (S-N) se dirigir à vendedora.
- Eu estou
horrível. – Tirou o véu. – Pode me dar um tempo para pensar? – Pediu. A
vendedora assentiu calada e deixou a sala com somente os dois dentro.
Harry a
analisou de corpo inteiro, era diferente e estranho vê-la dentro de uma roupa
tão formal, mas não podia deixar que ela tivesse um pensamento tão negativo
sobre si.
- Você está
muito bonita. – Sussurrou, esfregando uma mão na outra. – Acho que nunca vi uma
noiva tão bonita quanto você.
Ela olhou-o
mascarando sua surpresa. Ele estava sério, até demais. Soube então que poderiam
conversar civilizadamente.
- Não que eu
tenha visto muitas noivas. – Ele riu, fazendo-a sorrir.
- A mãe de
Hector quer que eu use um vestido repleto de pedrarias. – Disse. – Mas eu gosto
dos simples.
- Quem vai
se importar com qualquer outra coisa que você esteja vestindo? Todos vão olhar
para você, para o seu rosto, e ver como você é bonita naturalmente. – Ele disse
sem jeito.
- Foi a
coisa mais doce que você já me disse, Harry.
- Não se
acostuma. – Ele riu. – Agora vamos, minha mãe vai nos matar se não chegarmos a
tempo em casa.
- Gemma,
vire à esquerda. – (S-N) disse enquanto tentava se encontrar naquele mapa.
- Nem
pensar, eu sempre viro à direita.
- Mas Gemma
o mapa está dizendo que...
- Não sei
por que minha mãe te deu um mapa, sério, eu conheço o caminho. – Teimou.
As duas
rodaram por uma hora e meia até encontrar um posto de gasolina. Gemma pareceu
um tanto quanto nervosa quando atravessou o posto.
- Não
estamos no caminho certo, não é?
- Bem, este
posto não estava ai antes...
- Certo,
Gem. Estamos encrencadas, vamos até o posto e perguntamos onde fica a estrada
certa.
- Nem
pensar! – Ela disse alto, observando enquanto (S-N) a olhava curiosa. – Uma vez
assisti um filme em que uma mulher pedia informações no posto, e no dia
seguinte ela era estuprada pelos homens que lhe deram a informação.
(S-N) riu
alto:
- Ai meu
Deus, Gem. Tudo bem, eu pergunto, você pode até se esconder para que eles não
te vejam. – Revirou os olhos.
Depois e
pedirem informações sobre o caminho, descobriram que Gemma deveria ter virado
para a esquerda. Em poucos minutos a estrada de terra e a porteira apareceu no
campo de visão das duas. Gemma suspirou em alívio.
Depois de
explicar o que houve e de cumprimentar os parentes da família, alguns destes
que a olharam feio, (S-N) foi até o quarto que dividiria com Gemma e suas
primas e trocou de roupa.
Ao descer
começou a andar pela fazenda, observou o lago, quase congelado. O campo, as
florestas ao redor, com os galhos cobertos por neve. O único lugar onde eles se
esforçavam para tirar a neve era onde ficavam os cavalos. Andou até o estábulo.
Observando adoravelmente os quatro cavalos que estavam ali. Aproximou-se de um
cavalo marrom com a crina incrivelmente bonita e penteada. Mas ele se afastou
vagarosamente, assustando-a.
- Ele vai te
odiar se você se aproximar assim de novo. – Ouviu a voz rouca de Harry atrás de
si.
- Ah... –
Observou enquanto Harry se aproximava com um cavalo. Observou que ele estava
sem roupas adequadas para a temperatura que fazia lá fora.
- Não está
com frio?
- Eu estava
cavalgando até agora, acredite ou não, isso me dá um calor. – Ele riu.
- Cavalos
bonitos.
- Eu sei.
Você quer cavalgar?
- Eu não sei
fazer isso. – Ela riu.
- Você vem
comigo, ué.
(S-N) parou
para pensar, mas era algo totalmente novo para ela. Despertou sua curiosidade.
- Escolhe um
cavalo. – Ele disse.
Ela sorriu
travessa e apontou para o cavalo marrom, o qual a rejeitara. Harry riu.
- Você é
corajosa. – Abriu a pequena porteira, deixando que o cavalo saísse lentamente.
– Thor, amigão, essa é a (S-N). Ela é meio estranha assim mesmo, mas você tem
que ser um bom garoto, e não quebrar o braço dela, certo? – Sussurrou,
fazendo-a revirar os olhos. – (S-N), esse é o Thor.
(S-N) acenou
com a cabeça, enquanto Harry negava com o rosto e murmurava “começou bem”.
Saíram pelo
campo, onde havia uma cerca de madeira que os impediam de ir muito longe. A
neve era baixa e Harry garantiu que o cavalo tinha perfeitas condições de
caminhar naquele local.
(S-N) se
posicionou para subir no cavalo e ao colocar um pé na corrente da sela, deu
impulso –insuficiente- tentando subir no animal. Seu impulso, porém, apenas
serviu para joga-la para trás. Harry a segurou, impedindo que ela caísse na
neve, e riu ao ver o quão desajeitada ela podia ser. A segunda tentativa
melhorou seu desempenho, mas somente na terceira ela conseguiu subir em cima do
cavalo. Harry subiu logo atrás dela, passando suas mãos ao redor dela e
segurando em uma espécie de corda que ele garantiu ser seguro.
Com os
primeiros passos do cavalo ela sentiu seu corpo sofrendo um impulso para trás,
de encontro com o de Harry. Que, imediatamente, deixou a coluna ereta, e os
músculos rígidos. Ele era confortavelmente quente e macio. Aquela pessoa que
você poderia abraçar na hora de dormir sem se cansar.
O passeio
foi curto, mas ela quase não prestou atenção na sensação de andar de cavalo, o
que a tomava era o torpor do peito de Harry se encostando em suas costas, os
braços ao seu redor, como se oferecessem algum tipo de proteção. Harry,
disfarçadamente, afundou o nariz entre os cabelos dela, inspirando o cheiro de
flores e frutas que ela tinha. Harry deixou que ela andasse uma segunda vez,
mas sozinha, enquanto ele segurava e guiava o cavalo. Até que Anne aparecesse
avisando que o chá da tarde estava pronto.
Ao entrarem,
uma garota de longos cabelos loiros se atirou em cima de Harry com uma risada
escandalosa. Harry riu também, a abraçando de volta. (S-N) franziu o cenho,
cruzando os braços. Gemma sussurrou em seu ouvido “Leona. Não ligue para ela.”
Leona sequer
notou a presença de (S-N) ali, puxou Harry para qualquer canto. Foram
apresentadas horas depois, quando a hora do jantar se aproximava. Leona e sua
irmã mais velha, Flora, dormiriam no mesmo quarto que (S-N) e Gemma.
(S-N) estava
adormecida quando ouviu murmúrios das duas irmãs, deixou os olhos pesados,
apenas prestando atenção na conversa.
- Gemma
disse que eles não namoram. – Murmurou Leona. – Você acha que ela está
realmente dormindo?
- Ela está
desmaiada aí há horas. Por que?
- Eu estava
morrendo de saudades do Harry. –
Flora riu:
- O que vai
fazer, seduzir ele até que ele te queira novamente?
- Eu não
perder um homem como o Harry!
- Leona,
acorda. Ele não tem olhos para você.
- Não foi o
que pareceu da última vez.
- Ele estava
bêbado.
- Não estava
não! Isso foi só a desculpa que ele usou para não contar que me queria
realmente.
Durante o
jantar (S-N) percebeu indiretas da parte de Leona. Sentiu-se enjoada, ao olhar
para o colo de Harry e var a perna da garota provocando as deles, enquanto ele
ria de lado e negava com o rosto.
Após o
jantar em família, (S-N) tentou mais uma vez ligar para Hector, que
aparentemente decidiu ignora-la completamente, apenas mandando uma mensagem com
“você poderia ter me avisado que agora tem uma nova família”. Ela simplesmente
não suportava a ideia de ter Hector bravo com ela.
Tomou um
banho quente em uma das duchas enquanto a família comia doces e conversavam
alto na sala de jantar. Ouviu a porta ser aberta vagarosamente e assustou-se
abrindo o box enquanto escondia o corpo em uma toalha. Harry entrou e ao vê-la
em seu desespero, riu, fechando a porta atrás de si.
- Harry, eu
estou ocupada, saia por favor.
- Qual é
(S-N), você não tem nada que eu já não tenha visto antes.
- Ai meu
Deus. Quem foi que te deu essa privacidade toda?
- Só vou
escovar meus dentes, não vou te atacar, termine seu banho aí, vai. – Sussurrou
em seguida. – Não vou te atacar, a não ser que você queira.
- Harry! –
Repreendeu.
- Tudo bem!
– Ergueu as mãos em redenção. – Só estava sugerindo.
(S-N) mordeu
o lábio enquanto olhava para Harry, que escovava os dentes distraído. Olhou-a
por um momento, percebendo o quanto estava quieta. Revirou os olhos.
- Você está
chateada e quer alguém para desabafar, não é?
- Você me
conhece tão bem. – Ela sorriu, enquanto ele fazia uma careta.
- O babaca
do seu noivo não te deu bola de novo?
- Estou
começando a acreditar que eu não faço muita diferença.
- (S-N),
para de ser idiota. Ele está lá, curtindo a vida e você ai igual uma boba
querendo que ele se importe. – suspirou. – Por que você dá mais valor para quem
realmente se importa? - (S-N) abriu a boca, mas sabia que nada do que dissesse
tiraria as verdades das palavras dele. Harry deixou-a sozinha para que
terminasse seu banho, o que ela fez rapidamente.
Durante a
madrugada, (S-N) não havia pregado os olhos, levantou devagar, sem deixar que
as outras garotas percebessem. Contou os passos até a porta de madeira branca
que estava fechada, mas não trancada. Abriu devagar, rindo com o fato de que Harry
sentia-se sortudo por ser um dos únicos homens da família e por isso tinha um
quarto só para ele.
Aproximou-se
da cama vazia estranhando o fato. Estranhou mais ainda quando sentou-se nela e
simplesmente pôs-se a esperar por ele, que talvez tivesse descido para tomar
água. Era estranho como ela sentia que queria procurar ele quando estava
magoada. No começo, as palavras duras de Harry a afetavam mais do que o próprio
abandono de Hector, mas era como se agora ela achasse adorável a forma como ele
a repreendia na intenção de mostra-la a verdade.
Harry era
uma das poucas pessoas que eram sinceras com ela. E ela gostava disso, mesmo
que na maior parte das vezes, a sinceridade doesse.
Deitou-se na
cama com o rosto afundado no travesseiro dele, sentindo aquele cheiro
confortável da pele dele. Algo vindo do banheiro do quarto a distraiu, fora um
soluço baixo. Cuidadosa, ela se levantou e colou os ouvidos na porta. Ouviu um suspiro, seguido de um barulho
diferente, que ela conhecia de algum lugar. Outro suspiro, seguido de um
gemido.
Ai meu Deus.
Pensou.
Harry estava
se masturbando? Colocou as mãos na boca para não fazer barulho algum, sorriu e
voltou a ouvir os gemidos baixos que ele soltava. Céus, como era bom ouvir os
sons que saiam de sua boca. Mordeu o lábio, roçando uma perna na outra. Ouviu
um gemido mais alto, fechando os olhos e imaginando o que exatamente estava
acontecendo naquele momento. Logo depois, um suspiro de alívio. Parte dela
sentia-se perversa e intrusa, parte dela excitada. Os movimentos voltavam e ela
sorriu ao pensar que ele não havia desistido.
O mundo
parou quando ela ouviu seu nome sendo sussurrado em um pedido sôfrego de
alívio. Ela mesma suspirou, afastando-se em seguida com medo de ter sido pega.
Ponderou por vezes o que faria. Não iria simplesmente conseguir olha-lo no dia
seguinte sabendo que ele estava pensando nela enquanto se masturbava. Sua
excitação estava em níveis altos, mordeu os lábios sabendo que não podia
simplesmente voltar para o quarto das meninas e tentar se aliviar também.
(S-N)? –
Ouviu a voz dele, bem mais rouca que o normal, e fechou os olhos deliciando-se
com a voz “pós-sexo” dele. Seu devaneio logo passou quando ela percebeu que
havia sido pega. Harry estava soado, com as bochechas coradas e a respiração
ofegante. Não parecia envergonhado. Talvez a possibilidade de ter sido pego não
tivera passado por sua mente.
Em um ato de
coragem e insanidade, (S-N) andou até ele, segurando seu rosto entre as mãos e
grudando os lábios aos dele ferozmente. Harry sabia que era cedo demais, queria
a mulher completamente louca por ele. Mas simplesmente não podia nega-la quando
ela vinha tão cheia desejo daquela forma.
Harry deixou
a toalha que segurava cair no chão e agarrou a cintura da garota, prensando-a
contra a parede, sua mão subiu até o cabelo dela, puxando-o fortemente, lhe
causando alguma dor extremamente prazerosa. Os lábios travavam uma guerra por
poder, enquanto as línguas se entrelaçavam, causando uma euforia desconhecida
nos dois. Ela era tão deliciosamente excitante que Harry simplesmente não
conseguia controlar os instintos selvagens que se apoderava dele. Ela, no
entanto, não estava tão diferente. Precisava imensamente daquilo, precisava
daquela rigidez. Queria ouvi-lo xingar ela de nomes sujos, e sussurrar
sacanagens em seu ouvido, como ela sabia que ele fazia.
Separaram os
lábios quando o ar faltou, e Harry desceu sua boca pelo pescoço dela, abaixando
rudemente o decote do pijama dela, sentindo, sem querer, o mamilo dela contra a
sua mão. Suspirou com raiva quando percebeu que ela não usava sutiã para
dormir. E aquilo, para ele, era excitante.
Harry sentia
que podia explodir enquanto apertava o peito dela entre sua mão grande, e ouvia
o gemido baixinho dela soar inocente em seu ouvido. Suspirou duas vezes contra
o pescoço dela, puxando sua cintura e a atirando contra a cama. (S-N) sorriu de
lado.
- Droga. –
Ele sussurrou. – O que você está fazendo?
Ela sorriu
antes de responder com uma voz absurdamente sensual:
- Eu gosto,
Harry. De quando me toca assim. Eu fico molhada só de te ver por perto. –
Sussurrou de volta, usando as palavras dele, contra ele.
Harry rugiu
baixo, segurando os braços da garota ao lado da cabeça dela, assistindo-a ficar
totalmente submissa em baixo do seu corpo.
Suspirou com
os olhos apertados enquanto ela se deliciava sentindo o volume dele pressionado
contra a sua barriga.
- Não faz
assim. – Ele sussurrou. – Eu não quero me decepcionar ao te ver arrependida
amanhã.
- Eu não vou
Harry. Eu quero.
Não bastou
muito mais que algumas palavras de incentivo para que Harry voltasse seus
lábios com agressividade para o dela. Levantou o olhar, vendo o conjunto de
pijama dela e sorriu de lado, sussurrando um “tire para mim”. Levantou-a,
empurrando até a frente da cama, onde ela, sensualmente, levantou a blusa do
pijama descobrindo cada pequena parte do seu busto. Abaixou o short enquanto
movimentava o quadril, e ria pelo estado desesperado dele, tanto quando o dela.
Harry não
pode deixar de reparar na pequena tatuagem que ela tinha abaixo do seio. Mas
não se importou muito com o seu significado enquanto passava a língua nele.
Passou a língua por cada palavra da tatuagem, mostrando que logo depois que
terminassem ele adoraria saber o que significava.
Desceu a
língua assustadoramente gostosa –na opinião dela- por toda a barriga da menina,
até o quadril, onde pegou-a de surpresa. (S-N) instintivamente fechou as
pernas, abrindo os olhos assustada, assustando-o também.
- Harry, o
quê...
- Você não
gosta? – Ele perguntou.
- Eu
nunca... – Ela respondeu envergonhada ao ver o entendimento passando pelo
semblante dele.
- Você está
brincando que nunca recebeu um oral? – ela negou, ainda com as pernas fechadas.
– Você vai gostar! É só um carinho.
Harry
afastou as coxas dela com sua palma, e admirou a intimidade da garota. (S-N)
sentiu-se como uma adolescente ao ser tão apreciada como da forma que Harry
fazia.
- Fecha os
olhos, apenas sinta. – Ele sussurrou, já com as palavras batendo no órgão da
garota. Sua língua percorreu todo o caminho da intimidade dela, deixando um
rastro molhado. Viu os dedos do pé dela se curvarem e a pele se arrepiar e
continuou o carinho. Ela tinha um gosto absurdamente bom, na opinião dele.
(S-N) podia ouvi-lo engolir a saliva a cada vez que a língua ou os lábios dele
exploravam sua intimidade.
Harry não
teve muita paciência, mas controlou-se para a deixar sentir tudo o que deveria.
Pouco depois os corpos estavam unidos em um só. Harry segurava a cintura dela,
beijando toda e qualquer parte de pele que encontrasse. Ela era incrivelmente
apertada, de uma forma que refletia em seu membro, que pulsava dentro das
paredes dela. Ela gemia baixo, de um jeito que ele nunca havia escutado antes.
Era sensual, inocente, era como se pedisse por mais discretamente.
Os corpos
estavam cobertos por uma fina camada de suor, os cabelos de compridos de Harry
se enrolavam nos dedos dela. Ele a puxou para o seu colo, deixando que ela
fizesse o trabalho por si só, se deliciando com a visão dela se movendo sobre
ele.
Quando
sentiu a intimidade dela se contraindo com mais força, segurou-a pela cintura,
dobrando as pernas e movimentando seu membro com mais força para dentro dela.
As pernas de (S-N) se apertaram na cintura dela, enquanto seu corpo todo se
contraia, e ela mordia o ombro de Harry para não gemer alto demais. Ele, aos
poucos, sentiu o líquido dela escorrendo por seu membro.
Harry caiu
sobre (S-N) completamente exausto, sem se importar muito se esmagaria ela com o
seu peso. Os dois haviam transado na cama, no pequeno colchão que ficava na
janela, na pia do banheiro, e no box, quando os dois tinham a intenção de
apenas tomar banho.
Ela o
abraçou pela cintura, descendo uma mão para a bunda dela, enquanto o ouvia rir
sem força alguma. O peso quente ele era confortável quando jogado sobre o seu.
Harry beijou seu ombro algumas vezes, para depois se jogar ao lado dela na
cama.
(S-N)
imediatamente abraçou o corpo de Harry, acariciando-o por toda parte. E Harry
riu ao descobrir o que não imaginava: ela ficava extremamente romântica e
carinhosa depois do orgasmo. Era adorável como ela se enroscou nele, que por
sua vez a abraçou de volta. Fechou os olhos aproveitando a sensação, quando
ouviu o sussurro o longe, sem ao menos perceber que ela já não estava mais
agarrada à ele.
“- Eu sinto
muito.”
E depois,
somente o barulho da porta sendo fechada e o torpor do sono tomando conta de
si.
(N-A): Olá, depois de muito tempo! Espero que gostem desta primeira parte. Estou com novidades para o blog que pode virar um site. Ficou curioso? É só entrar no grupo e ler mais sobre isso. Beijos, até o próximo.
Continua amei :3
ResponderExcluirCara, estou totalmente apaixonada por esse imagine <3 continua logo, tá perfeito
ResponderExcluirIncrivel.
ResponderExcluirMaravilhoso.
ResponderExcluirAnsiosa.
ResponderExcluirSimplesmente apaixonada 😍😍😍😍😍
ResponderExcluirComo sempre você arrasa, continua linda pq a história está perfeita, já estava sentindo falta da sua escrita, q é tão envolvente.. bjks..
ResponderExcluirFicou mais do que perfeito. Continua por favor!
ResponderExcluir-Leti
Perfeito!!! Continua
ResponderExcluirSou nova leitora, e estou adorando o seu jeito de criar as histórias, continua logo o mini do Liam por favor, e estou ansiosa pela continuação de Writrouble!
ResponderExcluirTá muito bom mas por favor posta logo
ResponderExcluirMds Jami, mais uma vez vc conseguiu me imprecionar com a sua criatividade!! Pfvr nao tortura suas queridas leitoras e posta logo a continuaçao. Kkkkk
ResponderExcluirxx JM
Omh q imagine foi esse?
ResponderExcluirflor esta prft ♥
UAU!Que imagine foi esse gente?
ResponderExcluirEu juro que se n tivesse continuação eu te matava!kkkkkkkkkk
Esse imagine ficou muito perfeito cara!
Tipo, eles transaram umas...pera deixa eu contar...4 vezes kkkkkkkkkkk 4 vezes em apenas uma noite, gente kkkkkkkkkkkkkkkkk
Tipo, ela disse que n se arrependeria no outro dia, então porque ela disse "Eu sinto muito?"
Ela vai se sentir culpada, mas n culpada demais pra esquecer Harry, aposto!!!!
Amei o imagine continua logo!!1
P.S. Continua o do Liam tb pf, vc tinha dito que já havia escrito, então posta pf!!!!!!!!!!!
Perfeito jami!!! ������
ResponderExcluirQue perfeito Jami! Arrasou demais *-* bjss ;)
ResponderExcluirIsa xx
Seus imagines são incríveis, continua pf, Writrouble tá perfeito! :)
ResponderExcluirTa perfeito Jami, to amando seus imagines.. São adoráveis e você é incrível.
ResponderExcluirAguardando ansiosamente pela continuação :))
é incrível como vc consegue capitar o que queremos. Sua escrita é INCRÍVEL. Vc sem duvidas deve apostar no seu talento!
ResponderExcluirContinua logo pf! Eu amo de vdd todos os seus imagines! Nao tenho palavras pra descrever o quanto vc escreve bm!
ResponderExcluirPq vc apagou o comentário da menina? Sei lá mesmo que vc não gostou deveria deixar..
ResponderExcluirela não é obrigada a deixar gnt sem noção nehh
Excluirapoio ela pq se fosse um critica que fizesse sentido, mais td o q ela fez foi xingar qnd a jami tem razão (; e ela ja ate postou no tumblr dela que ela nao se ofende com xingamentos mais que ela n vai deixar pra nao tumultuar
Ok então mas uma coisa eu concordava com a menina, a Jami sempre quer críticas e mais críticas e sei lá as vezes eu não me sinto valorizada sabe? Eu comento os imagines com todo o carinho pra ela se sentir bem tbm sabe valorizada e sei lá ela não parece se importar muito com quem comenta.. enfim não quero ofender ninguém, só estou dizendo como eu me sinto e to sendo sincera
Excluire onde foi qe aquela hater disse isso? td o que ela fez foi xingar. le o texto da jami no grupo e vc vai entender
ExcluirEla disse! Sério foi no começo antes se xingar mas enfim eu acho que a minha é uma crítica construtiva. Sério a Jami tem um talento enorme e as vezes é bom reconhecer isso e não pedir tantas críticas pq de alguma forma vai vir gente criticando de um jeito que ela não vai gostar
ExcluirQndo vai postar o proximo ?to muito ansiosa :3 /stella
ResponderExcluirContinua logo
ResponderExcluirSerinho, perfeito, lindo e maravilhoso
VC é perfeita.
Beijos e abraços
Gisele M.
Oi linda ainda vai demora pra posta o proximo?demora nao pf /stella
ResponderExcluirOh meus deuses, Você é muito talentosa! Continua logo tá, por favor.
ResponderExcluirObrigada^^
Perfeito como todos ps outros. Continua logo esse, o do Liam e o o outro do Harry
ResponderExcluirJeh Tomlinson
Oii td bem?? Boom...eu queriia perguntar se tem como vc fazer a contiinuação de um imagiine com o Harry em q ele se "relaciona" com uma meniina com cancêr se lembra?! Boom faz um tempo q eu estou louca pra saber coml acaba e acho q vc escreve mt mt mt bem, virei sua fã até :D Bem é isso e eu também amei essa iimagime de agr, perfeiito como sempre :) Bjsss
ResponderExcluirJamiiii do céu !! Que perfeito continua por favor , estou totalmente apaixonada por esse imagine !! Esse Harry ainda muito safado , mais vamos combinar to adorando ele desse geito ... Só tenho que pedir uma coisa Continuaaa pelo amor de Cristo ta mais do que perfeito ...
ResponderExcluirPs : Não sou leitura nova so tinha vergonha de comentar !!
Nossa mds,que perfeiito !!
ResponderExcluirEu tenho um blog e tento escrever alguns imagines, mas agora vou tentar me inspirar em vc, no jeito que vc escreve...
Vc simplesmente escreve MUITO BEEM !!
Parabens...
Ps: Sou leitora nova... E ja virei sua Fã
~MiinaDooMalik
Pq vc demora tanto!?:-(
ResponderExcluirVolta Logo :(
ResponderExcluirVolta Logo :(
ResponderExcluirVolta logo :(
ResponderExcluirÑ aguento mas espera :(
ResponderExcluirOi jami Qndo vc volta? Eu sei q vc tem coisas pra fazer mas dxa um tempinho pra vc posta pf, desde o dia 18 vc ñ aparece por aki :-(
ResponderExcluirA abstinência dos seus imagines causam riscos a saúde... just saying!
ExcluirPELA MORDE ! CADE VC ? CONTINUA MULHER ESSE IMAGINE CRIATURA
ResponderExcluirMEU DEUS CONTINUA LOGO MULHER
ResponderExcluir:'(
ResponderExcluirCaramba,eu não aguento mas,Volta Logo!!!
ResponderExcluirxx: LiahSantos...
- Heey Volta logo >< , too mtt curiosa sobre o imagine do LiamPayne, beijos'
ResponderExcluirLilihBarros xx