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Imagine com Harry Styles - All Too Well parte dois.




Que menina confusa,
Fala de amor
Mas tem medo de amar.
                                                                  - Apagou.

Apertei meus olhos enquanto Connor se movimentava em cima de mim. A dor que eles traziam ficava mais intensa a cada minuto, meus lábios eram judiados pelos meus dentes. A mão do meu marido fora em direção ao meu cabelo, puxando-o para trás, deixando o meu pescoço exposto para que a sua boca explorasse o local.
Contei os segundos para que aquela tortura acabasse. Eu não entendia o que estava acontecendo, a vida inteira vi que algumas pessoas faziam qualquer coisa por uma noite de sexo, por que comigo era tão diferente?
Levei dois dedos à minha boca, mordendo-os e abafando um gemido sôfrego. Eu suava frio, sentindo a minha pele arder nos locais onde as unhas curtas de Connor me apertavam. Finalmente senti-o sair de dentro de mim, respirei fundo, sentindo-me repentinamente aliviada. Virei-me de lado, olhando para as malas no chão.
Meu marido viajaria para a França dali algumas horas. Senti a cama afundar e soube que Connor estava de volta, seus braços passaram ao meu redor, puxando-me para o seu abraço. Me senti enjoada, querendo sair dali a qualquer custo.
Mantive distância assim que ele me soltou, e acabei adormecendo. Fui acordada pouco tempo depois por ele. A barba estava bem feita e ele vestia uma roupa social. Reparei que meu corpo ainda estava nu levantei-me, então, enrolada no lençol, fazendo Connor gargalhar.
- Não precisa se esconder de mim.
Sorri amarelo em resposta, sentindo meu corpo todo doer com os movimentos que eu fazia para chegar ao banheiro. Olhei meu estado desprezível no espelho; meu cabelo estava bagunçado, minhas olheiras estavam ainda mais aparentes, e os meus lábios completamente machucados.
Tomei um banho rápido, tomando cuidado com os meus movimentos. Agradeci mentalmente por Connor ter deixado o quarto, para que eu pudesse me trocar em paz. Era difícil ignorar a dor que eu estava sentindo, mas convenci-me que logo passaria.
Meu celular vibrou em cima da cômoda, um sorriso largo abriu-se em meu rosto. Só havia uma pessoa que me mandava mensagens. Certifiquei-me de que meu marido não pretendia voltar para o quarto, e abri a mensagem.
“Bom dia! O que acha de tomarmos um café? xxHarry”
Meu sorriso se aumentou, respondi rapidamente pedindo que Harry me encontrasse na única cafeteria que eu conhecia dali quarenta minutos. Desliguei o meu celular para que, caso mais mensagens chegassem, Connor não desconfiasse.
De certa forma eu me sentia uma adolescente rebelde mentindo para os pais pela primeira vez. Harry me fazia sentir e ser esse tipo de coisa, talvez fosse por isso que desde que o conheço ele tenha sido meu ponto de fuga.
Levei Connor até o aeroporto, onde ele insistiu em me tratar como se eu fosse morrer de saudades suas. Não me leve a mal, ele não era um homem ruim, mas também não era o homem que eu queria para mim.
Assim que o avião decolou eu soltei a respiração que não percebi que havia segurado. Um sorriso levemente aliviado abriu-se em meu rosto. Caminhei imediatamente até o carro, me dirigindo para a cafeteria onde eu esperaria Harry.
Estacionei há algumas quadras de onde eu deveria entrar. Minhas mãos soavam frio enquanto eu tentava inutilmente aquece-las dentro do meu sobretudo. Entrei na cafeteria, passando meus olhos por todos os lugares até que parassem em um homem de cabelos cacheados e compridos com uma criança do lado. Franzi meu cenho, me aproximando devagar.
As íris extremamente claras e verdes de Harry se levantaram de encontro para onde eu estava, seus lábios se curvaram em um sorriso largo. Senti-me aquecida com a recepção lotada de pequenos gestos que não demonstravam nada além de saudade. Ah como eu sentia falta de vê-lo todos os dias, de sairmos, de irmos para a praia, ou só de estarmos juntos no inverno tomando chocolate quente enquanto ele fazia comentários sobre as pessoas que passavam por nós.
Harry se levantou sorrindo e abrindo os braços. Abracei-o timidamente após deixar minha bolsa no sofá que envolvia a mesa. Era novo pra mim ser tão calorosamente recebida assim. Raramente Connor me abraçava ou fazia qualquer coisa que demonstrasse amor. Talvez porque não havia amor.
Afundei meu rosto na curva do pescoço dele, descobrindo ali minha parte favorita de seu corpo. Seu perfume forte me acolheu como da primeira vez em nos revimos. Soltei-me relutante enquanto ele me analisava, passou o polegar pelas minhas bochechas, abrindo um sorriso lindo, atraindo o gesto de mim.
- Que bom ver você. – Ele sussurrou beijando a minha testa.
- Eu digo o mesmo. – Respondi sorrindo, olhando na direção da criança.
- Ah, essa é a Amy, minha amiga. – Sorri para a garota, reconhecendo-a como a mesma que estava no parque quando reencontrei Harry.
- Olá Amy. – Estiquei minha mão para ela, que prontamente apertou-a.
- Amy, essa é a (S-N), amiga do tio.
- Oi (S-N). – A garotinha respondeu envergonhada.
Estive confusa quando a vi sentada ao lado de Harry, mas quando Amy levantou o braço para me cumprimentar vi que ela usava o uniforme do orfanato municipal da cidade.
Fizemos nossos pedidos, Harry e eu conversamos um pouco. Ele me contou que pelo menos uma vez por semana saia com Amy. Que assim que começou a visitar o orfanato se apegou à criança.
Amy contou-nos como era a escola do orfanato, contou-nos que, graças à Harry, ela era a melhor aluna nas aulas de artes. Ela era uma criança adorável. Ali, na presença dos dois, esqueci-me da dor e de qualquer outra coisa ruim que pudesse me rondar.
Depois de tomarmos nosso café, caminhamos pelo centro da cidade. Após voltarmos para o meu carro, levamos Amy para o ateliê da mãe de Harry.
- Estou nervosa. – Comentei, rindo em seguida.
- Por que?
- Há tempos eu não vejo a sua mãe.
- O que é isso, (S-N). Ela vai adorar rever você. – Garantiu-me ele, pegando em uma das minhas mãos e beijando-a em seguida.
Nós descemos do carro, grudei-me em Harry, que gargalhou gostosamente. Amy correu para dentro do ateliê, deixando-me sozinha com Harry.
- Gemma quer adota-la. – Ele comentou, me fazendo sorrir.
- Tá ai uma coisa que eu nunca pensei em ver: Gemma mãe.  – Ele riu.
- Ela e o marido estão apaixonados por Amy, mas ainda estamos em processo de conhecer a garota e fazer com que ela se acostume conosco.
Entramos no ateliê, Harry segurou minha mão, puxando-me em direção ao fundo da loja. Senti os poros do meu corpo se arrepiarem com o mínimo contato dos nossos dedos.
- Mãe, olhe quem está aqui... – Ele disse sorrindo.
Anne, mãe de Harry, colocou os óculos que estavam presos à sua blusa, para então abrir a boca em surpresa.
- Ah Meu Deus! – Ela sorriu. – (S-N), como você cresceu!
- Bom... Um pouco. – Ri.
- Você está tão bonita, querida. – Abraçou-me verdadeiramente.
Depois de explicarmos como nos reencontramos, e do meu tempo para contar como minha vida estava, Harry me levou para que eu visse alguns quadros que ele havia pintado. Ele tinha um talento para qualquer coisa que fosse relacionada a arte.
Passei meus olhos por todas as telas, parando em uma ao fundo, encostada na parede com um pano cobrindo sua metade. Aproximei-me sorrindo, reconhecendo meu rosto mais jovem.
- Harry... – Chamei-o.
- É, tudo bem... Eu deveria ter tirado isso daqui antes de te trazer. – Ele revirou os olhos, ligeiramente envergonhado.
- Você me pintou?
- Quando eu tinha dezesseis anos... Deixa isso pra lá. – Ele riu.
- O que? Está tão lindo... Por que me pintou?
- Bom... quando eu soube que você estava indo para a Austrália eu pintei o mais rápido possível porque queria te entregar antes que você fosse... Mas você já tinha ido. Eu pensei em te mandar depois, no seu aniversário, mas Liam me disse que você estava namorando então eu não quis te causar problemas. – Olhei-o envergonhada e encantada. Com vontade de abraça-lo e pedir que ele me levasse para longe. Que ele me curasse como fazia com Amy.
Harry tinha o dom de me deixar feliz, era como se cada pequeno gesto dele trabalhasse nisso. Desde que nos reencontramos, há duas semanas atrás, meu coração acelerava sempre que ele me mandava mensagens. Já chegamos a passar a noite acordados conversando.
- Eu seria a pessoa mais feliz do mundo se tivesse recebido isso. – Sussurrei olhando nas íris mais lindas que eu já havia conhecido, tentando mostrar a ele o quão verdadeira eu estava sendo.
- Isso não foi a única coisa que eu fiz pra você...
- O que mais? – Sorri, vendo que Harry havia se arrependido de dizer. Sua mãe, por sorte dele, nos interrompeu nos chamando para o lanche.
Nos sentamos a mesa, Harry parecia tenso ao meu lado, talvez não quisesse que eu tivesse visto sua pintura. Pausei minha mãos em sua coxa, aproveitando-me da distração de sua mãe com Amy. Ele olhou-me surpreso. Tentei sorrir, mas não consegui, estávamos conectados, como há muito não fazíamos, conversávamos por olhares. Abri um sorriso desajeitado, acompanhando seu olhar descer para os meus lábios, os quais eu umedeci com a língua. Seus olhos se intensificaram em meus lábios quando fiz meu gesto, ergui meu rosto depositando um beijo em seu rosto. Infelizmente Amy chamou nossa atenção.
- Eca!
Rimos envergonhados vendo que os olhos das duas estavam sobre nós. Harry, por baixo da mesa, segurou minha mão entrelaçando nossos dedos.
Após comermos insisti para que Harry me deixasse pintar um pouco com ele, precisei de muitos argumentos para convence-lo.
Sentamo-nos juntos no cavalete, e ficamos pintando por horas, sem mesmo perceber que elas estavam passando, até que meu celular tocasse na mesa. Era Maria, perguntando-me se deveria esperar ela para o almoço. Harry olhou-me sugestivo, e eu acabei por responder que não almoçaria em casa.
Almoçamos no ateliê, com a comida caseira e receptiva de Anne, eu no entanto, disse que precisava voltar para casa assim que terminamos de comer. Harry disse que me acompanharia até o carro, e o fez.
- Obrigada pela manhã, Harry. – Eu disse sorrindo largo.
- Eu quem agradeço... Escuta, no fim de semana, Liam virá para cá com a Camila. Ele está programando de reunir nossa antiga turma na praia... Eu pensei que talvez nós pudéssemos ir juntos. Liam pediu que eu conversasse com você já que ele não tem mais contato contigo... Eu vou entender se o seu marido não quiser e...
- Ele está viajando... – Eu comentei, surpresa e animada com o convite. – E eu com certeza vou.
Harry sorriu abertamente, beijando minha testa.
- Se cuida. – Pediu. Instantaneamente algo em mim quis implorar que ele cuidasse de mim por mim.
- Você também. – Respondi assim que entrei no carro.

Ao chegar em casa, deparei-me com Maria guardando o almoço. Ela sorriu-me sugestiva quando me ouviu encostar na parede da cozinha e suspirar.
- Se você não quiser me contar, tudo bem... Mas eu adoraria saber quem é que arranca suspiros de você... – Ela disse. Sorri largo, Maria era como minha mãe. Ela jamais apoiara meu casamento com Connor, porque sabia que eu não seria feliz com ele.
- Eu revi um amigo de infância. – Eu disse sorrindo.
- Esse amigo deve ser muito bom mesmo. Nunca a vi assim...
- Maria! – A repreendi, rindo. – Eu vou subir e dormir um pouco.
- Vá, vá mesmo.

Deitei-me na cama, observando algumas marcas da noite anterior pelo meu corpo, pensei se todo homem fazia esse tipo de coisa. Como as mulheres se submetiam à isso? Era doloroso demais.
Me peguei pensando como seria Harry fazendo amor, mordi meus lábios repreendendo a mim mesma por pensar aquilo dele, por menos amor que tivesse por Connor, devia respeita-lo. Pensei, por outro lado, que Connor jamais saberia o que se passava em minha mente.
Perguntei-me se Harry era carinhoso, se seria amoroso se estivesse transando comigo. Mordi os lábios, fechando os olhos aos poucos, imaginando como seria. Um sorriso pequeno se abriu em meu rosto. Meus olhos se arregalaram imediatamente.
- Eu só posso estar enlouquecendo. – Sussurrei para mim mesma.

Harry’s pov.
Fiquei na calçada até que o carro de (S-N) desaparecesse pela rua. Ela estava tão linda. Céus, se eu fosse o babaca do marido dela, jamais a deixaria ser tão melancólica como ela era. Se negava, mas (S-A) era completamente infeliz naquele casamento, qualquer um poderia ver isso.
Voltei para o ateliê, vendo que algumas crianças haviam chegado para a aula de desenho que minha mãe dava. Sentei-me em uma mesa ao centro, observando as crianças desenharem. Minha mãe se sentou à minha frente, segurando minha mão.
- Vocês parecem muito próximos...
- Ela é linda, não é? – Perguntei, sentindo-me idiota.
- Alguém parece apaixonado.
- Eu nunca deixei de estar... – Sussurrei mais para mim que para ela. – Mas ela é casada.
- E desde quando isso é impedimento?
Olhei incrédulo para a minha mãe, que riu apertando minhas mãos.
- Não há mal que impeça duas pessoas de se amarem Harry. Existem algumas coisas na vida que não podem ser evitadas ou escondidas por muito tempo: a dor, a verdade e o amor. – Ela suspirou. – Demonstre seu amor por ela, e ela escolherá quem é o homem certo.
Minha mãe me deixou sozinho novamente, olhei para Amy que estava sentada em frente a um dos cavaletes. Deveria eu mostrar meu amor por (S-N)? Eu não tinha a menor chance de competir contra Connor.
Voltei para casa, indo direto para o quarto escuro onde minhas fotos estavam guardadas. A maioria delas era de (S-N) no dia do parque, sorrindo e parecendo uma criança. Minha mente trabalhou em me mostrar o quanto eu ainda queria aquela mulher. É claro que eu queria, caso contrário não teria ido atrás dela, não teria a convidado para sair, não teria mandado mensagens a semana toda. Se eu não a quisesse mais meu coração não iria acelerar ao mínimo toque dela.
Eu a mostraria como a amava, como eu, mesmo não parecendo, era melhor que Connor. E eu sabia por onde começar!

(S-N) pov.
Encarei meu reflexo no espelho pela terceira vez em menos de cinco minutos. Eu queria parecer o melhor possível, queria que meu antigo melhor amigo e Harry me olhassem com outros olhos, que pensassem que eu era a mesma.
Maria estava na porta do quarto, deixei meu corpo cair na cama e suspirei alto.
- Você está tão bonita... – Ela disse, sorrindo abertamente.
- Eu me sinto como uma adolescente.
- Isso é bom. – Sentou-se ao meu lado. – Já que essa parte da sua vida foi arrancada de você com um casamento planejado.
- Nem me lembre.
Maria estava pronta para me consolar com algumas palavras bonitas quando ouvimos a campainha tocar insistentemente.
- Ah Meu Deus, é ele. – Levantei-me em um pulo. – Eu estou um caco... Maria assim não dá.
- Deixa de ser mimada menina. Vá atender o garoto. – Ela revirou os olhos, me deixando sozinha.
Peguei uma bolsa pequena, correndo em direção à porta. Harry estava encostado no carro, com as mãos enfiadas em seus bolsos. Sorriu para mim assim que me viu parada.
Como de costume, me abraçou apertado, murmurando o quanto eu estava bonita. Entramos em seu carro e eu percebi que ele estava levando um violão. Minhas mãos estavam soando frio enquanto eu as mexia nervosamente sobre o meu colo.
- Ansiosa? – Perguntou.
- Um pouco, eu estou morrendo de vontade de ver Liam.
- Eu acho que ele não está muito diferente. – Riu.
Fiquei olhando para o perfil de Harry, como ele podia ser tão proporcional? Eu estava encantada com os detalhes de seu rosto que eu nunca havia, realmente, parado para observar. Seu cabelo sempre fora cacheado, mas agora, estando cumprido, ele parecia liso. Os olhos estavam alguns tons puxados para o azul. Sem prestar muita atenção no que fazia, e tomada pelo costume de alguns anos atrás, ajeitei uma mecha do cabelo bagunçado, fazendo-o rir e me olhar com uma sobrancelha erguida. Estávamos parados em um sinal vermelho.
- Desculpe. –Sussurrei tímida.
- Tudo bem...
Harry abriu um sorriso lindo fazendo um gesto de negação com o rosto, voltando sua atenção para o transito. Em alguns minutos o carro estava estacionando na praia, mordi meu lábio nervosa. Harry pegou em minha mão assim que descemos do carro, fazendo com que alguns espasmos percorressem meu corpo em ansiedade.
Andamos por algumas barracas de acampamento até uma fogueira grande que estavam fazendo. Liam estava abaixado tentando colocar mais fogo.
- Liam... – Harry chamou. Liam rapidamente se virou para nós com um sorriso gigante. Ele estava completamente mudado, estava mais forte, com barba e cabelo curto. Sorri em sua direção, não me controlando e abraçando ele.
Liam havia sido meu irmão por tanto tempo, e por uma bobeira perdemos o contato assim que eu me mudei para a Austrália.
- Você está tão bonita, céus. – Sussurrou.
- Não me trate como uma criança, Liam! – Rimos. – Eu estava morrendo de saudades.
- Eu também!
Em meio aos nossos sussurros ouvimos Harry pigarreando, nos fazendo rir.
- Onde está Camila?
- Procurando alguma coisa para beber. – Assenti em busca da garota que fora namorada de Liam durante toda a vida.

Harry’s pov.
(S-N) foi em direção da namorada de Liam enquanto eu o cumprimentava.
- Ih, olha só essa cara de apaixonado. – Me zoou, rindo.
- Engraçadinho. – Bati em sua cabeça. – Ela é demais cara.
- Eu sei que é. – Revirou os olhos. – Mas ela também é casada.
- Você sabe que ela não gosta realmente dele.
- Eu sei, mas ela não sabe que nós sabemos. – Levantou-se me entregando uma cerveja. – Vai com calma, tá?
Apenas revirei meus olhos, cumprimentando outras pessoas. (S-N) já estava completamente sociável com todo mundo, não havia se desgrudado de Camila um segundo se quer. Nós todos sentamos em volta da grande fogueira, mas ela estava a minha frente, extremamente longe de mim.
Ás vezes ela trocava um olhar cúmplice comigo, sorrindo abertamente, quase como se me agradecesse por tira-la da vida monótona que ela levava.
Estava quieto no meu canto, bebendo o que deveria ser minha terceira garrafa de cerveja quando senti alguém sentar do meu lado.
- Vamos relembrar os velhos tempos e tocar um pouco? – Perguntou-me Liam, me entregando um papel amarelo e velho.
No papel tinha uma canção que eu havia escrito assim que coloquei meus olhos em (S-N), quando tínhamos 15 anos e eu não passava de um virgem apaixonado. Reli a música rindo.
- Como eu pude ser tão babaca?
- Você queria conquistar ela, apaixonados fazem isso. – Liam riu. – Aliás você tinha mais chances de conquista-la aos 15 do que aos 16 quando você era metido a besta. – Rimos juntos.
- Quer saber, talvez seja uma ótima ideia tocar isso.
Liam tratou de reunir todo mundo em volta da fogueira bem acesa, (S-N) ainda estava exatamente à minha frente, tentando tostar uns marshmallows que ela sempre queimava.
Percebi que (S-N) estava com a atenção presa em mim quando peguei o violão.
- Essa música... – Comecei dizendo à todos presentes. – É tão real... Eu não sei explicar mas tem muito do que eu não consigo falar nela.
Algumas meninas fizeram múrmuros e assobiaram enquanto eu revirava os olhos. Dei a primeira nota no violão, sendo acompanhado por Liam.
(Coloque para tocar)

Jane Doe eu nem te conheço
Mas eu sei com certeza
Que você é linda
Então, querida, me deixe saber o seu nome.

Não desviei meus olhos de (S-N) por um segundo sequer, ela estava sorrindo abertamente, aquecendo os ânimos que se agitavam dentro de mim. Eu esperava que ela entendesse o que eu queria dizer.

Droga, qual é o nome dela?
Porque eu estou muito atraído
E terrivelmente convencido
De que ela poderia ser a minha princesa
E eu o seu príncipe
E eu me sinto assim desde que vi Jane Doe.

Olhei-a sugestivamente, vendo que Camila sussurrou algo ao seu ouvido, mas ela negou prontamente. Meu coração acelerou e eu me senti repentinamente enjoado. As duas estavam em uma pequena discussão e eu ansiava saber sobre o que.

Jane Doe
Eu acho que não te conheço
Mas eu sei com certeza
Que poderia conhecer se você me deixar saber o seu nome

(S-N) mal piscava, talvez estivesse começando a entender o que se passava. Camila cutucou-a com o cotovelo, murmurando um “eu te avisei”. Mordi meu lábio, voltando a cantar com os meus olhos grudados nela.

Ela é tudo o que eu quero e mais
Ela é tudo o que eu quero, com certeza
Ela é tudo o que eu quero adorar
Bom querida, eu estou muito atraído
E terrivelmente convencido
De você poderia ser a minha namorada
Mas eu acho que perdi minha chance
Oh minha Jane Doe.

(S-N) mordeu os lábios, os olhos cheios de lágrimas. Abri meus olhos em surpresa, jamais pensei que essa seria a reação dela, ela estava chateada. Talvez eu tivesse passado um limite não permitido por ela. Talvez tivesse ido longe demais pensando que era retribuído.
As conversas ao nosso redor voltaram, mas nosso contato visual não fora quebrado. Ela sussurrou um “eu sinto muito”. Meu coração caiu naquele momento, senti-me completamente vazio. Senti-me um idiota. Assenti com o rosto, tentando inutilmente sorrir. Levantei-me repentinamente, me afastando do grupo de pessoas.
Andei alguns metros, sentando-me em algumas pedras. Os gritos e as novas músicas que foram começadas por Liam e cantada por todos estavam longe. Onde eu estava com a cabeça quando decidi me aproximar de (S-N) daquela forma? Onde eu estava com a cabeça quando decidi que tentar voltar ao passado seria uma boa forma de mostrar para ela que eu era o cara certo.
Joguei uma pedra no mar, assistindo-a se afundar rapidamente.
- A pedra não havia feito nada à você. – Ouvi a doce voz dela atrás de mim.
- Eu não gostava daquela companhia. – Comentei.
- Você vai gostar da minha? – Apenas dei de ombros, sem saber exatamente como agir com ela. – A música é linda.
- É infantil...
- Não, não é não... – Ela se sentou ao meu lado, ligeiramente nervosa. – Você me chamava de Jane...
- Combinava bem mais. – Tentei cortar o clima tenso, mas ela não pareceu disposta a mudar o rumo a conversa.
- Por isso ‘Jane Doe’?
- Por que me pergunta se sabe a resposta?
- Porque eu quero ouvir você dizendo.
- O que você quer que eu diga?
- Tudo o que você quiser dizer. – Revirei meus olhos, pensando se deveria realmente fazer aquilo.
- Isso não vai mudar nada.
- Isso vai mudar tudo.
- Você é tão contraditória...
- Harry... – Me repreendeu, me fazendo sorrir.
- Todo esse tempo... – Comecei com os olhos grudados no mar à nossa frente. – Eu quis que você soubesse que eu odiava quando você chegava e me contava dos caras com quem havia ficado. Talvez fosse por isso que eu não dava bola. Eu quis que você prestasse atenção em mim, tentei até mudar quem eu era só pra que você visse que eu era certo pra você, cheguei ao ponto de deixar você cortar meu cabelo. – Ela sorriu. – Eu queria que você entendesse que eu estava ali então você não precisava de mais ninguém. Que ninguém ama alguém igual a você, e é por isso que mesmo tão diferentes nós erámos os melhores um pro outro. Você trazia o que havia de melhor em mim. Eu tentei, da forma errada, te mostrar que eu estava disposto a ficar com você 24 horas por dia se você precisasse, que eu enfrentaria o mundo por você e tomaria todas as suas dores. Que eu me afastaria quando você quisesse, e chegaria correndo todos os dias quando você me chamasse. Eu teria te amado muito bem, mesmo que você sempre tenha pertencido à outra pessoa.
(S-N) se manteve em silêncio até então, eu não me atrevi a olha-la mas esperava que ainda estivesse viva e não me odiasse. Mordi meu lábio, abaixando meu rosto. Fechei os olhos aliviado quando senti seu rosto se encostar no meu ombro. Passei a mão por sua cintura, puxando-a mais para perto.
- Olhe pra mim. – Pediu-me. Suspirei antes de fazê-lo, somente para me surpreender com seus lábios levemente molhados em cima dos meus, seus olhos estavam apertados. Direcionei uma mão para a sua nuca, subindo um pouco até o seu cabelo. Mordi seu lábio inferior, acariciando-o com a minha língua, antes de solta-lo para enfim, beija-la de verdade. Sua mão estava pousada em minha coxa, levemente insegura. Beija-a com mais vontade, tentando mostrar à ela que estava tudo bem.
Me separei dela ao perceber que estava começando a me animar. Eu sabia que precisava fazer ou dizer alguma coisa para que ela não se arrependesse.
- Você é tão linda. – Sussurrei ainda com os nossos narizes e bocas colados. – Não se prive tanto da própria felicidade assim.
- Obrigada. – Selou-me, me fazendo sorrir como um idiota, atraindo um sorriso sincero dela.
- Se esse sorriso for a recompensa, eu posso esperar por mais um tempo.

Ficamos mais algum tempo juntos, não da maneira que eu queria, é claro. Voltamos para onde estava a fogueira anteriormente, algumas pessoas se preparavam para dormir em suas barracas.
- Nós vamos acampar? – Perguntou-me um pouco assustada.
- Bom, se você não quiser eu posso te levar para casa, nós estamos um pouco longe da cidade, mas podemos ir. – Respondi, sem realmente querer leva-la para casa naquele momento.
- Não, tudo bem.
- Ei. – Chamou-nos Liam, antes entrar para sua própria barraca. – A azul é de vocês.
Olhei para um barraca grande distante da de Liam, mordi meu lábio nervosamente, sabendo que dormiria com (S-N) e que ele e Camila haviam planejado isso.
- Se você não quiser... – Comecei.
- Eu quero.
Assenti, direcionando ela até a barraca. Entramos vendo que Liam tivera a decência de colocar dois colchões.
 (S-N) se deitou confortavelmente enquanto eu também deitava, tentando manter distância dela.
- Boa noite Harry.
- Boa noite (S-N).
Eu demorei um pouco para dormir, ainda tentando realizar tudo o que havia acontecido em um noite só. Deitei-me de barriga para cima, com os braços atrás da minha cabeça. Eu mal podia ver o corpo enrolado no cobertor de (S-N) por conta da escuridão que estava. Suspirei baixinho, tentando me controlar para não abraça-la ali mesmo.
Algum tempo depois, estava quase adormecendo quando senti os braços de (S-N) envolvendo minha cintura. Sorri abertamente sabendo que ela estava perdendo um pouco da timidez.
- Estou com frio. – Ela sussurrou. Passei meus braços por baixo da sua cabeça, e o outro por sua cintura, aconchegando-a em meu abraço.
- Melhor assim? – Perguntei.
- Bem melhor, bem melhor... – Murmurou sonolenta.
- Parece que está havendo um progresso... – Sussurrei sabendo que ela já não me escutaria mais.


Acordei com a luz forte do sol irritando meus olhos. Tentei me espreguiçar e senti que (S-N) ainda estava agarrada a mim. Beijei sua testa, levando minha mão para dentro da sua camisa, em um carinho leve. Sua pele estava quente, deixando-me ainda mais confortável.
 - (S-N). – Chamei-a. – Temos que levantar.
Ela resmungou alguma coisa, me apertando ainda mais, afundando seu rosto no meu pescoço. Ri baixo, continuando com o carinho.
- Vamos, temos que passar mais tempo com Liam, ele vai embora hoje.
- Ele pode esperar, aqui está muito gostoso. – Gargalhei alto, acordando-a de vez.
- Eu sei que eu sou uma delícia. – Ouvi-a murmurar um palavrão. – Mas nós temos mesmo que levantar.

(S-N) pov.

Eu estava completamente constrangida ao lado de Harry no carro. Eu jamais havia passado a noite inteira abraçada ao meu marido. Quem iria dizer que passaria com ele?
O domingo havia passado rápido, Liam estava no avião para a sua cidade enquanto Harry e eu voltávamos para casa. Eu estava um tanto melancólica por saber que precisava voltar a realidade.
Harry estacionou em minha casa. Eu sentia que precisava deixar claro que tudo aquilo que ele disse ou fez não havia sido em vão.
- Isso não começou e terminou lá. – Eu disse olhando-o, esperando que ele entendesse. – Eu preciso de tempo, mas não quero que se afaste de mim.
- Eu não vou. – Pegou minha mão, beijando-a.
- Te vejo depois, se cuida. – Me despedi, meio envergonhada.
- Até.
Desci do carro, mas parei no meio do caminho até o meu jardim. Voltei em direção ao carro de Harry, fazendo-o abrir a janela do motorista. Puxei seu rosto, dando-lhe um selinho demorado, que foi muito mais que bem correspondido.
- Você vai me deixar mal acostumado. – Ele disse de olhos fechados com um sorriso enorme no rosto. Beijei-o mais uma vez, mais rapidamente.
- Tchau, Harry.

Continua...


                                                                 Leia a nota da autora.


(N/A): Volto a dizer que esse foi o melhor que eu consegui fazer com o bloqueio que eu estou passando. Queria agradecer uma pessoa aqui, que não sabe, mas me ajudou demais, e eu só consegui escrever ele porque ela se sacrificou a ficar conversando comigo no tumblr a noite toda, me mandando músicas que me ajudaram a me inspirar. Então, Louise, obrigada <3.
Ah, e mais uma coisa; Se alguém for no show em São Paulo no dia 11 e na pista e quiser me encontrar, me conhecer, e assim não precisar passar o show sozinha. Me manda o facebook ou WhatsApp no tumblr ou twitter (eu não vou divulgar, claro). Porque eu acho que seria uma boa ideia, assim ninguém ficaria sozinho e perdido lá no meio.
Espero que gostem dessa continuação, eu não sei se vou conseguir escrever essa semana porque a segunda mal começou e eu já não estou raciocinando direito por causa da ansiedade. Bom, é isso. beijos.
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24 comentários

  1. Omg ta muito perfeito continua pfv e cara pq vc nao vai vim aq no show do rio tipo eu poderia te ver e nao ficar sozinha la ja q todos q conheço vao no de SP mas tudo bem
    E so mais uma coisinha queria eu ser tao criativa mesmo com bloqueio criativo como vc
    Meu comentário esta meio confuso mas eu dou confusa então tudo bem

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  2. Cara você com bloqueio é incrivel, imagine você sem ele.

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  3. Oh meu Deus, isso está maravilhoso.

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  4. Parabéns, você se supera a cada post.

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  5. Mas essa Jamile é ou não a pessoa mais boba do mundo? Eu agradeço muito por você, mesmo tendo que escrever imagines, ainda tem tempo para conversas tão divertidas comigo. Seu bloqueio criativo me deixa impressionada Jami, realmente. É sempre espetacular. Esta segunda parte ficou tão leve, fofa. Acho que estou apaixonada, como te disse que ficaria. Mal posso esperar para ver a continuação. Acho que apaixonei por eles já. Parabéns amr, continuo dizendo que você é muito talentosa. ♥ ( Louise)

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  6. Tá perfeito <3 eu quero ver o que você vai escrever sem o bloqueio, vai ficar incrível *-*

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  7. Eu quero um bloqueio desse! Minha nossa vc arrasa sempre ♡♥♡♥ eu não vou no show do dia 11 vou no do dia 10 que pena :/ mas vamos curtir como nunca hein hahaha eu tbm to pirando pra falar a verdade acho que minha ficha ainda não caiu! Não sei quem é essa Louise mas ela parece uma grande amiga awn que diva!
    Isa xx

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  8. EUUU VOU NO SHOW DIA 11, PISTA COMUM, bom ñ vou sozinhas, mas se quiser se juntar a eu e minhas 3 amigas, vamos adorar! 11 995887331 wpp

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  9. Continuaaaaaaaaaaaaaa logoo sua Diva.
    Gisele M.

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  10. Aaaah que perfeito continua *-*

    Dani xx

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  11. Cara, sou viciada nos seus imagines, o problema é que você posta de 1000 em 1000 anos...

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    1. Ahh,também nau é assim,ela ta demorando pra postar pq ela ta com um bloqueio de criatividade.E sim,realmente,os imagines dela são os melhores,acompanho ela desde que ela criou o blog,e tipo,essa garota tem muito futuro hehehehe '-'

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  12. Cccaaadddeeee aaaaa cooontiiinuuuaaaçaoooo??????????

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  13. N vai continuar??? Continua pf , ta me prft

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  14. Quando VC vai continuar???
    Bjs e abraços.
    De:Gisele M.

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  15. Continua por favor ..ta demorando muitoooo ja faz um tenpao e eu to ficando doida aqui ..posta logo pelo amor q vc tem a Deus.

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  16. Mddc giiiirl , eu necessito da continuacao !! Porque está demorando ? Você escreve muito bem , parabéns mas serio...
    Cadê a continuacao esta ficando tao perfeito *0*

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  17. Guria, por favor, posta logo a proxima parte. Tipo, eu não sou directioner nem nada, mas amo imagines, e estou encantada por esse. Serio! por favor, posta a terceira parte!
    p.s tu escreve muito bem!
    bJú!!

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  18. oii!! eu acabei de olhar seu blog e adorei essa história, porém eu vi que ela não tem um final e fiquei realmente muito triste pq isso tem acontecido muito comigo, de encontrar uma história maravilhosa e infelizmente por algum motivo eles desistiram. Eu n sei nem se vc vai ver esse comentário, mas ainda assim eu vou pedir que continue esse imagine pq ele é muito bom o seu jeito de escrever é incrível e eu realmente gostei de Allen too Welles. Por favor nos desiste de escrever!

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