expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

Páginas

Muitas ideias, pouca comunicação. - Bloqueio criativo

Er... Oi. Primeiramente desculpa pelo meu sumiço, mas ele é uma das grandes causas desse post, então eu peço por favor que leiam e deem sua opinião.
Eu tive a ideia de criar um grupo (secreto, claro) no facebook pro blog. A minha intenção é conseguir me organizar com ele, basicamente. No grupo eu me comunicaria com vocês, e postaria coisas como:

  • Data de atualização.
  • Qual imagine vai ser atualizado
  • Atenderia os pedidos feitos por lá.
  • Postaria fotos e músicas que me inspiram.
  • Spoilers.
  • Livros que eu leio e recomendo.
  • Os projetos para o meu livro.


E claro que eu gostaria que vocês fossem ativas lá também. Postando músicas, fotos, trechos que lembrem algum dos imagines. Eu realmente preciso dessa ajuda pra sair do bloqueio pois, acreditem ou não, eu estou tentando atualizar Blue há quase um mês e não consegui.
Então fica por decisão de vocês, se vocês quiserem que eu crie e me garantirem que postarão lá eu vou criar. Mas lembre-se: o que mais me ajuda nos bloqueios são os comentários, vocês podem postar elogios e críticas lá, mas não devem deixar de comentar aqui. Os comentários estão decaindo e isso só piora o meu bloqueio.
Obrigada.

What if all your dreams came true?


Eu costumava desistir de tudo aquilo que eu começava, e desistia porque nada daquilo me deixava feliz. Me senti no direito de não querer fazer tudo o que não me estimulava. Esse show, por mais que pareça uma coisa boba, tem um grande valor: apesar das dores de cabeça que ele causou eu não desisti por um segundo sequer. Jamais pensei que talvez estivesse fazendo a coisa errada e isso tudo porque ele me deixa feliz, porque ele, na verdade, sou eu provando para mim mesma que eu posso realizar todos os meus sonhos se eu persistir.
Foram ao todo nove horas em pé, esperando não tão pacientemente assim, abraçando gente que eu nunca vi, fazendo novos amigos, consolando estranhos, cantando loucamente ao ponto de estar sem voz hoje, e cada segundo de espera, dor ou cansaço valeu a pena no fim.
Eu fantasiei esse momento por dois anos e meio, e quando ele chegou superou todas as minhas expectativas. Esses cinco meninos, acreditem, são extremamente carinhosos e humildes, completamente diferentes das imagens que a mídia passa. Eles estavam felizes e qualquer pessoa podia observar isso, Louis não parou de sorrir por um segundo, e inclusive agradeceu a nós, fãs brasileiras, por termos o feito sorrir como nunca antes.
Eu finalmente entendi que não importa quem você seja, de onde venha, ou se eles conhecem você ou não. Eles estarão contigo quando você precisar, não só através das músicas, mas com todo o coração deles, porque o amor que eles nos mostram assim tão claramente é algo inexplicável, é grande demais pra ser medido, e forte o suficiente para não ser comparado.
Eles mostram que mesmo que você seja uma fã muito ciumenta (assim como eu) que nada nem ninguém pode destruir essa relação fã + ídolo que nós temos, uma relação de amor , respeito (ás vezes), confiança e amizade.
Se você não conseguiu dessa vez, não se preocupe, haverá outras oportunidades, só se lembre que você tem que persistir. O show passa muito rápido e quando termina você se pergunta "O que eu faço da minha vida agora?" Mas até a depressão pré e pós show valem a pena.
Ah, e dica: quando chegar sua vez, não se preocupe em acampar ou chegar cedo demais. Eu cheguei -muito- atrasada e fiquei pertinho da passarela, perto o suficiente pra ver o Liam fechar os olhos enquanto gargalhava <3 Controle suas emoções, respire fundo e vá realizar todos os seus sonhos!

"Não importa quem você é ou de onde vem, os seus sonhos são válidos"
                                                                                    - Lupita Nyong'o

PS:
"Licença, você é Jamile Madeira?"
“Eu mesma, por que?”
“Cara, eu leio seu blog todos os dias, você é tão criativa…”
Quais são as chances de ter uma leitora exatamente na minha frente no show? Que prazer conhecer vocês, e sim, eu sou tímida e não sei reagir a elogios, mas obrigada pelos mimos, e pode deixar que eu não vou parar de escrever tão cedo, não se for pra colocar um sorriso gigante no rosto de cada um.

PS2: Todo mundo preparado para o especial de TME que sai em breve?!

Imagine com Harry Styles - All Too Well parte dois.




Que menina confusa,
Fala de amor
Mas tem medo de amar.
                                                                  - Apagou.

Apertei meus olhos enquanto Connor se movimentava em cima de mim. A dor que eles traziam ficava mais intensa a cada minuto, meus lábios eram judiados pelos meus dentes. A mão do meu marido fora em direção ao meu cabelo, puxando-o para trás, deixando o meu pescoço exposto para que a sua boca explorasse o local.
Contei os segundos para que aquela tortura acabasse. Eu não entendia o que estava acontecendo, a vida inteira vi que algumas pessoas faziam qualquer coisa por uma noite de sexo, por que comigo era tão diferente?
Levei dois dedos à minha boca, mordendo-os e abafando um gemido sôfrego. Eu suava frio, sentindo a minha pele arder nos locais onde as unhas curtas de Connor me apertavam. Finalmente senti-o sair de dentro de mim, respirei fundo, sentindo-me repentinamente aliviada. Virei-me de lado, olhando para as malas no chão.
Meu marido viajaria para a França dali algumas horas. Senti a cama afundar e soube que Connor estava de volta, seus braços passaram ao meu redor, puxando-me para o seu abraço. Me senti enjoada, querendo sair dali a qualquer custo.
Mantive distância assim que ele me soltou, e acabei adormecendo. Fui acordada pouco tempo depois por ele. A barba estava bem feita e ele vestia uma roupa social. Reparei que meu corpo ainda estava nu levantei-me, então, enrolada no lençol, fazendo Connor gargalhar.
- Não precisa se esconder de mim.
Sorri amarelo em resposta, sentindo meu corpo todo doer com os movimentos que eu fazia para chegar ao banheiro. Olhei meu estado desprezível no espelho; meu cabelo estava bagunçado, minhas olheiras estavam ainda mais aparentes, e os meus lábios completamente machucados.
Tomei um banho rápido, tomando cuidado com os meus movimentos. Agradeci mentalmente por Connor ter deixado o quarto, para que eu pudesse me trocar em paz. Era difícil ignorar a dor que eu estava sentindo, mas convenci-me que logo passaria.
Meu celular vibrou em cima da cômoda, um sorriso largo abriu-se em meu rosto. Só havia uma pessoa que me mandava mensagens. Certifiquei-me de que meu marido não pretendia voltar para o quarto, e abri a mensagem.
“Bom dia! O que acha de tomarmos um café? xxHarry”
Meu sorriso se aumentou, respondi rapidamente pedindo que Harry me encontrasse na única cafeteria que eu conhecia dali quarenta minutos. Desliguei o meu celular para que, caso mais mensagens chegassem, Connor não desconfiasse.
De certa forma eu me sentia uma adolescente rebelde mentindo para os pais pela primeira vez. Harry me fazia sentir e ser esse tipo de coisa, talvez fosse por isso que desde que o conheço ele tenha sido meu ponto de fuga.
Levei Connor até o aeroporto, onde ele insistiu em me tratar como se eu fosse morrer de saudades suas. Não me leve a mal, ele não era um homem ruim, mas também não era o homem que eu queria para mim.
Assim que o avião decolou eu soltei a respiração que não percebi que havia segurado. Um sorriso levemente aliviado abriu-se em meu rosto. Caminhei imediatamente até o carro, me dirigindo para a cafeteria onde eu esperaria Harry.
Estacionei há algumas quadras de onde eu deveria entrar. Minhas mãos soavam frio enquanto eu tentava inutilmente aquece-las dentro do meu sobretudo. Entrei na cafeteria, passando meus olhos por todos os lugares até que parassem em um homem de cabelos cacheados e compridos com uma criança do lado. Franzi meu cenho, me aproximando devagar.
As íris extremamente claras e verdes de Harry se levantaram de encontro para onde eu estava, seus lábios se curvaram em um sorriso largo. Senti-me aquecida com a recepção lotada de pequenos gestos que não demonstravam nada além de saudade. Ah como eu sentia falta de vê-lo todos os dias, de sairmos, de irmos para a praia, ou só de estarmos juntos no inverno tomando chocolate quente enquanto ele fazia comentários sobre as pessoas que passavam por nós.
Harry se levantou sorrindo e abrindo os braços. Abracei-o timidamente após deixar minha bolsa no sofá que envolvia a mesa. Era novo pra mim ser tão calorosamente recebida assim. Raramente Connor me abraçava ou fazia qualquer coisa que demonstrasse amor. Talvez porque não havia amor.
Afundei meu rosto na curva do pescoço dele, descobrindo ali minha parte favorita de seu corpo. Seu perfume forte me acolheu como da primeira vez em nos revimos. Soltei-me relutante enquanto ele me analisava, passou o polegar pelas minhas bochechas, abrindo um sorriso lindo, atraindo o gesto de mim.
- Que bom ver você. – Ele sussurrou beijando a minha testa.
- Eu digo o mesmo. – Respondi sorrindo, olhando na direção da criança.
- Ah, essa é a Amy, minha amiga. – Sorri para a garota, reconhecendo-a como a mesma que estava no parque quando reencontrei Harry.
- Olá Amy. – Estiquei minha mão para ela, que prontamente apertou-a.
- Amy, essa é a (S-N), amiga do tio.
- Oi (S-N). – A garotinha respondeu envergonhada.
Estive confusa quando a vi sentada ao lado de Harry, mas quando Amy levantou o braço para me cumprimentar vi que ela usava o uniforme do orfanato municipal da cidade.
Fizemos nossos pedidos, Harry e eu conversamos um pouco. Ele me contou que pelo menos uma vez por semana saia com Amy. Que assim que começou a visitar o orfanato se apegou à criança.
Amy contou-nos como era a escola do orfanato, contou-nos que, graças à Harry, ela era a melhor aluna nas aulas de artes. Ela era uma criança adorável. Ali, na presença dos dois, esqueci-me da dor e de qualquer outra coisa ruim que pudesse me rondar.
Depois de tomarmos nosso café, caminhamos pelo centro da cidade. Após voltarmos para o meu carro, levamos Amy para o ateliê da mãe de Harry.
- Estou nervosa. – Comentei, rindo em seguida.
- Por que?
- Há tempos eu não vejo a sua mãe.
- O que é isso, (S-N). Ela vai adorar rever você. – Garantiu-me ele, pegando em uma das minhas mãos e beijando-a em seguida.
Nós descemos do carro, grudei-me em Harry, que gargalhou gostosamente. Amy correu para dentro do ateliê, deixando-me sozinha com Harry.
- Gemma quer adota-la. – Ele comentou, me fazendo sorrir.
- Tá ai uma coisa que eu nunca pensei em ver: Gemma mãe.  – Ele riu.
- Ela e o marido estão apaixonados por Amy, mas ainda estamos em processo de conhecer a garota e fazer com que ela se acostume conosco.
Entramos no ateliê, Harry segurou minha mão, puxando-me em direção ao fundo da loja. Senti os poros do meu corpo se arrepiarem com o mínimo contato dos nossos dedos.
- Mãe, olhe quem está aqui... – Ele disse sorrindo.
Anne, mãe de Harry, colocou os óculos que estavam presos à sua blusa, para então abrir a boca em surpresa.
- Ah Meu Deus! – Ela sorriu. – (S-N), como você cresceu!
- Bom... Um pouco. – Ri.
- Você está tão bonita, querida. – Abraçou-me verdadeiramente.
Depois de explicarmos como nos reencontramos, e do meu tempo para contar como minha vida estava, Harry me levou para que eu visse alguns quadros que ele havia pintado. Ele tinha um talento para qualquer coisa que fosse relacionada a arte.
Passei meus olhos por todas as telas, parando em uma ao fundo, encostada na parede com um pano cobrindo sua metade. Aproximei-me sorrindo, reconhecendo meu rosto mais jovem.
- Harry... – Chamei-o.
- É, tudo bem... Eu deveria ter tirado isso daqui antes de te trazer. – Ele revirou os olhos, ligeiramente envergonhado.
- Você me pintou?
- Quando eu tinha dezesseis anos... Deixa isso pra lá. – Ele riu.
- O que? Está tão lindo... Por que me pintou?
- Bom... quando eu soube que você estava indo para a Austrália eu pintei o mais rápido possível porque queria te entregar antes que você fosse... Mas você já tinha ido. Eu pensei em te mandar depois, no seu aniversário, mas Liam me disse que você estava namorando então eu não quis te causar problemas. – Olhei-o envergonhada e encantada. Com vontade de abraça-lo e pedir que ele me levasse para longe. Que ele me curasse como fazia com Amy.
Harry tinha o dom de me deixar feliz, era como se cada pequeno gesto dele trabalhasse nisso. Desde que nos reencontramos, há duas semanas atrás, meu coração acelerava sempre que ele me mandava mensagens. Já chegamos a passar a noite acordados conversando.
- Eu seria a pessoa mais feliz do mundo se tivesse recebido isso. – Sussurrei olhando nas íris mais lindas que eu já havia conhecido, tentando mostrar a ele o quão verdadeira eu estava sendo.
- Isso não foi a única coisa que eu fiz pra você...
- O que mais? – Sorri, vendo que Harry havia se arrependido de dizer. Sua mãe, por sorte dele, nos interrompeu nos chamando para o lanche.
Nos sentamos a mesa, Harry parecia tenso ao meu lado, talvez não quisesse que eu tivesse visto sua pintura. Pausei minha mãos em sua coxa, aproveitando-me da distração de sua mãe com Amy. Ele olhou-me surpreso. Tentei sorrir, mas não consegui, estávamos conectados, como há muito não fazíamos, conversávamos por olhares. Abri um sorriso desajeitado, acompanhando seu olhar descer para os meus lábios, os quais eu umedeci com a língua. Seus olhos se intensificaram em meus lábios quando fiz meu gesto, ergui meu rosto depositando um beijo em seu rosto. Infelizmente Amy chamou nossa atenção.
- Eca!
Rimos envergonhados vendo que os olhos das duas estavam sobre nós. Harry, por baixo da mesa, segurou minha mão entrelaçando nossos dedos.
Após comermos insisti para que Harry me deixasse pintar um pouco com ele, precisei de muitos argumentos para convence-lo.
Sentamo-nos juntos no cavalete, e ficamos pintando por horas, sem mesmo perceber que elas estavam passando, até que meu celular tocasse na mesa. Era Maria, perguntando-me se deveria esperar ela para o almoço. Harry olhou-me sugestivo, e eu acabei por responder que não almoçaria em casa.
Almoçamos no ateliê, com a comida caseira e receptiva de Anne, eu no entanto, disse que precisava voltar para casa assim que terminamos de comer. Harry disse que me acompanharia até o carro, e o fez.
- Obrigada pela manhã, Harry. – Eu disse sorrindo largo.
- Eu quem agradeço... Escuta, no fim de semana, Liam virá para cá com a Camila. Ele está programando de reunir nossa antiga turma na praia... Eu pensei que talvez nós pudéssemos ir juntos. Liam pediu que eu conversasse com você já que ele não tem mais contato contigo... Eu vou entender se o seu marido não quiser e...
- Ele está viajando... – Eu comentei, surpresa e animada com o convite. – E eu com certeza vou.
Harry sorriu abertamente, beijando minha testa.
- Se cuida. – Pediu. Instantaneamente algo em mim quis implorar que ele cuidasse de mim por mim.
- Você também. – Respondi assim que entrei no carro.

Ao chegar em casa, deparei-me com Maria guardando o almoço. Ela sorriu-me sugestiva quando me ouviu encostar na parede da cozinha e suspirar.
- Se você não quiser me contar, tudo bem... Mas eu adoraria saber quem é que arranca suspiros de você... – Ela disse. Sorri largo, Maria era como minha mãe. Ela jamais apoiara meu casamento com Connor, porque sabia que eu não seria feliz com ele.
- Eu revi um amigo de infância. – Eu disse sorrindo.
- Esse amigo deve ser muito bom mesmo. Nunca a vi assim...
- Maria! – A repreendi, rindo. – Eu vou subir e dormir um pouco.
- Vá, vá mesmo.

Deitei-me na cama, observando algumas marcas da noite anterior pelo meu corpo, pensei se todo homem fazia esse tipo de coisa. Como as mulheres se submetiam à isso? Era doloroso demais.
Me peguei pensando como seria Harry fazendo amor, mordi meus lábios repreendendo a mim mesma por pensar aquilo dele, por menos amor que tivesse por Connor, devia respeita-lo. Pensei, por outro lado, que Connor jamais saberia o que se passava em minha mente.
Perguntei-me se Harry era carinhoso, se seria amoroso se estivesse transando comigo. Mordi os lábios, fechando os olhos aos poucos, imaginando como seria. Um sorriso pequeno se abriu em meu rosto. Meus olhos se arregalaram imediatamente.
- Eu só posso estar enlouquecendo. – Sussurrei para mim mesma.

Harry’s pov.
Fiquei na calçada até que o carro de (S-N) desaparecesse pela rua. Ela estava tão linda. Céus, se eu fosse o babaca do marido dela, jamais a deixaria ser tão melancólica como ela era. Se negava, mas (S-A) era completamente infeliz naquele casamento, qualquer um poderia ver isso.
Voltei para o ateliê, vendo que algumas crianças haviam chegado para a aula de desenho que minha mãe dava. Sentei-me em uma mesa ao centro, observando as crianças desenharem. Minha mãe se sentou à minha frente, segurando minha mão.
- Vocês parecem muito próximos...
- Ela é linda, não é? – Perguntei, sentindo-me idiota.
- Alguém parece apaixonado.
- Eu nunca deixei de estar... – Sussurrei mais para mim que para ela. – Mas ela é casada.
- E desde quando isso é impedimento?
Olhei incrédulo para a minha mãe, que riu apertando minhas mãos.
- Não há mal que impeça duas pessoas de se amarem Harry. Existem algumas coisas na vida que não podem ser evitadas ou escondidas por muito tempo: a dor, a verdade e o amor. – Ela suspirou. – Demonstre seu amor por ela, e ela escolherá quem é o homem certo.
Minha mãe me deixou sozinho novamente, olhei para Amy que estava sentada em frente a um dos cavaletes. Deveria eu mostrar meu amor por (S-N)? Eu não tinha a menor chance de competir contra Connor.
Voltei para casa, indo direto para o quarto escuro onde minhas fotos estavam guardadas. A maioria delas era de (S-N) no dia do parque, sorrindo e parecendo uma criança. Minha mente trabalhou em me mostrar o quanto eu ainda queria aquela mulher. É claro que eu queria, caso contrário não teria ido atrás dela, não teria a convidado para sair, não teria mandado mensagens a semana toda. Se eu não a quisesse mais meu coração não iria acelerar ao mínimo toque dela.
Eu a mostraria como a amava, como eu, mesmo não parecendo, era melhor que Connor. E eu sabia por onde começar!

(S-N) pov.
Encarei meu reflexo no espelho pela terceira vez em menos de cinco minutos. Eu queria parecer o melhor possível, queria que meu antigo melhor amigo e Harry me olhassem com outros olhos, que pensassem que eu era a mesma.
Maria estava na porta do quarto, deixei meu corpo cair na cama e suspirei alto.
- Você está tão bonita... – Ela disse, sorrindo abertamente.
- Eu me sinto como uma adolescente.
- Isso é bom. – Sentou-se ao meu lado. – Já que essa parte da sua vida foi arrancada de você com um casamento planejado.
- Nem me lembre.
Maria estava pronta para me consolar com algumas palavras bonitas quando ouvimos a campainha tocar insistentemente.
- Ah Meu Deus, é ele. – Levantei-me em um pulo. – Eu estou um caco... Maria assim não dá.
- Deixa de ser mimada menina. Vá atender o garoto. – Ela revirou os olhos, me deixando sozinha.
Peguei uma bolsa pequena, correndo em direção à porta. Harry estava encostado no carro, com as mãos enfiadas em seus bolsos. Sorriu para mim assim que me viu parada.
Como de costume, me abraçou apertado, murmurando o quanto eu estava bonita. Entramos em seu carro e eu percebi que ele estava levando um violão. Minhas mãos estavam soando frio enquanto eu as mexia nervosamente sobre o meu colo.
- Ansiosa? – Perguntou.
- Um pouco, eu estou morrendo de vontade de ver Liam.
- Eu acho que ele não está muito diferente. – Riu.
Fiquei olhando para o perfil de Harry, como ele podia ser tão proporcional? Eu estava encantada com os detalhes de seu rosto que eu nunca havia, realmente, parado para observar. Seu cabelo sempre fora cacheado, mas agora, estando cumprido, ele parecia liso. Os olhos estavam alguns tons puxados para o azul. Sem prestar muita atenção no que fazia, e tomada pelo costume de alguns anos atrás, ajeitei uma mecha do cabelo bagunçado, fazendo-o rir e me olhar com uma sobrancelha erguida. Estávamos parados em um sinal vermelho.
- Desculpe. –Sussurrei tímida.
- Tudo bem...
Harry abriu um sorriso lindo fazendo um gesto de negação com o rosto, voltando sua atenção para o transito. Em alguns minutos o carro estava estacionando na praia, mordi meu lábio nervosa. Harry pegou em minha mão assim que descemos do carro, fazendo com que alguns espasmos percorressem meu corpo em ansiedade.
Andamos por algumas barracas de acampamento até uma fogueira grande que estavam fazendo. Liam estava abaixado tentando colocar mais fogo.
- Liam... – Harry chamou. Liam rapidamente se virou para nós com um sorriso gigante. Ele estava completamente mudado, estava mais forte, com barba e cabelo curto. Sorri em sua direção, não me controlando e abraçando ele.
Liam havia sido meu irmão por tanto tempo, e por uma bobeira perdemos o contato assim que eu me mudei para a Austrália.
- Você está tão bonita, céus. – Sussurrou.
- Não me trate como uma criança, Liam! – Rimos. – Eu estava morrendo de saudades.
- Eu também!
Em meio aos nossos sussurros ouvimos Harry pigarreando, nos fazendo rir.
- Onde está Camila?
- Procurando alguma coisa para beber. – Assenti em busca da garota que fora namorada de Liam durante toda a vida.

Harry’s pov.
(S-N) foi em direção da namorada de Liam enquanto eu o cumprimentava.
- Ih, olha só essa cara de apaixonado. – Me zoou, rindo.
- Engraçadinho. – Bati em sua cabeça. – Ela é demais cara.
- Eu sei que é. – Revirou os olhos. – Mas ela também é casada.
- Você sabe que ela não gosta realmente dele.
- Eu sei, mas ela não sabe que nós sabemos. – Levantou-se me entregando uma cerveja. – Vai com calma, tá?
Apenas revirei meus olhos, cumprimentando outras pessoas. (S-N) já estava completamente sociável com todo mundo, não havia se desgrudado de Camila um segundo se quer. Nós todos sentamos em volta da grande fogueira, mas ela estava a minha frente, extremamente longe de mim.
Ás vezes ela trocava um olhar cúmplice comigo, sorrindo abertamente, quase como se me agradecesse por tira-la da vida monótona que ela levava.
Estava quieto no meu canto, bebendo o que deveria ser minha terceira garrafa de cerveja quando senti alguém sentar do meu lado.
- Vamos relembrar os velhos tempos e tocar um pouco? – Perguntou-me Liam, me entregando um papel amarelo e velho.
No papel tinha uma canção que eu havia escrito assim que coloquei meus olhos em (S-N), quando tínhamos 15 anos e eu não passava de um virgem apaixonado. Reli a música rindo.
- Como eu pude ser tão babaca?
- Você queria conquistar ela, apaixonados fazem isso. – Liam riu. – Aliás você tinha mais chances de conquista-la aos 15 do que aos 16 quando você era metido a besta. – Rimos juntos.
- Quer saber, talvez seja uma ótima ideia tocar isso.
Liam tratou de reunir todo mundo em volta da fogueira bem acesa, (S-N) ainda estava exatamente à minha frente, tentando tostar uns marshmallows que ela sempre queimava.
Percebi que (S-N) estava com a atenção presa em mim quando peguei o violão.
- Essa música... – Comecei dizendo à todos presentes. – É tão real... Eu não sei explicar mas tem muito do que eu não consigo falar nela.
Algumas meninas fizeram múrmuros e assobiaram enquanto eu revirava os olhos. Dei a primeira nota no violão, sendo acompanhado por Liam.
(Coloque para tocar)

Jane Doe eu nem te conheço
Mas eu sei com certeza
Que você é linda
Então, querida, me deixe saber o seu nome.

Não desviei meus olhos de (S-N) por um segundo sequer, ela estava sorrindo abertamente, aquecendo os ânimos que se agitavam dentro de mim. Eu esperava que ela entendesse o que eu queria dizer.

Droga, qual é o nome dela?
Porque eu estou muito atraído
E terrivelmente convencido
De que ela poderia ser a minha princesa
E eu o seu príncipe
E eu me sinto assim desde que vi Jane Doe.

Olhei-a sugestivamente, vendo que Camila sussurrou algo ao seu ouvido, mas ela negou prontamente. Meu coração acelerou e eu me senti repentinamente enjoado. As duas estavam em uma pequena discussão e eu ansiava saber sobre o que.

Jane Doe
Eu acho que não te conheço
Mas eu sei com certeza
Que poderia conhecer se você me deixar saber o seu nome

(S-N) mal piscava, talvez estivesse começando a entender o que se passava. Camila cutucou-a com o cotovelo, murmurando um “eu te avisei”. Mordi meu lábio, voltando a cantar com os meus olhos grudados nela.

Ela é tudo o que eu quero e mais
Ela é tudo o que eu quero, com certeza
Ela é tudo o que eu quero adorar
Bom querida, eu estou muito atraído
E terrivelmente convencido
De você poderia ser a minha namorada
Mas eu acho que perdi minha chance
Oh minha Jane Doe.

(S-N) mordeu os lábios, os olhos cheios de lágrimas. Abri meus olhos em surpresa, jamais pensei que essa seria a reação dela, ela estava chateada. Talvez eu tivesse passado um limite não permitido por ela. Talvez tivesse ido longe demais pensando que era retribuído.
As conversas ao nosso redor voltaram, mas nosso contato visual não fora quebrado. Ela sussurrou um “eu sinto muito”. Meu coração caiu naquele momento, senti-me completamente vazio. Senti-me um idiota. Assenti com o rosto, tentando inutilmente sorrir. Levantei-me repentinamente, me afastando do grupo de pessoas.
Andei alguns metros, sentando-me em algumas pedras. Os gritos e as novas músicas que foram começadas por Liam e cantada por todos estavam longe. Onde eu estava com a cabeça quando decidi me aproximar de (S-N) daquela forma? Onde eu estava com a cabeça quando decidi que tentar voltar ao passado seria uma boa forma de mostrar para ela que eu era o cara certo.
Joguei uma pedra no mar, assistindo-a se afundar rapidamente.
- A pedra não havia feito nada à você. – Ouvi a doce voz dela atrás de mim.
- Eu não gostava daquela companhia. – Comentei.
- Você vai gostar da minha? – Apenas dei de ombros, sem saber exatamente como agir com ela. – A música é linda.
- É infantil...
- Não, não é não... – Ela se sentou ao meu lado, ligeiramente nervosa. – Você me chamava de Jane...
- Combinava bem mais. – Tentei cortar o clima tenso, mas ela não pareceu disposta a mudar o rumo a conversa.
- Por isso ‘Jane Doe’?
- Por que me pergunta se sabe a resposta?
- Porque eu quero ouvir você dizendo.
- O que você quer que eu diga?
- Tudo o que você quiser dizer. – Revirei meus olhos, pensando se deveria realmente fazer aquilo.
- Isso não vai mudar nada.
- Isso vai mudar tudo.
- Você é tão contraditória...
- Harry... – Me repreendeu, me fazendo sorrir.
- Todo esse tempo... – Comecei com os olhos grudados no mar à nossa frente. – Eu quis que você soubesse que eu odiava quando você chegava e me contava dos caras com quem havia ficado. Talvez fosse por isso que eu não dava bola. Eu quis que você prestasse atenção em mim, tentei até mudar quem eu era só pra que você visse que eu era certo pra você, cheguei ao ponto de deixar você cortar meu cabelo. – Ela sorriu. – Eu queria que você entendesse que eu estava ali então você não precisava de mais ninguém. Que ninguém ama alguém igual a você, e é por isso que mesmo tão diferentes nós erámos os melhores um pro outro. Você trazia o que havia de melhor em mim. Eu tentei, da forma errada, te mostrar que eu estava disposto a ficar com você 24 horas por dia se você precisasse, que eu enfrentaria o mundo por você e tomaria todas as suas dores. Que eu me afastaria quando você quisesse, e chegaria correndo todos os dias quando você me chamasse. Eu teria te amado muito bem, mesmo que você sempre tenha pertencido à outra pessoa.
(S-N) se manteve em silêncio até então, eu não me atrevi a olha-la mas esperava que ainda estivesse viva e não me odiasse. Mordi meu lábio, abaixando meu rosto. Fechei os olhos aliviado quando senti seu rosto se encostar no meu ombro. Passei a mão por sua cintura, puxando-a mais para perto.
- Olhe pra mim. – Pediu-me. Suspirei antes de fazê-lo, somente para me surpreender com seus lábios levemente molhados em cima dos meus, seus olhos estavam apertados. Direcionei uma mão para a sua nuca, subindo um pouco até o seu cabelo. Mordi seu lábio inferior, acariciando-o com a minha língua, antes de solta-lo para enfim, beija-la de verdade. Sua mão estava pousada em minha coxa, levemente insegura. Beija-a com mais vontade, tentando mostrar à ela que estava tudo bem.
Me separei dela ao perceber que estava começando a me animar. Eu sabia que precisava fazer ou dizer alguma coisa para que ela não se arrependesse.
- Você é tão linda. – Sussurrei ainda com os nossos narizes e bocas colados. – Não se prive tanto da própria felicidade assim.
- Obrigada. – Selou-me, me fazendo sorrir como um idiota, atraindo um sorriso sincero dela.
- Se esse sorriso for a recompensa, eu posso esperar por mais um tempo.

Ficamos mais algum tempo juntos, não da maneira que eu queria, é claro. Voltamos para onde estava a fogueira anteriormente, algumas pessoas se preparavam para dormir em suas barracas.
- Nós vamos acampar? – Perguntou-me um pouco assustada.
- Bom, se você não quiser eu posso te levar para casa, nós estamos um pouco longe da cidade, mas podemos ir. – Respondi, sem realmente querer leva-la para casa naquele momento.
- Não, tudo bem.
- Ei. – Chamou-nos Liam, antes entrar para sua própria barraca. – A azul é de vocês.
Olhei para um barraca grande distante da de Liam, mordi meu lábio nervosamente, sabendo que dormiria com (S-N) e que ele e Camila haviam planejado isso.
- Se você não quiser... – Comecei.
- Eu quero.
Assenti, direcionando ela até a barraca. Entramos vendo que Liam tivera a decência de colocar dois colchões.
 (S-N) se deitou confortavelmente enquanto eu também deitava, tentando manter distância dela.
- Boa noite Harry.
- Boa noite (S-N).
Eu demorei um pouco para dormir, ainda tentando realizar tudo o que havia acontecido em um noite só. Deitei-me de barriga para cima, com os braços atrás da minha cabeça. Eu mal podia ver o corpo enrolado no cobertor de (S-N) por conta da escuridão que estava. Suspirei baixinho, tentando me controlar para não abraça-la ali mesmo.
Algum tempo depois, estava quase adormecendo quando senti os braços de (S-N) envolvendo minha cintura. Sorri abertamente sabendo que ela estava perdendo um pouco da timidez.
- Estou com frio. – Ela sussurrou. Passei meus braços por baixo da sua cabeça, e o outro por sua cintura, aconchegando-a em meu abraço.
- Melhor assim? – Perguntei.
- Bem melhor, bem melhor... – Murmurou sonolenta.
- Parece que está havendo um progresso... – Sussurrei sabendo que ela já não me escutaria mais.


Acordei com a luz forte do sol irritando meus olhos. Tentei me espreguiçar e senti que (S-N) ainda estava agarrada a mim. Beijei sua testa, levando minha mão para dentro da sua camisa, em um carinho leve. Sua pele estava quente, deixando-me ainda mais confortável.
 - (S-N). – Chamei-a. – Temos que levantar.
Ela resmungou alguma coisa, me apertando ainda mais, afundando seu rosto no meu pescoço. Ri baixo, continuando com o carinho.
- Vamos, temos que passar mais tempo com Liam, ele vai embora hoje.
- Ele pode esperar, aqui está muito gostoso. – Gargalhei alto, acordando-a de vez.
- Eu sei que eu sou uma delícia. – Ouvi-a murmurar um palavrão. – Mas nós temos mesmo que levantar.

(S-N) pov.

Eu estava completamente constrangida ao lado de Harry no carro. Eu jamais havia passado a noite inteira abraçada ao meu marido. Quem iria dizer que passaria com ele?
O domingo havia passado rápido, Liam estava no avião para a sua cidade enquanto Harry e eu voltávamos para casa. Eu estava um tanto melancólica por saber que precisava voltar a realidade.
Harry estacionou em minha casa. Eu sentia que precisava deixar claro que tudo aquilo que ele disse ou fez não havia sido em vão.
- Isso não começou e terminou lá. – Eu disse olhando-o, esperando que ele entendesse. – Eu preciso de tempo, mas não quero que se afaste de mim.
- Eu não vou. – Pegou minha mão, beijando-a.
- Te vejo depois, se cuida. – Me despedi, meio envergonhada.
- Até.
Desci do carro, mas parei no meio do caminho até o meu jardim. Voltei em direção ao carro de Harry, fazendo-o abrir a janela do motorista. Puxei seu rosto, dando-lhe um selinho demorado, que foi muito mais que bem correspondido.
- Você vai me deixar mal acostumado. – Ele disse de olhos fechados com um sorriso enorme no rosto. Beijei-o mais uma vez, mais rapidamente.
- Tchau, Harry.

Continua...


                                                                 Leia a nota da autora.


(N/A): Volto a dizer que esse foi o melhor que eu consegui fazer com o bloqueio que eu estou passando. Queria agradecer uma pessoa aqui, que não sabe, mas me ajudou demais, e eu só consegui escrever ele porque ela se sacrificou a ficar conversando comigo no tumblr a noite toda, me mandando músicas que me ajudaram a me inspirar. Então, Louise, obrigada <3.
Ah, e mais uma coisa; Se alguém for no show em São Paulo no dia 11 e na pista e quiser me encontrar, me conhecer, e assim não precisar passar o show sozinha. Me manda o facebook ou WhatsApp no tumblr ou twitter (eu não vou divulgar, claro). Porque eu acho que seria uma boa ideia, assim ninguém ficaria sozinho e perdido lá no meio.
Espero que gostem dessa continuação, eu não sei se vou conseguir escrever essa semana porque a segunda mal começou e eu já não estou raciocinando direito por causa da ansiedade. Bom, é isso. beijos.
Twitter
Tumblr





Imagine com Zayn Malik - Nerd parte três.





Que me desculpem os romancistas, mas nada é pra sempre.
Nada.
 A dor, o amor, a felicidade.
Nem mesmo aquilo que foi verdadeiro.
O fim, no entanto, não significa a inexistência.
Descobri isso assim que meus olhos se abriram naquela manhã. Eu poderia descrever o sonho que tivera na noite anterior, que me mostrava o quão eu era livre. No meu mundo, naquele que eu criei e era.
Louca e solitária, porém livre.
Minhas mãos levemente trêmulas apertaram o casaco contra o meu corpo seminu, não havia, na verdade, nem amanhecido mas eu precisava deixar coisas prontas no restaurante. Espreguicei-me sentindo a doce disposição me despertar. Parei no meio do caminho até o banheiro para me olhar no espelho. Meus cabelos estavam quebradiços e minhas olheiras profundas. Mordi o lábio, incomodada com o que via.
Revirei meus olhos, sabendo que não tinha tempo para inseguranças femininas naquele dia, tomei um banho rápido e sequei meu cabelo em seguida fazendo um coque meio desengonçado.
A madrugada Italiana estava especialmente fria, minhas mãos, mesmo que cobertas por luvas grossas, estavam geladas. Contei os segundos para chegar no restaurante e me aquecer na cozinha. Passei em uma feira antes para comprar alguns produtos frescos.
No carro uma música animada começou a tocar, o locutor havia dito que era dedicada a todos que ainda estavam acordados. Sorri, pensando em quem mais poderia estar acordado naquela hora, às quatro da manhã. Conclui que somente os obcecados por trabalho estariam.
Entrei depressa no restaurante, trancando-o em seguida para que eu pudesse ficar segura quanto ficasse sozinha. Kate, minha server, me mandou uma mensagem dizendo que deveríamos abrir para o café da banda. Eu queria garantir que tudo ocorreria bem enquanto eles usufruíam dos nossos serviços.
Comecei a preparar uma Foccacia, queria que eles provassem alguns sabores tipicamente italianos, não sei exatamente quanto tempo perdi nessa receita e nas outras que comecei a fazer.
O balcão em que eu estava trabalhando já estava completamente sujo de farinha e eu havia desistido de tentar domar o meu cabelo quando Kate entrou na cozinha seguida por um grupo de cozinheiros que logo começaram seu trabalho a todo vapor. Decidimos que para que não houvesse desperdícios do café de hoje, faríamos um café da manhã no dia seguinte, com congelados de hoje.
Eu mal notei quando o dia amanheceu de vez. Eram oito horas, a banda logo chegaria, e só então eu percebi que não poderia me apresentar como a chefe do restaurante com a aparência que eu me encontrava. Kate me garantiu que eu poderia ir pra casar me arrumar, e que ela daria conta de tudo.
Voltei pra casa imediatamente, tomei um banho e me arrumei novamente. Meu cabelo estava um pouco melhor, e eu decidi passar um corretivo nas minhas olheiras. Meu rosto parecia extremamente magro, o que me deixava constrangida. Com vergonha de mim mesma por ter me abandonado tanto.
Voltei ao restaurante, entrando pelos fundos e rezando para que eles não tivessem chegado.
- Oi. – Chamei por Kate que me olhou admirada. – Por favor, não diga nada. Eles já chegaram?
- Você está linda. – Revirei os olhos. – Sim, eles chegaram, mas estão sem tempo algum, a mesa já foi colocada e eles estão comendo, pretendem ir embora em menos de uma hora, então eu acho melhor que vocês se conheçam no almoço, pois eles terão mais tempo.
- Eu não acredito nisso. Eu espero de verdade que esses homens comam tudo o que eu fiz, caso contrário meu desperdício vai ser colocado no preço deles. – Sussurrei brava, fazendo com que Kate risse.
Eu mal tive tempo de conhecer a banda, tudo o que eu fiz, na verdade, foi olha-los por de trás da porta da cozinha.

O tempo entre o café e o almoço passou ironicamente rápido. O cardápio todo estava pronto, e eu esperava pacientemente que a banda chegasse. Havia uma frota de segurança em frente ao restaurante e algumas fãs também.
Ao meio dia em ponto, fui informada de que eles haviam chegado, Kate os conduzia até a mesa, certificando-se de que todos –banda ou equipe- estavam confortáveis. Os pedidos aos poucos começaram a chegar. Os chefes estavam trabalhando num ritmo animado, aproveitando a música baixa que tocava ao fundo. Eu me sentia verdadeiramente disposta naquele momento.
A banda foi servida, e ao fim do almoço eu estava pronta para conhece-los, cabelo e maquiagem haviam sido retocados. Respirei fundo e abri a porta da cozinha, indo em direção à mesa grande que havia lá.
- Garotos, essa é (S-N) dona e chefe do restaurante. – Paul, o segurança, me apresentou.
- Então é você quem fez essas divindades aqui? – Niall, descobri eu, comentou sorrindo abertamente.
- Sou eu mesma. – Sorri, sentindo minhas mãos tremerem. – Eu espero que tenham se divertido e apreciado a refeição.
- Estava ótimo, obrigada (S-N). – Louis comentou com seus grandes olhos azuis parados em mim.
- Há muito tempo eu não me sentia em casa como estou me sentindo agora. – Completou Harry.
- Eu agradeço meninos. – Sorri ansiosa.
Meus olhos se dirigiram para uma mesa ao canto, uma garota conhecida estava sentada sozinha, batucando com os dedos na mesa. Meu coração se acelerou rapidamente, minhas mãos instantaneamente começaram a soar frio. Niall ainda falava alguma coisa, mas eu já não prestava mais atenção. Agradeci-o sem ter certeza do que ele havia dito e com a pouca coragem reunida eu me dirigi àquela mesa.
Não sabia exatamente o que dizer, se deveria fingir que a conhecia ou simplesmente agir como fiz com os meninos, minha voz, no entanto, saiu sem que eu treinasse antes.
- Jade? – Perguntei surpresa. Os olhos castanhos da morena se dirigiram para o meu rosto. Sua expressão se transformou de surpresa para um sorriso de canto.
- (S-N)? – Jade era a antiga amiga de Zayn que sempre gostou dos meus namorados, que odiava Zayn por ter estado comigo. Era com ela que ele fora ao baile de formatura dois meses após a minha mudança, fora para ele que ele dirigiu os ‘eu te amo’ mesmo depois de dizer que iria me encontrar um dia. Era por ela que Zayn havia me trocado. – Ah meu Deus, quanto tempo.
- É Jade, é sim. Eu não sabia que você era da equipe da banda. – Eu disse constrangida e me sentindo levemente inferior. Jade estava muito bonita, seu cabelo estava brilhante em comparação ao meu. Seu era corpo perfeitamente desenhado.
- Eu não sou. – Ela riu. – Sou namorada de um deles. – Estalou a língua nos dentes me olhando de cima a baixo. – Não sabia que saiu de Londres para virar garçonete...
- Ahm... – Mexi-me desconfortavelmente, percebendo que ela estava me provocando. – Eu sou a dona do restaurante.
- Jura? Eu devia saber que só você teria esse mau gosto. – Sussurrou, virando o rosto para o lado, mordi meu lábio não entendendo porque eu estava me sentindo tão insegura perto dela.
- Bom eu espero que tenha sido bem atendida.
- Eu fui sim, não graças à você.
- Eu...
- Ah, olha só quem está chegando. – Apontou o dedo para algum lugar atrás de mim, não me dei o trabalho de me virar tão cedo. – Meu namorado.
Curiosa eu virei meu rosto, apenas para então sentir um repentino enjoo. Aquilo não era possível, definitivamente não era. Zayn estava parado me olhando curioso, confuso e diria eu, surpreso. Sabendo do olhar de Jade em nós, ele passou por mim até se sentar na frente dela.
- Ela estava me dizendo que não é garçonete, Zayn... – Disse Jade, completamente inconveniente. – E que o restaurante é dela. Bem... Você se lembra dela, não?
Eu mal me senti ofendida com as palavras de Jade. Meu coração ainda estava surpreso demais, minhas mãos começaram a se roçar, denunciando o quão nervosa eu estava.
- Claro, como vai (S-N)? – Ele me perguntou depois de pigarrear duas vezes, seus lábios tremeram, e apesar dos carinho que Jade fazia nele, para chamar sua atenção, ele não tirava os olhos de mim.
- Muito bem, obrigada. – Mordi meu lábio. – E-eu tenho que voltar ao trabalho. Aproveitem.
Sem deixar que me interrompessem eu fui de volta para a cozinha, direto para a pia, onde joguei água fria no meu rosto.
Aquilo, definitivamente, era impossível. Novo demais. Zayn estava em uma banda, e ainda namorava com Jade? Senti como um soco no meu estômago, me deixando ainda mais enjoada. Ignorei os chamados de Kate e olhei para Zayn mais uma vez através da porta da cozinha, ele já não dava mais atenção para o que Jade dizia, encarava um ponto fixo no chão.
- Kate eu... – Comecei, sem forças para terminar, rezando para que ela me entendesse.
- Você está passando mal?
- Não... Quer dizer eu não sei. Eu quero ir pra casa.
- O que? Ficou louca? Não pode deixar a cozinha agora, viu quantas bocas temos que alimentar hoje?
- Eu sei, mas...
- Me diz o que tá acontecendo?
- Aquele... – Apontei com o dedo, como uma criancinha assustada. – Eu namorei com ele, e ela me odiava e agora... – Senti a primeira lágrima descer.
- Calma (S-N), está tudo bem. Olha... Eu não sei o que aconteceu entre vocês, mas você não pode largar isso agora por causa deles. Niall disse que quer conhecer nossa cozinha, e eu preciso que você mostre-o.
- Mas...
- Você quer que o restaurante seja divulgado, não? – Assenti com o rosto. – Então faça todas aqueles pessoas não se arrependerem de terem vindo aqui.
Kate pegou um pouco de água com açúcar para mim, me deixando sozinha por um tempo, até que eu realizasse o que havia acontecido.

Zayn’s pov.

Eu deveria ter pedido para que ela ficasse, mesmo que Jade me odiasse por isso. Eu queria saber sobre a vida dela, como estavam as coisas, por que ela estava tão magra. Eu queria tocar seu rosto pra ter certeza de que aquilo era real.
Quando eu a disse, três anos atrás, que nos veríamos de novo eu não pensava que aconteceria mesmo.
Jade continuava a falar sobre como (S-N) já não parecia mais com a garota linda e popular do colégio, mas tudo o que eu ouvia era o nome daquela que eu amei por um bom tempo ecoando em minha cabeça. Olhei para onde ela desapareceu na esperança de que aquilo a fizesse voltar.
Por que, depois de tanto tempo, minhas mãos tremiam tanto após ter visto ela? Por que o meu coração estava descompassado? Por que eu estava me controlando para não entrar naquela cozinha e procurar por ela?
- Zayn, está me ouvindo? – Ouvi a voz de Jade me chamar a atenção.
- Estou, desculpe.
- Ei, nós vamos fazer uma tour pela cozinha – Brincou Niall. – Vocês querem?
- Não... – Começou Jade, mas eu a interrompi dizendo que tinha curiosidade para conhecer a cozinha.
Mesmo desconfiada, ela soltou minhas mãos, indo se sentar com outras pessoa da nossa equipe, levantei-me depressa acompanhando os caras até a cozinha. Minhas pernas deram um leve espasmo ao ouvir o som da porta se abrindo.
(S-N) parecia um tanto quanto afetada, suas bochechas e nariz estavam levemente avermelhados, e eu não sabia dizer se ela estava com calor, gripada, ou se havia chorado.
Quando nos viu entrando pela cozinha, abriu um sorriso lindo, especialmente dirigido à Niall, que estava encantado com aquele ‘mundo mágico’. (S-N) nos acompanhou por alguns lugares da cozinha, sempre nos explicando tudo. Seus olhos, quando se encontravam com os meus, desviavam imediatamente e ela perdia a fala por um instante. Talvez, se eu prestasse mais atenção poderia ouvir o coração dela batendo no mesmo compasso desesperado do meu.
- Nós ficaremos por uma semana. – Ouvi Harry dizer. – Poderíamos comer mais vezes aqui porque foi uma experiência incrível.
- Eu agradeço. – Murmurou envergonhada. Uma mecha caiu do seu coque, e por mais clichê que aquilo parecesse, minhas mãos coçaram para que eu fosse arrumar.
Eu mal prestei atenção enquanto ela contava sobre seu restaurante com tanto amor. Meus olhos só conseguiam passar pelos movimentos que sua boca faziam, sobre como ela ficava envergonhada com os meus olhares, ou quando Niall a elogiava a ponto de fazê-la corar. Eu estava vendo ali, por dentre aquela casca, a garota porque eu fui apaixonado.
Sem que eu percebesse Niall puxou (S-N) para um canto da cozinha enquanto os meninos se dispersavam por entre os cozinheiros. Ele estava com os olhos brilhando, eu sabia que, por mais que ele cozinhasse mal, se interessava muito por gastronomia.



- Você fez o que? – Gritei exasperado quando Niall e eu entramos no meu quarto de hotel.
- Eu convidei (S-N) para a nossa festa de amanhã, e contratei o restaurante pra servir os nossos convidados. – Disse simplesmente, me olhando com certa curiosidade. – Por que tem tanto medo dela?
- Eu não tenho medo dela!
- Então qual o problema de convida-la?
- Não tem problema...
- Zayn, está escondendo alguma coisa?
- Por que essa pergunta?
- Porque você simplesmente se afastou de todo mundo no restaurante enquanto ficava observando ela, porque, você pode não ter percebido, mas deixou Jade de lado o dia todo depois de ver (S-N), e agora está agindo assim.
Respirei fundo, não sei se era certo contar ao Niall o que houvera no passado. Ás vezes, diz Louis, não devemos revirar coisas que já estão enterradas. Não se deve querer reviver o passado.
Mesmo relutante, contei para Niall o que houve, eu sabia que no fundo não era certo esconder aquela história do meu melhor amigo.
Rever (S-N) me trouxe melancolias que eu não conseguia explicar, eu queria mantê-la por perto e ao mesmo tempo afasta-la para que não me criasse problemas. Eu queria sorrir e abraça-la, perguntar como estava, mas também queria ter o mínimo contato possível. Eu queria dizer a ela que estava linda, e mostra-la o quão orgulhoso estava, mas também queria mostra-la que, acima de tudo, estava orgulhoso de mim.
Amando-a ou não, ela havia me deixado e eu não queria correr esse risco mais uma vez caso me aproximasse.
- Você ainda gosta dela? – Perguntou-me Niall depois de algum tempo de silêncio. Eu respirei fundo, não sabendo exatamente qual seria a resposta, eu poderia mentir pra ele e para mim mesmo dizendo que a presença dela não tinha causado nada em mim, ou poderia me abrir e descobrir o que estava acontecendo comigo.
O que ela fazia comigo?
- Eu nunca deixei de gostar. – Sussurrei, mordendo meu lábio em reprovação em seguida.
Niall se levantou com o olhar piedoso e firme, deu batidinhas em minhas costas e disse a única coisa que poderia ter dito:
- Então não a deixe ir mais uma vez.


Fechei meus olhos assim que senti meu rosto em contato com o travesseiro macio. Minha mente não havia parado de trabalhar em cima do conselho que Niall me dera de tarde.
Jade estava adormecida, de costas para mim, por que, de repente eu já não conseguia mais sentir o meu peito cheio quando estava perto dela? Por que repentinamente parecia faltar algo?
Minha mente estava em guerra com o meu coração, e eu não sabia qual dos dois falava mais alto. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Niall.
“Eu pareço vazio desde que ela apareceu de novo. XxZayn”
Deixei meu celular sobre o peito, me forçando à não me arrepender do que havia dito para Niall. Eu poderia negar para sempre, mas nada calaria o que eu estava sentindo. Era fato que eu sentia a falta dela, que eu queria saber sobre ela, ser, pelo menos, seu amigo. Jade parecia tão pouco, tão vazia perto do par de olhinhos brilhantes que eu revi esta manhã.
“Talvez nunca tenha estado completo desde que ela se foi. XxNiall”
Sentindo o meu coração acelerar e a certeza me dominar, eu apaguei, sem muita vontade de pensar sobre aquilo.
Na verdade não havia o que pensar, era a mais pura verdade.

(S-N) pov.
 Olhei-me no espelho pela décima vez. Eu não tinha muitas roupas apropriadas para festas, também não tinha muitas amigas com quem eu pudesse trocar opiniões, mas Kate, que ficou me arrumando a tarde toda, já que eu não conhecia mais nada sobre maquiagem, me garantiu que eu estava muito bem.
O decote do meu vestido era extremamente baixo, e eu não me sentia nem um pouco segura com ele, minha mente repetia que era um pecado me exibir daquela forma, meu corpo não era apropriado para tal coisa.
- Não seja tão má consigo mesma. – Cutucou-me Kate, quando percebeu que eu olhava mais uma vez no espelho.
- Eu só...
- Você está maravilhosa, tem um rosto e um corpo lindo, e o mais importante, é linda por dentro. Não se de o trabalho de julgar tanto. Só se sinta bem.
- Tudo bem, eu vou tentar.
Ela me deu um sorriso largo, me puxando em direção ao primeiro andar da minha casa, fomos em meu carro, os outros funcionários já estavam na festa.

Em frente à casa noturna onde a after party havia sido organizada, havia alguns fãs e vários seguranças espalhados pela entrada, preferi entrar pelo fundo, não queria chamar mais atenção do que já chamaria com aquele vestido.
Estava escuro dentro do local, e uma música alta tocava ao fundo, apertei meus olhos tentando reconhecer alguém mas não consegui. Localizei o bar e me sentei em um dos bancos.
- Quer alguma para beber, senhorita? – Perguntou-me o barman.
- Eu gostaria de uma margarita.
- Tudo bem, eu já trago. 
Agradeci o garçom, olhando mais uma vez à minha volta, em pouco tempo, John, o barman, chamou a minha atenção, me entregando o meu drink, recostei-me no balcão, olhando à minha volta.
Reconheci alguns funcionários servindo aperitivos para quem estava na festa. Apertei meu olhos, e ao canto vi Zayn e Jade dançando juntos, revirei meus olhos, engolindo quase que todo o meu shot em uma única vez.
Desde que Zayn apareceu eu mal consigo parar de pensar nele. Me perguntava que ele sentiu todas as coisas que eu havia sentido. Se, no mínimo, pensou em mim.
Jade estava de costas para Zayn, mexendo seu corpo no ritmo da música, enquanto ele apenas a assistia, segurando em sua cintura, suspirei alto, sentindo a bebida descer queimando em minha garganta.
- É... Acho que você precisa de mais uma. – John disse ao meu lado, enquanto eu apenas confirmava com o rosto.

Após alguns drinks oferecidos por John, e muitas provocações de Jade em Zayn, eu me sentia finalmente um pouco mais leve. Estava sorrindo com algumas coisas que o barman me dizia, talvez tivesse percebido como eu queria ser a morena que se movia por Zayn.
- (S-A)? – Ouvi uma voz conhecida. – Você está bêbada? – Harry riu, segurando-me pelo braço.
- Ainda não.
- Então vamos, estão loucos para te verem.
- Quem? – Perguntei, me apoiando nele para andar.
- Os garotos da banda... Aliás. – Parou imediatamente, se virando para mim. – Você está maravilhosa.
- Obrigada Harry, você é tão doce. – Respondi com a voz embargada, assistindo-o abrir um sorriso lindo. Ele era, definitivamente, um homem encantador. Um homem certo.
O problema, é que eu sempre tive gosto por homens errados.
Harry me conduziu até onde os meninos estavam. Zayn e Jade estavam grudados, Niall estava com uma garota desconhecida, enquanto Harry, Liam e Louis estavam sozinhos.
Todos me cumprimentaram com um sorriso e elogios, menos, é claro, Zayn e Jade. Passamos algum tempo conversando, Harry me chamou para dançarmos, e eu aceitei.
Aproveitamos o tempo para nos conhecer melhor, ele era definitivamente um cavalheiro. Enquanto dançávamos, percebi que Zayn mal tirava seus olhos de nós, aproveitei-me de Harry, para tentar provocar um pouco de ciúmes, o que pareceu dar certo, já que ele saiu de perto de Jade no mesmo instante, sumindo por entre as pessoas. Jade me olhou furiosa.
Assim que voltamos Zayn também já havia voltado de seu sumiço. Jade ainda me encarava com raiva, sabia que eu estava provocando seu namorado. Sentia mais raiva ainda por saber que eu conseguia provocar algum ciúmes nele.
- Sabe (S-N), eu estou com fome, será que você não pode me servir alguma coisa?
- Não sou garçonete Jade, já disse isso. – Murmurei, revirando meus olhos.
- Mas é cozinheira, dá no mesmo.
- Você tem alguma coisa contra quem trabalha em restaurantes?
- Nada. – Sorriu-me, pegando uma taça de vinho de uma bandeja que passou.
Niall puxou um assunto qualquer comigo, para evitar a tensão que crescia entre Jade e eu. Harry estava ao meu lado, com a mão em minha cintura, me mantendo perto dele, já que eu havia dito que estava com frio.
- Vou ao banheiro. – Sussurrei pra ele, que apenas confirmou com o rosto.
Aproveitei-me para me admirar no espelho do banheiro, apesar dos poucos cabelos grudados na minha testa por causa do suor, Harry me fez tantos elogios que eu passei a acreditar que estava bonita.
Jade entrou no banheiro em seguida, ficando atrás de mim enquanto me encarava pelo espelho.
- Alguns hábitos nunca mudam, não é? – Perguntou-me, tomando um gole do seu vinho.
- Do que está falando? – Perguntei, sem me virar.
- De você... É engraçado que você esteja aqui tentando provocar o meu namorado. Você não percebe? Você já não é mais uma garota bonita (S-N). Você não tem nada de bom para oferecer para si mesma. Olha só o que fez consigo. – Apontou meu corpo com o rosto. – O que teria para oferecer ao Zayn? Tudo o que você faz, você destrói. Foi assim com ele uma vez. Foi por isso que foi embora. Você não é boa o suficiente. Seus tempos de glória já passaram.  – Ela riu. – Acha mesmo que Harry te acha bonita? Acha mesmo que o Zayn sentiu algo por você? Tudo o que ele sente é repulsa e raiva. E você não merece nem isso. Você é uma vadia sem coração que conseguiu acabar, não só com ele, mas com você mesma.
Eu abri a minha boca para tentar responde-la enquanto ela me encarava, mas nada que saísse compensariam as palavras dela. Bem lá no fundo, por mais que doesse admitir, ela estava certa. Eu não tinha para oferecer à ninguém. Foi por isso que eu me afastei. Foi assim que afastei os meus pais e os meus amigos. Era por isso, que dois meses depois da minha ida, Jade era a nova “eu”.
- Abaixa sua bola (S-N), daqui três dias nós vamos embora, e você vai voltar a ser só mais um fantasma do passado de Zayn. Eu sou o presente dele, e eu serei o futuro.  – Ela se aproximou. – E eu não vou deixar que você estrague isso.
Jade passou seus olhos por todo o meu corpo, com uma sobrancelha arqueada, mordeu o lábio.
- Belo vestido. – Se aproximou mais, derramando o vinho de sua taça em uma parte do meu vestido branco. – Oh, eu sinto muito, você sabe... Eu sempre fui desastrada.
- Jade... – Eu murmurei com a voz embargada, sentindo as lágrimas começaram a descer.
- Vá para casa (S-N).
E assim ela me deixou sozinha no banheiro, solitária com as minhas lágrimas, e a dor de ter tido a verdade tão exposta assim.
Eu não tenho nada de bom para oferecer à ninguém.
Sai do banheiro correndo, parando somente para retribuir o olhar que Zayn me lançou assim que eu passei em sua frente. Abaixei meus olhos, subindo as escadas até a cobertura.

Zayn pov.
Ela estava chorando, a maquiagem estava borrada e o nariz estava vermelho novamente. O vestido estava manchado de vinho, olhei para Jade do outro lado do salão, que a encarava com um olhar um tanto superior.
Senti um arrepio atravessar o meu corpo quando realizei o que havia acontecido. Jade, pouco antes de (S-N) sair chorando, havia me dito que iria ao banheiro.
Quando voltei meus olhos pro lugar onde (S-N) estava a poucos segundos, decepcionei-me ao não vê-la mais, procurei-a com o olhar, vendo apenas o vestígio de um vestido branco indo escada acima.
Dirigi-me até as escadas, que me levaram à cobertura do prédio. (S-N) estava perto de onde ela terminava, suspirei, andando devagar até onde ela estava. Talvez fosse a hora de dizer a ela tudo o que estivera entalado por todos esses anos.
Assim que me aproximei, vi sua pele arrepiada, enquanto seu corpo dava leve espasmos por conta do vento frio. Tirei meu blazer, depositando-o sobre os ombros dela com calma. (S-N), porém, não se assustou.
Seu rosto estava levantado enquanto ela olhava as poucas estrelas que haviam no céu.
- Você acha que elas tinham um plano para nós? – Perguntei me sentindo um idiota.
- Eu não sei. – Ela sussurrou com a voz fraca. – Eu esperei por todo esse tempo... Mas foi inútil.
- Não foi inútil (S-N), eu gosto de você e eu não quero que sofra.
- Você não devia gostar... Não deve se importar.
- Me escuta. – Puxei seu braço a fazendo se virar para mim. – Eu não estaria aqui se não me importasse. Eu sei que se passou tempo demais, que tudo mudou e as coisas ainda são novas demais e por mais difícil que seja de admitir, quando eu vi você, eu quis correr pros seus braços como eu faria há alguns anos atrás, eu quis te abraçar com força, eu quis cuidar de você porque você parecia não estar fazendo isso. Naquela noite eu quis deixar Jade sozinha e ir até o restaurante na esperança de que você estivesse lá.
- Eu não tenho nada de bom pra você, eu sou uma pessoa vazia Zayn.
- Não você não é. Você é maravilhosa, e eu não me importo quem você finge ser quando está com os outros, eu sei que dentro de você, a chama daquela adolescente sonhadora não se apagou. – Segurei seu rosto. – É difícil admitir, mas a minha chama também não se apagou. A minha chama por você.
Observei mais algumas lágrimas caírem dos seus olhos. Ela não estava convencida, apesar de ter abaixado um pouco o próprio escudo, perguntei-me onde foi que ela se perdeu? Porque parecia tão doente? Por que eu sentia que precisava ficar mais próximo?
Sem pensar muito deixei que meus olhos caíssem pelos lábios dela, meus dedos contornaram-nos, fazendo com que ela os contraísse. Era errado, mas naquele momento eu entendi que a minha mente nunca falaria mais alto que o meu coração. E ele, por sua vez, gritava por (S-N).
Colei meus lábios nos dela com certa pressa, sentindo todo o meu corpo se arrepiar diante do toque, ela, aos poucos, entreabriu os lábios dando passagem para a minha língua quente, sua mão parou em cima da minha, que segurava seu rosto. O beijo tinha o gosto das lágrimas dela misturadas com a saudade que eu sentia. Nossos corpos estavam colados, aquecendo um ao outro.  (S-N) me correspondia com a mesma intensidade e vontade.
Senti que as lágrimas dela aumentaram, deixei seus lábios com um selinho demorado, apenas para observa-la com os olhos apertados, ouvi um grunhido ao nosso lado. Meu coração se acelerou instantaneamente, para se acalmar em seguida, vendo que quem estava ali era Niall.
- Vai embora Zayn... – Ela me pediu em meio as lágrimas.
- Eu não vou desistir de você tão cedo, (S-N). – e com mais um selinho, a deixei na cobertura, sendo aquecida pelo meu blazer, que eu não fazia a mínima questão de ter de volta.




Leia a nota da Autora.








N/A: Bom tá ai, depois de quase um ano (eu acho) eu não gostei muito dessa parte mas espero não ter decepcionado ninguém. Foi o melhor que eu consegui fazer com o bloqueio criativo. 
Um recado: eu sei que tem um monte de imagines que precisam ser terminados, não se preocupem, todos eles serão. O meu processo criativo é muito chato e demorado, então não depende de mim qual história vai ser continuada, depende dele. Além disso, eu tenho um monte de pedidos pra fazer, então tenham paciência.
Obrigada pelos comentários no imagine do Liam (acredito que ele vai ser o próximo a ter continuação) e em All Too Well. Comentem bastante em Nerd, quero saber o que estão achando da história, e o que querem pra ela. Se tiverem músicas, fotos ou textos que lembrem essa história podem me mandar, assim me ajuda a ficar inspirada, e eu consigo escrever as continuações mais rapidamente. Obrigada <3.
Para falar comigo:
Twitter
Tumblr