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Imagina com Harry Styles - All too well.


Pedido feito por : Mia - One-shots-da-1d | Tumblr.


Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e acreditar outra vez. 
                                                               - Caio Fernando de Abreu.

Eu ainda acreditava no amor. No fundo eu esperava, mesmo que sem esperança alguma, que ele chegasse para todos. Ou pelo menos para mim. Eu criei, desde sempre, expectativas falsas sobre ele, e no meio das minhas expectativas eu cai no fundo mar da realidade, e descobri: amar é mais que um sentimento. É uma ação.
É uma ação imposta em tudo o que você faz. Se for fazer, faça por amor. Se for pra ficar, fique por amor. Se for amar, que seja de verdade.
E a ação de amar não é tão simples quanto parece. É se doar sem pedir nada em troca, é sorrir pela felicidade alheia, é cuidar, é ser, se entregar, pular e cair, se machucar e continuar tentando. Amor não é fácil.
Engraçado que eu não precisei amar pra descobrir isso tudo. Eu só precisei de solidão, um café bem forte, e um casamento arranjado. Disse, minha mãe, que hoje já não existe mais amor. Que deve-se aprender a amar. E que eu aprenderia a amar Connor em pouco tempo. Isso infelizmente não aconteceu.
Eu vivia presa em casa, olhando os serviçais ocupados em seu trabalho e recebendo ligações de minha mãe que me perguntava como estava minha vida de casa. Minha vontade era de responder “vida?”. Não é que Connor me prendia em casa, mas eu sentia falta da pseudoliberdade de antes. Gostaria de estudar, trabalhar e fazer coisas que pessoas normais faziam. Mas eu não era normal. Eu era a herdeira do Império bancário mais famoso de toda a Inglaterra.
Em meio ao meu devaneio, senti uma mão abraçando-me pela cintura. Revirei os olhos, sorrindo amarelo. Connor beijou-me no pescoço.
- Que bom te encontrar aqui. – Beijou-me novamente. – Com foi o seu dia?
- Como todos os outros dias, eu fiquei em casa dando ordens.
- Que bom que se divertiu. – Connor riu ironicamente, se afastando em seguida. – O meu foi muito trabalhoso, se quer saber. Mas você merece o melhor. – Ele sorriu galante, entregando-me uma caixa de veludo azul-marinho. 
Dentro da caixa havia um colar de ouro, com uma esmeralda esculpida em forma de coração. Olhei-o sabendo que ele nada mais queria que me agradar, ou me comprar, de qualquer forma, nenhuma das opções me conformavam.
- É muito bonito, obrigado.
- Você merece. – Ele beijou minha testa e saiu em direção ao banheiro.
Soltei o ar, sentindo um peso sair de cima de mim. Guardei o colar, assim como todas as outras joias que eu ganhava, em uma gaveta do armário.
Deite-me às pressas, sabendo da possibilidade de Connor insistir em mais uma noite de sexo, o que eu não estava disposta a oferecer.

Acordei no dia seguinte após a saída de Connor. Maria, nossa governanta estava na cozinha, apoiei-me no balcão, a observando anotar algo em um bloco.
- O que é isso?
- Ah, bom dia (S-N), essa é a lista de compras.
- Precisa de algo para o almoço?
- Quase tudo. – Ela sorriu. – Eu vou daqui algumas horas...
- Não, eu vou. – Respondi firme.
- Mas a senhora nunca faz compras! – Revirei meus olhos ao ouvir, não iria voltar atrás.
- Não se preocupe, eu preciso mesmo sair um pouco.
Sai apressada em direção ao centro da cidade, deixaria para passar no mercado por último. Eu não sabia exatamente onde estava indo, mas a sensação de falsa liberdade era extremamente agradável.
Sentei-me em uma praça, apertando meu casaco contra o corpo. Algumas crianças brincavam no local, sorri lembrando-me de que há muito dizia que seria mãe. Eu, no entanto, não queria um filho de Connor.
Parei então para pensar sobre como eu me imaginava quando adolescente. E não era assim que eu fantasiava estar vivendo. Talvez fosse essa a parte que mais doía: saber que o que eu levei uma vida planejando se desfez como fumaça, bem à frente dos meus olhos, e eu não pude evitar.
Levantei-me indo em direção à um carrinho de algodão doce que estava cercado por crianças. Enquanto andava, senti um peso sobre minhas costas, não literalmente, claro. Procurei ao meu redor algum olhar, talvez fosse algum fotografo do jornal local que adorava notícias das socialites deprimidas.
- Em que posso ajudar? – A voz do homem despertou-me.
- Ah sim... Eu quero um rosa, por favor. – Ele sorriu-me simpático, começando a fazer o algodão doce enquanto eu olhava a minha volta. Meus olhos pararam em um homem abaixado, fotografando as crianças que corriam em brincavam. Uma das garotinhas caiu, o homem correu para ela, fazendo-a sorrir e dando-lhe uma flor. Sorri com a cena, era adorável assistir a inocência que aquela criança tinha.
Um machucado, quando se ainda é criança é tão facilmente curado com um pouco de amor.
Voltei minha atenção para o homem que ainda fazia o meu doce, e conversava com crianças curiosas.
Paguei-o assim que pronto, andando na direção oposta, rumo à algumas árvores que tinha as folhas caídas, marcando o início do outono.
- Será que eu posso fotografar essa cena adorável? – Ouvi uma voz rouca atrás de mim, virei-me sorrindo amarelo.
- Eu não faço o tipo fotogênica.
- É por isso que você faz o tipo de pessoa que eu preciso.
- Precisa pra que?
- É um trabalho meu de fotografia. – Ele sorriu. – Posso?
Respirei fundo, achando um tanto quanto estranho. Olhei-o em suas claras íris verdes, mordi meu lábio devagar, reconhecendo-o de algum lugar, como uma lembrança apagada há muito tempo.
- E o que você quer que eu faça? – Rendi-me ao fotografo.
- Aja naturalmente.
- Eu não sei como fazer isso.  – Ele riu, deixando me desconfortável e encantada com o som que a voz dele produzia, chegava a ser engraçado.
- É só andar, comer o seu doce, e sorrir se você se sentir envergonhada.
Assenti, sorrindo envergonhada, tentando me acostumar com os cliques que ele dava, comecei a andar, observando-o me seguir. Ele dizia e fazia algumas coisas que me faziam rir, com pouco tempo eu já estava bem mais solta, ele se fotografava comigo, roubando meu doce e afins. No fim, sentamo-nos para ver as fotografias, rimos com algumas.
- Eu definitivamente não sou fotogênica. – Ele riu.
- Essa ficou muito bonita. – Ele mostrou-me uma em que eu estava rindo, algumas folhas voavam ao meu redor (já que ele as jogou em mim) e o meu doce rosa se destacava entre as folhes amarelas. – Vou usar todas.
- Não acha que são muitas?
- Não, não são. – Ele riu. – Escuta. – Ele me chamou, sorrindo pequeno. – Quanto tempo mais eu vou ter que ficar ao seu lado até que você perceba?
- Perceber o que?
- Você não me reconhece mesmo? – Neguei com o rosto, mordendo meu lábio. – Meu nome é Harry Styles e eu fui um dos seus melhores amigos durante todo o colegial. – Harry sorriu abertamente, estendendo a mão pra mim.
Eu nada fiz, em choque. Não podia ser, podia? Ri sem graça uma ou duas vezes, apertando sua mão, piscando confusa.
- Isso não pode ser verdade.
- Acredite. – Ele riu. – Eu te reconheci assim que a vi pegando o algodão doce.
Era inacreditável ter Harry tão perto depois de tanto tempo. Quando erámos adolescentes ele costumava ser meu ponto de fuga. Era inconsequente e uma criança, e eu já planejava os nomes dos meus filhos. Erámos opostos que se completavam. Ele me contava das meninas, e eu dos caras, nos olhávamos e riamos das nossas desgraças no amor. Quando eu tinha algum problema com os meus pais, era pra casa dele que eu corria, nem que fosse só pra ver ele jogar vídeo game, sem se importar muito com o que eu dizia. E mesmo que não estivesse prestando atenção, quando eu parava de falar, ele me abraçava e me dizia que estava ali e estaria até o fim.
E bem, ali estava ele, anos depois. Um homem, com barba e cabelos compridos.
- Eu ainda não realizei que você está aqui. – Sussurrei, vendo-o rir.
- Bom, eu estou.
Separamo-nos na nossa adolescência, quando eu fui para a Austrália, viver e estudar lá por um bom tempo. Harry, quando me conheceu me chamava de Jane, pois dizia que o nome “combinava” mais comigo. Por um bom tempo ele fez os novatos da escola acreditarem que meu nome era Jane, era extremamente irritante.
- E como vai tudo? – Perguntou ele.
- Ah... – Olhei-o sem saber o que dizer. – Tudo bem. – Sorri amarelo.
- Tem certeza?
- Tenho, claro. E você?
- Bom, eu me formei em fotografia e estou sempre fazendo outros cursos... Eu não me casei. – Ele riu sugestivamente.
- Que sorte... – sussurrei.
- Você não parece a mesma. – Ele comentou.
- Isso é bom?
- Eu vou descobrir se você me permitir. – Ergueu uma sobrancelha.
- E como eu vou permitir?
- É só não sumir de vista novamente.
- Eu não vou. – Eu ri verdadeiramente, talvez pela primeira vez em muito tempo. – Gostei do seu cabelo. – Fiz careta, assistindo-o gargalhar.
Harry sempre me deixava cortar o cabelo dele, mesmo que sempre ficasse péssimo, e eu tenho que admitir que ficava bem melhor como estava. Os olhos dele estavam extremamente claros e brilhantes, o sorriso, como sempre, era radiante. Senti-me estranha, com vontade de abraçar ele e expor quantas saudades eu senti, de como tudo estava tão difícil. Mas eu não podia, como ele disse, nós mudamos.
- Eu tenho que ir. – Falei, observando-o fazer uma pequena careta.
- Claro... Mas eu não quero perder contato. – Começou desesperado, me fazendo rir.
- Você não vai. – Passei-o meu telefone. – Me ligue quando quiser...
- Eu ligo mesmo!
- Pode ligar. – Eu me levantei. – Boa sorte com o trabalho.
- Não mereço nem um abraço?
Envergonhada eu me aproximei, vendo-o abrir os braços para me receber. Afundei meu rosto na curva do seu pescoço, passando meus braços pela sua cintura. Eu quase sumia dentre seus braços e roupa. Era extremamente confortável e protetor. Sua pele emanava um cheiro amadeirado e forte, apertei-o contra mim, deixando a saudade falar mais alto que a vergonha. Harry retribuiu, passando a mão pelas minhas costas, acariciando-me. Me afastei contra a minha vontade, sentindo imediatamente a falta dos braços.
- Foi bom te ver, Harry.
- Igualmente, Jane.


 continua...

Imagine com Liam Payne - Secrets




Pedido por anônimo. 

12 de Janeiro 2006, Londres.
As mãos estavam suando, o coração acelerava conforme o cenho dela se franzia mais. Os olhos curiosos e atentos da garota examinavam toda e qualquer expressão que Liam fazia. Ela havia dito que tinha algo para contar, mas ele a interrompeu dizendo que sua notícia era urgente.
- Eu fui aceito em Cambridge, medicina. – Ele disse rápido, sentindo o corpo estremecer. Assistindo as expressões dela passar de curiosidade até surpresa.
- Por que não me contou antes? – Liam jamais pudera entender o tom de sua voz, ou o que ele representava. Os olhos dela estavam vazios tais como sua expressão.
- Eu não queria te deixar magoada ou com raiva de mim... Esse é o meu sonho e eu não posso deixar ele passar assim. – Ele encarou a rua escura à sua frente. – Eu não queria ter que deixar tudo isso aqui, mas esse tipo de coisa só acontece uma vez na vida e... E não vai acontecer de novo pra mim. – Ele a olhou com um sorriso largo, que se desfez ao ver os olhos cheios de lágrimas dela.
- Como você pode pensar que eu não estaria orgulhosa?
Ele nada disse ou fez além de sorrir pequeno com o biquinho choroso que se formou na boca dela, selou seus lábios, sabendo que dentre muitos, aquele beijo ficaria na memória. Não pelo amor que envolvia os dois, ou pela emoção da notícia que (S-N) ainda não havia dado. Marcaria, porque aquela era a despedida que ninguém jamais oficializou.
Liam se sentia realizado: a garota que amava estava em seus braços, e seu futuro estava garantido. (S-N), no entanto, sentia um forte dor no peito, não física, mas emocional. Como poderia contar à Liam? Estragar toda a felicidade dele por um motivo egoísta dela?
- Porque você tá chorando? – Ele perguntou, olhando-a sorrindo. – Você deveria estar feliz por mim!
- Eu... Eu estou. – Ela sorriu.
- O que você tinha pra me contar?
O coração dela acelerou instantaneamente, ela não poderia dizer. Não agora.
Apenas negou com o rosto, assistindo o sorriso dele aparecer novamente e esmagar toda e qualquer perspectiva que ela tinha ali.
Ficaram algumas horas juntos, Liam insistiu mais algumas vezes para saber o que ela tinha pra lhe dizer, mas ela negou todas, até ele entrar em um Taxi, e ela tirar da bolsinha marrom o teste que mostrava o seu futuro.
“Nós vamos ter um bebê, Liam”. Ela sussurrou, vendo o taxi se afastar.
24 de Março de 2014.
A pequena apartamento estava lotado de caixas e objetos empacotados, (S-N) recebera a proposta de trabalhar em um hospital como psicóloga, atendendo pacientes e parentes.
- Mamãe? – Catherine chamou. – O que é isso?
O olhar de (S-N) acompanhou o dedo da pequena Cath, até uma caixa branca com colagens em preto e desenhos de caneta.
- Nada! – Ela se desesperou ao ver Cath abrir a caixa, dando de cara com diversas coisas que lembravam a adolescência de (S-N), incluindo posters da Britney Spears e Justin Timberlake.
Mas não foram os pôsters de Boybands e cantoras do pop que chamaram atenção de Cath, foi uma foto com escritos atrás.
- Quem é ele?
(S-N) sentiu o estômago revirar, sentou-se ao lado da filha, fazendo-a sentar-se ao seu colo. Ver uma foto de Liam depois de tanto tempo ainda a deixava confusa. Por que se afastaram? O que aconteceu entre os dois se não amor?
- Ele é... Só um amigo de infância. – Ela sorriu, olhando para a filha que os dois deveriam ter criado. – Só um amigo. – sussurrou. Levantou Cath antes que ela perguntasse mais alguma coisa, organizou a caixa, levando-a até onde seria seu quarto dali em diante.


- Pronta pro novo emprego? – Perguntou Lea, sorrindo.
- Estou nervosa, quer dizer, eu nunca trabalhei em um hospital antes...
- Não se preocupe, é só fazer o que você sempre fez.
- Eu sempre lidei com adolescentes e suas complicações. – Ela sorriu.
- Não vai ser difícil, seu currículo é ótimo, uma psicóloga formada em Oxford não pode ser qualquer uma. – Lea piscou. – Vamos te mostrarei a sua sala.
As duas andaram por um extenso corredor branco, até a penúltima porta, que trazia uma placa com o nome de (S-N).
O consultório era encantador, com a decoração completamente diferente da que ela imaginava. Poderia facilmente se sentir em casa ali.
- Bom, é isso. – Lea sorriu. – Temos muitos pacientes, então você tem um colega e profissão, talvez no horário do almoço vocês se conheçam, bom, qualquer coisa eu estarei na sala à frente, é só me chamar.
- Eu preciso me acostumar com essa coisa de ter uma secretária. – (S-N) sorriu vendo Lea revirar os olhos e rir.
- Me considere como seu braço direito. – Piscou saindo da sala.
O primeiro período do trabalho foi consideravelmente cansativo, no hospital havia mais pacientes que em um consultório particular, não estava acostumada a lidar com uma agenda que calculava até quanto tempo ela tinha para ligar para Cath.
Agradeceu por encontrar uma escola no período integral para a filha.

- Hey mulheres da minha vida! – (S-N) despertou com a voz grossa e com o corpo forte que sentou à sua frente.
- Daniel, ele é o psicólogo da sala ao lado. – Sussurrou Lea. – Metade do corpo trabalhador feminino desse hospital quer ir pra cama com ele.
- Lea. – (S-N) falou mais alto, repreendendo a nova colega e atraindo a atenção de Daniel para si.
- Olha só, me falaram sobre você! É a minha concorrente, não?
- Ahm... Eu sou. – Ela sorriu, sentindo o corpo esquentar conforme o sorriso dele aumentava.
- Já se acostumou com a rotina daqui?
- É meio complicado...
- Sim, é mesmo. Aposto que o mais difícil é lidar com a Lea. – Ele riu, vendo Lea jogar um pãozinho nele.
- Mas quantos anos vocês tem? – Resmungou Noah, segurando o riso em seguida.
- Não se preocupe (S-N), nós somos a parte mais legal do hospital. – Apontou para as secretárias e enfermeiras que estavam na mesa. Você só não pode se juntar com aquele pessoal ali. – Daniel mexeu o rosto, apontado para uma mesa lotada de médicos. – Eles se acham melhores porque cursaram medicina. – Revirou os olhos.
- Daniel tem uma rixa com ELE. – Lea apontou para um homem alto, de costas largas. O rosto dele estava virado para o outro lado, mas de longe (S-N) podia sentir o ar de ignorância que ele exalava. O homem se sentou, ainda de costas, na mesa que antes Daniel havia apontado.
- Uma rixa? – (S-N) perguntou olhando para Daniel.
- Não é uma rixa...
- É sim, eles sempre pegam as mesmas funcionárias. – Lea revirou os olhos.
- Mas normalmente elas preferem o Danny, porque ele é bem mais carismático. – Ela apertou a bochecha do loiro, que riu,
- Eu sou melhor no cama, isso sim. – Sussurrou ele para a amiga. (S-N) fez uma careta, mas riu, sentindo-se confortável na presença deles. Deixou seu guardanapo de lado, e subiu mais cedo para a ala dos consultórios.
Alguns costumes que (S-N) adquiriu assim que Cath nasceu nunca mudaram, como a sua preocupação com os sentimentos da filha. Ela ligou, portanto, para a garota no seu intervalo, a perguntando como estava sendo a nova escola. Recebendo uma resposta mais que positiva.

Os dias se passaram, (S-N) estava cada vez mais próxima de Danny. Cath estava se dando bem na escola e toda noite no jantar solitário das duas, ela contava como fora seu dia.
(S-N) estava levando alguns arquivos e fichas de pacientes para analisar em casa quando Danny bateu em sua porta.
- Lição de casa? – Perguntou, sentando-se no divã da sala.
- Um pouco. – Ela riu.
- Você está sem carro, não é? – Ela assentiu. – Posso te dar uma carona.
- Ah não... Tudo bem eu ainda tenho que buscar minha filha.
- Você tem uma filha? – Os olhos dele se arregalaram quando ela confirmou. – Isso é inacreditável, eu nem sabia que você era casada.
- Mas eu não sou casada. – Ela fez uma careta, não querendo tocar no assunto.
- Oh sim. – Ele riu. – Com todo respeito, é mais inacreditável saber que você carregou um bebê e conseguiu ter um corpo desses.
(S-N) encarou Danny, sorrindo, revirou os olhos.
- Espero que saiba que “com todo respeito” não me conquista Danny. – Ela riu, colocando sua bolsa em seu ombro e passando pelo homem.
- Bom, de qualquer forma, podemos pegar a sua filha, e ainda por cima tomar um sorvete, o que acha? – (S-N) estava prestes a discordar e inventar qualquer desculpa quando ele a interrompeu com um sorriso: - Eu não aceito um não como resposta.
Os dois entraram no carro de Daniel, travando uma conversa sobre os CDS que ele guardava ali. Sentiam-se como dois adolescentes tendo um encontro. Sentimento que foi quebrado ao que o olhar de Daniel cruzou com o da pequena Cath.
(S-N) estava à frente da entrada da escola, trazendo sua filha para mais perto do carro, onde Danny estava encostado.
Custou para que (S-N) convencesse Cath de que tudo bem estar com Danny, e que ele era apenas um amigo. Com sorrisos encantadores, algumas piadas e muito sorvete com calda de chocolate, Danny conquistou Cath, que contou para os dois sobre o dia na escola, e sobre como frações era difícil.
(S-N) sorriu nervosa no caminho para casa, sabendo que Catherine a enxeria de perguntas sobre quem realmente era Danny.
Cath entrou primeiro na casa, correndo para o seu quarto enquanto (S-N) descia do carro. Danny desceu com ela, sorrindo tímido.
- Obrigada pela carona, e pelo sorvete. – Ela sorriu.
- Não se preocupe, (S-N). Se você precisar... Eu vou adorar sair mais vezes com você e com a Cath. – Ele disse, vendo-a entrar em casa, murmurando antes um “boa noite”.

Após o jantar, que (S-N) gastou convencendo Catherine de que não estava namorando com Danny, (S-N) criou coragem e retirou a caixa lotada de memórias.
Sentou-se na cama, abrindo a caixa e sentindo o cheiro de adolescência pairar pelo ar, sorriu melancólica, sentindo falta de uma época bem mais simples que aquela.
Pegou a mesma foto que Cath achara na mudança, apertando-a contra o peito, quantas saudades sentia de Liam, se perguntava até hoje quantas vezes e por quanto tempo seria capaz de se apaixonar novamente por ele.
Atrás da foto estavam desenhados alguns coraçõezinhos com frases românticas da época em que os dois eram cegos um pelo outro.
Depois que Liam foi para Cambridge os dois passaram a se comunicar por cartas, estas que jamais foram lidas por outras pessoas que não fossem eles. (S-N) guardou mesmo após a última carta pois aquilo, além de Cath, a fazia se sentir mais perto dele.
As cartas ainda estavam lá, organizadas por ordem de chegada. Na primeira Liam a contava como a faculdade era diferente, como se sentia bem, e como sentia falta dela.
As palavras, ao longo das cartas diminuíam gradativamente. Os ‘eu te amo’ soavam cada vez menos verdadeiros. Até a última carta. A mais dolorosa.

“ Querida (S-N)
É difícil admitir que as coisas mudaram. Que talvez agora você já não seja mais a minha garotinha obcecada por boybands, aquela que jura de pé junto que ainda vai me trocar pelo Justin.
Mas temos que admitir, (S-N), mudaram. Eu sinto sua falta e não dá mais pra fingir ser algo que já não somos. Eu queria realmente ter a oportunidade de consertar as coisas com você. Mas nem isso nós podemos mais.
Você sabe o que eu estou dizendo. Eu tenho olhado pra esse papel por dias, só para, no fundo, escrever, ‘acabou e eu sinto muito’.
Eu sinto muito, espero que tudo o que você sonhou se realize, talvez um dia a gente se esbarre.
 xX Liam”
Não percebeu quando suas lágrimas começaram a cair, o quão imaturo Liam foi ao terminar dessa forma? No facebook, algum tempo depois, fotos dele com outras garotas se tornaram comum. A ideia de uma traição jamais abandonou sua mente, e isso era o que mais a incomodava.
Ainda haviam cartas em que ela tentava contar à ele sobre o bebê que tiveram, mas nenhuma delas foi enviada. A carta final de Liam jamais foi respondida. Ele também não pareceu se importar: não ligou, não quis encontra-la quando ambos estavam de férias em Londres. Durante sete anos, ela jamais tivera notícia alguma do homem que mais amou em sua vida. Do pai da sua filha.

Mergulhada em lágrimas, ela se deitou cansada do dia que tivera, deixou que o sono aos poucos a tomasse.

Estavam sentados no refeitório do hospital, na mesa dos “funcionários legais” como dizia Danny, quando novamente o médico da rixa de Danny passou, derrubando o copinho de gelatina na calça de (S-N)
- Ai que droga! – Ela exclamou, pegando alguns guardanapos para se limpar, Daniel imediatamente fechou a cara, enquanto a ajudava.

- Claro que está tudo bem, Payne.


Continua...